Tudo que eu sempre quis

Voltar a viver

Com a porta do quarto fechada à sua frente, Lazuli respira fundo antes de dar uma batidinha. Ela acabara de chegar da rua com Bulma. As duas tinham saído para ir tomar um café, mas Chichi não quis ir junto, para variar. Então a azulada foi tomar um banho e deixou a loira à vontade para ir conversar com a morena.

Ela sabe que não será tarefa fácil, mas precisa falar com a morena. Ela ficou sabendo por Bulma que, devido aos últimos eventos, Chichi tem estado cada vez mais reclusa. Tirando a academia todas as manhãs, quando não está no trabalho, está no trancada no quarto. Até cozinhar, que sempre foi sua grande paixão, ela não cozinha mais. Se não for algo preparado pela própria Bulma ou que ela peça por delivery e que praticamente obriga a amiga a comer, a morena simplesmente não come. E a desculpa que arruma é que "esqueceu" ou que não estava com fome.

Chichi não tem estado chorando pelos cantos ou reclamando da vida, nem nada do tipo. Ela simplesmente não fala nada, quase não conversa e todo o brilho que tinha, desapareceu. É como se estivesse vivendo a vida no automático.

Obviamente Bulma e Lazuli já tentaram conversar com ela, mas Chichi sempre foge quando o assunto é Goku, pois é obviamente ele o motivo desse comportamento. Se elas forçam, a morena é curta e grossa, ameaçando uma briga séria caso não a respeitem – o que já aconteceu mais de uma vez nesse período e que só adiantou para ficar um clima estranho entre elas. Chichi está sendo mais teimosa do que a própria azulada quando não queria assumir seus sentimentos por Vegeta, porém, Lazuli está ciente da última conversa que ela teve com Goku as coisas não foram nada boas. Ela sabe também que Chichi tentou procurá-lo novamente, tentou ligar, foi até o apartamento dele mais de uma vez, mas ele não estava lá, simplesmente retribuiu o comportamento da morena, a excluindo da vida dele, mas ela também sabe que isso não fora algo exclusivamente dela, pois Goku estava fazendo isso com todos os amigos, nem mesmo Kuririn conseguiu vê-lo ou contactá-lo mais depois do enterro, só sabia que estava bem porque conseguiu falar com Raditz que avisou que o irmão está incomunicável, com o celular desligado e sem acesso às mídias sociais enquanto está em Paozu, como se estivesse tirando um período sabático da internet ou da vida.

Toc, toc!

- Chichi?! Posso entrar? É a Laz...

- Oi Laz, pode sim! – A morena grita do lado de dentro.

Lazuli então abre a porta e passa para dentro, encontrando Chichi sentada em frente a penteadeira escovando os longos cabelos negros. A loira senta-se na beirada da cama e ao lado da penteadeira onde Chichi está.

- Oi amiga, como está?

- Bem e você? – Chichi soa surpresa, uma vez que não esperava pela visita da amiga loira.

- Estou bem! – Lazuli sorri e observa mais atentamente a expressão apática da morena. – Como tem passado?

- Bem. – Chichi responde, simplesmente.

- Bem mesmo? Você parece um pouco abatida...

- Estou bem! – A morena soa firme.

- Okay... Bom, eu vim te trazer o convite oficial do meu casamento! – A loira então pega um envelope de papel acinzentado e entrega para a morena. – Na verdade, eu vim oficializar o meu pedido. Eu quero que seja minha madrinha!

Chichi sente o coração aquecer ao pegar o envelope com as duas mãos. Ela encara a amiga de forma surpresa e também contente e o abre, retirando um papel cartão branco com uma caligrafia delicada impressa com as informações referentes a cerimônia e recepção.

- Oh, amiga! – A morena sente os olhos marejarem. – É lindo! É claro que eu aceito! – Ela responde sem nem pensar duas vezes e abraça a loira.