Capítulo 2

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Depois daquela reunião ter acabado nada bem, principalmente por ter a plena percepção de que tinham magoado Elain, Az queria muito falar com ela, mas ele sabia que ela precisava de tempo para se acalmar e notou que os olhos de Rhys não o deixavam quase por nenhum instante. Após o incidente do solstício, o Grão-senhor vivia monitorando cada movimento de Azriel para evitar problemas, então o illyriano achou por bem esperar todos saírem para dar espaço a Elain e mais tarde voltaria para tentar falar com ela, talvez até elaborar um plano mais seguro para que ela pudesse participar da missão de encontrar o quarto tesouro da morte.

Ao chegar na casa, ele fez uma varredura com suas sombras e soube que Elain estava na cozinha, já que as gêmeas estavam fora em missão para ele e os outros estavam fora. Ele caminhou silenciosamente até lá. Quando se aproximou do batente da porta, ele viu a cena que se desenrolava na sua frente, a cozinha tinha farinha em toda a bancada, muitos ingredientes e vinho, uma taça cheia ao lado de uma garrafa, e na despensa, onde a porta grande de vidro estava aberta: Elain nas pontas dos pés, em cima de uma cadeira, tentando alcançar alguma coisa em uma prateleira no alto, Az foi se aproximando silenciosamente da cadeira.

- Você deveria tomar cuidado - Disse ele. Elain não esperava por aquele susto, enquanto estava naquela posição e seu equilíbrio já comprometido pelo vinho não ajudou em nada a mantê-la na cadeira, e ela caiu.

Ele foi rápido em estender os braços e a segurar, antes que atingisse o chão, trazendo-a para seu peito, que retumbava com aquele simples contato com o corpo dela, mesmo que camadas de roupas estivessem entre eles. Ela tinha os olhos fechados e apertados, antecipando a queda e Azriel permaneceu com os olhos arregalados e fixos nela, o susto de vê-la caindo ainda o tomava.

A fêmea abriu seus olhos e fitou aqueles olhos profundos que pareciam ser infinitos e conter estrelas brilhando em sua íris avelã, a sua perdição. Ela notou com surpresa e interesse a preocupação estampada neles, quando a voz penetrante interrompeu seus pensamentos:

- Ellie, você está bem? Não quis te assustar - disse Az ainda com a fêmea em seus braços. E a forma como ele envolveu seu apelido, a voz, aqueles olhos e o calor que emanava do corpo enorme colado ao seu, a deixou perdida e tudo que ela conseguiu fazer, foi assentir.

Depois de colocá-la de volta ao chão, Az a analisou da cabeça aos pés, vendo se estava bem mesmo e notou o cheiro de vinho. Ao olhar para a bancada, novamente avaliando a garrafa cara da adega de Rhys pela metade e o cheiro emanando dela, ele deu um meio sorriso.

- Está rindo de que? - Perguntou confusa com aquele sorrisinho que a derretia por dentro.

- Você... andou bebendo? - Respondeu o macho com uma pergunta e um sorrisinho estampado nos lábios sensuais.

- Não. Talvez. Sim, só um pouquinho - Disse ela com a voz levemente arrastada enquanto fez um sinal de pouco com os dedos enquanto tentava segurar uma crise de riso, ele riu junto com ela, porque a risada de Elain era assim, contagiante.

Azriel se afastou para alcançar a garrafa. Ele a levantou e olhou o líquido pela metade, ainda sorrindo, agora um sorriso ainda mais largo.

- Se isso for um pouquinho, que a mãe me livre de saber o que você chama de muito - Ela tentou se esticar para alcançar a garrafa nas mãos do encantador de sombras, mas ele a levantava mais alto fazendo os dois ficarem bastante próximos. Quando os olhares se cruzaram, Az parou de respirar. Elain se aproximou mais e sua boca passou bem próxima ao pescoço dele, uma distração para saltar e tentar alcançar a garrafa. Ele soltou um risinho baixo de escárnio, surpresa em seu olhar.

- Nunca imaginei que você seria capaz de tentar uma artimanha dessas... - Ele parou fixando os olhos sobre os dela e fazendo-a perceber que era muito difícil enganar um Illyriano treinado, principalmente estando levemente alcoolizada. Ela desistiu e botou as mãos na cintura. Ele não conseguiu desviar o olhar, para Azriel, aquilo foi a coisa mais linda e sensual do mundo.

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