A primeira coisa que Claudia viu ao chegar à sala foi as pizzas sobre a mesinha de centro, a família estava dispersa pela sala em silêncio, mas a atenção de todos voltaram para as duas no momento em que ela abriu a boca.
- Ninguém está com fome? - Perguntou naturalmente, nem parecia que as paredes das vidas bem organizadas de todos estavam desmoronando, as irmãs reviraram os olhos exasperadas.
- Só mesmo você para pensar em comida uma hora dessas. - Resmungou Carla, ela deu de ombros e apertou a mão da irmã mais nova assentindo.
- Pai, Lucas, eu preciso ver o Víctor Hugo. - Disse Lorena.
- Filha... - Começou o pai constrangido ela aproximou-se dele, com um sorriso triste.
- Por favor, pai! Ele está sozinho, vou ficar com ele só até a Nanda chegar.
- Filha... - Começou novamente coçando a cabeça, Lucas aproximou-se do pai, apertando-lhe o ombro.
- Maninha sabemos que ele jamais machucaria você, mas neste momento ele está revivendo uma situação traumática, ele está cheio de dúvidas e medos, então, apenas para não darmos espaço para o inimigo agir, nós vamos com você, ficaremos afastados, pode ser? - Perguntou gentilmente.
- Sim. Até porque se não for assim, vocês não me deixarão ir, certo?
- Certo! - Responderam os dois, o pai visivelmente aliviado.
- Ok! Então vamos, e vocês dois se comportem! - Alertou ela firme, os dois ergueram as mãos em sinal de rendição.
Claudia sorriu, estava feliz pelas famílias à qual fazia parte, ficou grata pela atitude do irmão, também acreditava que o Víctor Hugo não a machucaria, mas o irmão estava certo era melhor evitar a tentação.
- "Obrigada, ó Deus! Pelas famílias que o Senhor escolheu para mim, obrigada, pela compreensão do meu pai e do meu irmão para com a minha irmãzinha". - Pensou enquanto pegava as pizzas e seguia para a cozinha; lavou as mãos e pegou um pedaço de pizza que já estava fria.
- Meu Deus do céu! O mundo está se acabando em chamas e a pessoa só pensa em comer. - Disse Mariana sentando acompanhada pelas irmãs.
- Que culpa tenho eu, se vocês não sentem fome? - Perguntou de boca cheia, Mariana fungou, Carla e Jéssica sorriram.
- Poderia pelo menos ter esquentado. - Disse Jéssica sorrindo, ela apenas deu de ombros. - Não que você se importe com pizza fria.
- Mas os outros se importam. - Disse Carla colocando a pizza no micro-ondas, o interfone tocou entreolharam-se, e Carla suspirando foi atender.
- Quem será a uma hora dessas? - Perguntou Jéssica assustada.
- EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO! - Disse Mariana com a voz grossa no ouvido da irmã que saltou da cadeira indo sentar ao lado da irmã mais velha.
- Bruxa! - Gritou Jéssica.
- Não chame a sua irmã de bruxa, mesmo que ela aja como uma algumas vezes, e Mariana pare de amedronta-la! - Pediu Claudia, ela parou com o pedaço de pizza perto da boca, Carla olhava-a pálida.
- Quem era? - Perguntou devolvendo a pizza para o prato.
- A polícia.
- O quê? - Perguntaram juntas se levantando, Jéssica agarrou-se em Claudia.
- Eu vou ligar para o seu pai. - Disse Mariana; bateram na porta, elas entreolharam-se nervosas, Carla foi na frente sendo seguida pelas três.
- Boa noite. - Cumprimentou Carla.
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Deus também estava lá.
RomanceClaudia é uma jovem traumatizada, protegida pelos pais, e descrente. Ela decide morar sozinha e trabalhar, e quer ser livre e independente. Mas a mãe dela contrata Luciana para trabalhar na casa dela e o primo Marcelo vai passar uns dias com ela, e...