Ele acordou com o cheiro de café invadindo suas narinas, sorriu espreguiçando-se, percebendo que não estava em sua cama, levou uma fração de segundos para lembrar que estava esperando por Claudia que havia subido com a filha, sentou rápido, e lá estava ela dormindo no outro sofá, linda e deslumbrante, os cabelos espalhados sobre o travesseiro, seu coração transbordou de carinho e amor.
Aproximou-se dela, com o seu já habitual sorriso bobo, tirando delicadamente o cabelo do rosto tão amado, beijou de leve o alto de sua cabeça, ela se mexeu e ele ficou quieto, mas ela continuou dormindo. Foi até a cozinha, dona Neuza estava preparando o café da manhã.
- Bom dia. - Cumprimentou olhando o relógio de parede, faltava dez minutos para as cinco horas.
- Bom dia meu filho. O que aconteceu que você acabou no sofá? - Perguntou intrigada.
- A Claudia subiu com a Katie que queria falar alguma coisa em particular com ela, e eu acabei dormindo. Que horror a primeira vez que ela vem à minha casa e eu durmo e ainda a deixo dormir no sofá.
- Melhor dormirem no sofá que na sua cama. - Disse encarando-o, ele desviou o olhar, com imagens dos dois no carro invadindo sua mente.
- Nós temos quartos de hóspedes, além disso eu estava no sofá, ela poderia ter ido para a minha cama.
- Ela me disse que a Katie sugeriu isso, mas ela não quis te deixar sozinho na sala, ela é uma boa companheira.
- Ela é mesmo! - Concordou orgulhoso. - Que horas a senhora chegou?
- Mais de uma hora.
- A senhora deveria estar descansando.
- Eu descanso depois.
- E a Jaciara?
- Graças a Deus estão bem, ela e o bebê. Meu filho você se importa se eu ficar uns dias cuidando dela, depois que ela sair do hospital? Eu posso fazer a comida...
- De jeito nenhum, - ele a interrompeu. - eu me viro com a Katie até a senhora voltar, vá cuidar da sua filha e do seu neto, enquanto eles precisarem, não precisa se preocupar conosco.
- Obrigada meu filho. - Agradeceu sorrindo. - E você vai acorda-la para ir à oração contigo? - Perguntou indicando com a cabeça para a sala.
- Não. Não acho que seja uma boa ideia a primeira vez que ela for à nossa igreja seja na oração e depois de ela ter dormido aqui em casa.
- Verdade, com certeza o pastor vai lhe perguntar se ela dormiu aqui, do jeito que ele está de má vontade contigo.
- E piorou depois que o Artur decidiu que não vai congregar lá.
- Eu disse para a pastora que a culpa não é sua do seu amigo querer ir para outra igreja. Eu acho que a grande preocupação deles, é que você se desvie por ela.
- Eu disse que ela se converteu, eu te contei o que aconteceu no karaokê, ela é um prodígio!
- Eu sei meu filho, mas se ela não for para a nossa igreja... - Ela se interrompeu encarando-o.
- Eu vou convida-la para ir até lá comigo, e vamos ver o que acontece, mas sinceramente, eu não creio que ela vá querer congregar lá.
- Isso será um problema, como você vai casar com uma mulher que não frequenta a mesma igreja que você?
- Compartilhamos da mesma fé, isso sim é importante, quanto a igreja, se a igreja que ela frequenta tem como declaração de fé a bíblia, eu a acompanho sem nenhum problema. - Ela ficou algum tempo olhando-o nos olhos, ele esperou que ela falasse algo, mas ela apenas deu de ombros. - O que eu faço agora? Como eu saio e deixo ela dormindo na minha sala?
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Deus também estava lá.
RomanceClaudia é uma jovem traumatizada, protegida pelos pais, e descrente. Ela decide morar sozinha e trabalhar, e quer ser livre e independente. Mas a mãe dela contrata Luciana para trabalhar na casa dela e o primo Marcelo vai passar uns dias com ela, e...