Naquele dia Claudia não foi trabalhar. Como ela imaginara clinicamente ela não tinha nada, e o doutor Mauro aconselhou que ela voltasse para a terapia, muito contra a vontade ela concordou, e quando ele disse que iria marcaria a consulta com o psicólogo de sempre, ela disse que queria mudar de psicólogo, mas que ele não se preocupasse, pois ela iria mesmo fazer isso.
Marcelo quis ligar para os tios, mas ela o proibiu, assim como o proibiu de adiar sua viagem, Luciana garantiu cuidar dela e mantê-lo informado. Ela não estava bem o bastante para dirigir, e queria ir até o aeroporto com o primo, e imaginava que Luciana também quisesse ir, então foram todos de táxi.
- Gostaria que você fizesse uma coisa, por mim e por você. - Pediu Marcelo no aeroporto.
- Se eu puder fazer, é claro que eu farei. - Respondeu suavemente.
- Vai para a igreja com a Luciana, busque a cura, para a sua alma. "O Senhor sara os corações partidos, e cura as feridas". Tenha fé, não desista de si mesma, Deus tem planos maravilhosos para você.
- É mesmo necessário eu ir à igreja? - Perguntou em dúvida.
- Sim. A Luciana vai te explicar a importância de ir à igreja, e quando você começar a ir, você mesma vai me falar da sua experiência de ir à igreja, vai por mim, eu sei o quanto é maravilhoso viver em comunhão com a igreja.
- Eu vou tentar, eu prometo. - Respondeu abraçando-o. - Agora vai se despedir dela, eu sei o quanto você vai sentir saudades dela. - Disse sorrindo.
- Obrigado, pela hospedagem! Eu te amo, não esqueça jamais disso! - Pediu emocionado.
- Eu também te amo! E obrigada, por esses dias. - Disse também emocionada.
- Qualquer coisa, é só ligar ou mandar uma mensagem. - Disse beijando o alto da sua cabeça.
- E eu vou ligar mesmo! - Disse se afastando e piscando pra ele.
De mãos dadas eles foram até Luciana, Claudia percebeu que ela chorava, mas ignorou e seguiu em frente, afastou-se o bastante para dar espaço aos dois, quando se virou pra eles, estavam abraçados, ele fazia carinho nos cabelos dela, e falava algo pra ela, algo naquela cena doeu fundo em seu coração, e ela virou as costas para os dois.
Ficou olhando as pessoas passando de lá pra cá, pessoas de todos os tipos, indo para todos os lugares, e muitas delas assim como ela, apesar, de estar indo a algum lugar, não conseguiam sair do mesmo lugar, estavam aprisionadas em suas mentes, um lugar onde elas mesmas se aprisionavam, gerando assim os mais diferentes distúrbios.
- Oi! - Disse Luciana ao seu lado, não a vira chegar. - Podemos ir? - Ela se virou, mas não viu o primo em lugar nenhum.
- Vamos! - Disse tão triste quanto a outra.
Voltaram de táxi pra casa. E Claudia decidiu que essa semana, Luciana iria começar aprender a dirigir. Encostou no vidro da janela e ficou observando a paisagem.
Artur e Victória mandaram mensagem perguntando como ela estava, dona Benta havia dito que ela estava de atestado, e ambos estavam preocupados.
Mensagem para artur:
Estou bem melhor! Amanhã estarei de volta à escola.
Eu posso te ver hoje? Amanhã é o dia daquele congresso sobre inclusão social. Passarei o dia fora da escola, lembra? - Ele respondeu a mensagem.
Ela esquecera, os dois professores de educação física, e a psicóloga iriam participar desse congresso, e era para a coordenadora pedagógica também ir, mas como as inscrições foram feitas no final do ano e a escola estava sem coordenadora pedagógica, assim sendo a escola não teria esse representante neste ano.
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Deus também estava lá.
RomansaClaudia é uma jovem traumatizada, protegida pelos pais, e descrente. Ela decide morar sozinha e trabalhar, e quer ser livre e independente. Mas a mãe dela contrata Luciana para trabalhar na casa dela e o primo Marcelo vai passar uns dias com ela, e...