rachaduras

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" Dizem que o luto tem 5 fases, e que com elas você consegue seguir em frente. Claro, esse processo pode ser doloroso e lento. Você tem que se abrir, tem que deixar a ferida exposta pra secar e curar, você tem que percorrer um longo caminho em uma estrada escura e vazia. É um desenvolvimento que toma conta de seu corpo e o prepara pro futuro. "

[ ....... ]

Aos poucos a mente de Klaus foi recobrando a consciência, seus olhos esverdeados abrindo lentamente para se acostumar com a claridade do ambiente. Tudo estava confuso na cabeça do britânico, alguns resquícios de memórias eram passados em uma velocidade assustadora na mente do homem.

Por alguns minutos sua concentração foi totalmente para a recuperação de seus sentidos, ele não se mexeu, e mesmo que quisesse, uma força em suas pernas o impedia de se movimentar ou levantar o corpo. Então a única coisa cabível a se fazer, era manter a calma, e de algum moto tentar chamar alguém para o auxiliar a tudo que estava acontecendo.

Vários minutos se passaram até Klaus conseguir achar o botão que comunicava para os enfermeiros que precisava de alguma coisa. Foi quase um alívio quando depois de alguns minutos de ter apertado o comunicador uma enfermeira entrar no quarto. A mulher de aparência jovem carregava uma bandeja com alguns remédios e ataduras .

— Que bom que acordou, Senhor Mikaelson — disse a senhorita com uma voz doce e tranquila, seu sorriso era algo notável em seu rosto ridiculamente redondo — O doutor Hale já está a caminho — avisou se aproximando do paciente, seus olhos fixos nos aparelhos ligados no braço do homem — Por enquanto eu vou tirar esses sedativos e limpar suas feridas — falou, colocando a bandeja ao lado e desligando um botão da máquina ao lado de Klaus, logo em seguida retirando a primeira agulha ligada a pele branca do paciente — Sua família vai ficar feliz que tenha acordado — murmurou soltando um pequeno suspiro, a enfermeira se distanciou alguns passos até a mesa perto da janela e vasculhou a bandeja, depois colocou uma luva descartável e pegou algumas ferramentas que iria usar para limpar os ferimentos externos .

— A q-quanto.. t-tempo... eu estou aqui ? — perguntou Klaus, sua voz estava rouca pelo longo tempo sem uso.

— A cinco meses — revelou virando o corpo para poder tratar os ferimentos, a enfermeira ficou um tempo apenas vendo a reação do homem, que apenas deixou os olhos vagando sobre o quarto.

A mulher não sabia muito bem como estava a situação de klaus, mas pelas ordens do Doutor durante o período que o britânico esteve em coma, certamente estava se estabelecendo.

— O-Oque... ... aconteceu ? — indagou virando o rosto pra encarar a enfermeira, seu corpo estava tenso. Klaus ainda estava estendido sobre a cama, mais isso não o impedia de ver a mulher de pé ao seu lado .

— Você teve sorte por ter saído vivo, três pessoas morreram pelo forte impacto do ônibus — comentou vagamente, a enfermeira pegou alguns algodões e mergulhou no álcool desinfetante, depois esticou o braço pálido e limpou as feridas. Klaus fez uma pequena careta pela ardência — Quando o resgate chegou, vários pessoas já tinham morrido — contou, a mulher não tirava a concentração do que estava fazendo, o que fazia klaus ter uma certa liberdade de se expressa sobre o que ouvia .

— M-minha família... — murmurou tentando mudar de assusto, o britânico estava começando a se sentir exausto e emotivo, seu corpo pedia por outra rodada de sono.

A enfermeira percebeu o desconforto no homem, então apenas deixou o assunto de lado e respondeu.

— Seus irmãos o visitou todos os dias, e sua mãe os acompanhava as vezes — explicou terminando os curativos, a mulher subiu os olhos até o rosto do homem, ela percorreu toda a extensão até achar o corte perto da orelha — Eu vou precisar que vire a cabeça — pediu virando o braço para jogar os algodões sujos, os cuidados que a mulher tomava enquanto limpava o corte ajudava Klaus a não ter tanta dor .

— C-Camille ? — o loiro disse o nome meio receoso. Klaus queria ver a noiva, o homem a amava e estava morrendo de saudades das palavras calorosa que a mulher o jogava em momentos difíceis como esse .

— Sua noiva o visitou algumas vezes, mas sempre ficava pouco — respondeu sem se importar em encarar o homem, a enfermeira terminou os curativo e se afastou do paciente . Aparentemente tudo estava limpo, o que agradou a mulher pelo seu ótimo trabalho — Senhor Mikaelson, eu vou buscar seus remédios, mas não se preocupe o doutor Hale está a caminho para examiná-lo — declarou tirando as luvas e as jogando no lixo, com um sorriso gentil a mulher pediu licença e saiu do quarto .

Klaus nem teve tempo de se senti sozinho, o Doutor Hale invadiu o quarto depois de alguns minutos, com seu jaleco perfeitamente branco. O homem aparentava ter uns 30 anos, seu rosto era coberto por uma rala barba preta, seus cabelos pretos, seus olhos de um azul bebê. Oh Deus, aquele homem era a porra da perfeição, e quem dissesse o contrário, certamente era cego .

— Senhor Mikaelson, estou muito feliz que tenha decidido acordar  — o moreno brincou com um sorriso radiante, isso fez Klaus ficar um pouco mais confortável na presença do médico .

O moreno cruzou os braços, e ajeitou o tablet que segurava em suas mãos. Com uma virada o Hale puxou a cadeira felpuda do canto da sala e se sentou ao lado da cama

— Meu nome é Derek, eu sou o médico que foi designado para tratar do seu caso. Antes de qualquer coisa, eu gostaria de começar com algumas perguntas básicas para dar impulso para alguns testes de rotina — informou, clicando em algumas tecla do aparelho em suas mãos, seus olhos azuis era ágies em capturar tudo o que passava na tela do tablet .

Klaus apenas concordou lentamente com a cabeça .

— Você se lembra o que aconteceu ? — perguntou, desviando a atenção para o britânico.

A voz era tão calma que parecia um terapeuta falando .

— Foi tudo muito rápido, eu estava conversando com a minha irmã, logo em seguida o impacto do ônibus. No começo eu tentei puxar o volante e virar o carro, mas perdi a consciência quando o carro capotou — lembrou com a voz amarga, o homem tentou apoiar o braço para se erguer, mas seu corpo ainda estava doloroso para fazer esforços, então desistiu da ideia assim que o corpo respondeu ao comando com dores

— Senhor Mikaelson, infelizmente como ainda não fizemos os exames padrões, você não poderá se levantar dessa cama até que tenhamos a plena certeza de que está tudo bem — o médico explicou, mudando completamente a postura na cadeira. — Olha para ser sincero foi um milagre que tenha sobrevivido ao impacto do ônibus, o senhor sofreu uma fratura muito exposta na costela, sem dizer que seu corpo foi gravemente ferido por ser acertado pelos estilhaços — revelou colocando o Tablet na mesa ao lado da cama .

Derek não queria assustar o paciente, mas ocultar informações não era seu forte, então a única escolha cabível era contar a verdade .

— Durante esses meses tivemos que fazer várias cirurgias para restabelecer o equilíbrio de sua saúde — revelou apontando pro corpo do homem, seus olhos percorrendo entre os lugares que a cerugias aconteceram — Em uma noite quase o perdemos, sua respiração ficou muito lenta e isso impedia de dar o oxigênio que o cérebro precisava para funcionar, seu corpo impulsionou em várias convulsões — continuou com calma. Todas as informações estava sendo jogadas no colo do Mikaelson .

— Como ainda estou vivo ? — perguntou, espantado com tudo que aconteceu em sua vida nos últimos meses .

— Certamente sua vida ainda tem muito para acontecer — afirmou com um sorriso sincero, o moreno nunca desistiu de seus paciente, porém quando o momento crítico de Klaus chegou, Derek realmente jogaria a toalha, mas felizmente um amigo - também médico - o motivou a continuar lutando pela sobrevivência do homem

— Sua família está ansiosa pra reencontrá-lo — disse saltando da cadeira, o médico arrumou o jaleco e pegou o tablet em cima da mesa . — Eu voltarei para examiná-lo mais tarde — garantiu, afastando a cadeira e caminhando até a porta — Tenha um ótimo dia — desejo-lhe, logo em seguida passando para fora do cômodo

anjos como você ( Stlaus )Onde histórias criam vida. Descubra agora