After

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"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente." - Soren Kierkegaard

Primeiro, a polícia local havia chegado. Depois, falaram com o FBI. Era provável que a equipe chegasse 30 minutos depois do previsto, pois a equipe da BAU estavam resolvendo outro caso, em Los Angeles-CA. Elizabeth ainda estava em estado de choque, sentada no capô do carro policial. Alguns policiais tentaram falar com ela sobre o ocorrido, pois provavelmente Eliza era a única testemunha, mas a garota só fitava o chão, e não falava nenhuma palavra. Ela melhoraria depois, mas agora, a maior preocupção de toda a BAU, eram os assassinatos constantes e brutais com adolescentes ruivas.

Spencer Reid POV

JJ entrou apressadamente na sala, seguida de Hotch, Morgan e Penelope. Rossi me encara, e se senta duas cadeiras depois da minha. O resto da equipe estão me tratando como uma criança agora, o que é totalmente irritante. Eu já superei tudo, já me sinto bem melhor. Bem melhor mesmo.

"Reid? Pode prestar atenção?" JJ me tira dos meus pensamentos, e concordo com a cabeça, olhando para o caso, enquanto García nos expica tudo.

"A vítima era Selena Montgomery, 20 anos, estudante de filosofia. Foi morta há três dias, mas seu corpo só foi achado ontem por uma garota que presenciou o assassino desovando o corpo. Provavelmente, o assassino costuma matar garotas ruivas, entre a adolescência. A preocupação da polícia local é que a garota que presenciou é ruiva, e segundo os relatos da mesma, ele a olhou fixamente."

"Então o assassino tem uma certa obsessão em matar garotas ruivas, jovens e estudantes. Ele desova o corpo ao lado de uma irmandade, porque provavelmente quer que o corpo seja encontrado." Morgan diz. Pelo que consigo ver, o assassino tem um tipo específico de vítimas. Talvez algum trauma, talvez uma ex namorada, ou até mesmo a mãe.

"García, quantos assassinatos do mesmo tipo foram constatados até agora?" pergunto. Talvez ele seja um serial killer com alguma obsessão em matar, ou simplesmente um cara com raiva da ex.

"Pelas contas da polícia, 7 assassinatos. Ele tem uma marca, é algo como, depois da morte, uma facada profunda no peito, e depois, mancha com sangue a testa da garota. Provavelmente com a mesma faca." García conclui. Me levanto e pego do outro lado da sala, um bloco com algumas anotações mal feitas.

"O assassino é um serial killer. É possível que ele tenha algum trauma, de uma ex namorada, da tia, ou da mãe. Ela mata porque sente prazer nisso, em saber que a garota que o machucou pode brevemente estar morta. O fato dele matar várias garotas, prova que constantemente ele vê a causadora da dor, e se dá conta de que ela não morreu, assim procurando outras garotas para matar. Isso mostra que, apesar de tudo, ele não pode machucá-la. Talvez ela tenha algum signifado para ele, ou talvez ele só esteja querendo matar todas que possam chegar aos pés dela." Eu tento ligar os pensamentos, e quando levanto o olhar. A equipe toda me olha, como se eu fosse algum E.T.

"Está querendo me dizer que ele quer matar a garota, mas não pode, e por isso procura matar outras?" Morgan me pergunta. Talvez sim, talvez não. Essa conclusão é muito complexa.

"Provavelmente. García, as garotas foram abusadas sexualmente?" falo. Acompanho com o olhar García pegar seu bloco de anotações rosa.

"Sim. Mas não é nada profundo, é como se ele se arrependesse ainda no ato." Ela me responde. Hotchner se levanta e pega sua maleta.

"Partimos em 10 minutos."

N.O. POV

Como previsto, ela se recuperou. Contou cada detalhe para o policial que a questionava, e ainda disse que estava com medo. Não é para menos, pois o assassino a viu, a encarou, e até sorriu para ela. Sem contar com a aparência. Elizabeth é, sem dúvidas, bastante parecida com a vítima, até nos traços faciais. Talvez o assassino venha atrás dela, talvez ele até a mate, mas o que importa agora, é que ela estava com medo. Era como se cada emoção que ela poderia reproduzir fosse o medo. O corpo dela estava tão encolhido no capô daquele carro, observando o nada, que era possivel ver a preocupação nos olhos de Isabella, sua amiga. Depois do ocorrido, Isabella teria saído a procura da amiga, e a teria achado jogada no chão daquele beco, chorando desesperadamente. Inclusive foi Bella quem chamou a polícia. A equipe da BAU se aproximou do primeiro policial que veio a vista, e depois foram mandados até um homem de terno parado do outro lado da rua. Os agentes olhavam os lados, olhavam o beco, olhavam o corpo. Depois de 30 minutos, vieram falar com Elizabeth. A garota não estava mais em estado de choque, mas ainda estava pasma com toda a situação.

"Elizabeth McAllister? Pode falar conosco?" O agente Morgan perguntou para a garota de cabelos ruivos encolhida, que o encarou, mas não disse uma palavra. "Preciso que nos conte o que acontec..."

"Morgan, ela não pode falar. Está em estado de choque." Dr. Reid o corta, e o agente para de falar. Ele se distancia, deixando Reid e Elizabeth sozinhos.

"Hey." Reid tenta chamar a atenção dela, e Eliza o encara. Seus olhos mudam de esperança, algo que não costuma acontecer, e ela finalmente fala algo:

"Hey."

"Você falou." Dr. Reid sorriu, se sentando ao lado da garota no capô do carro.

"Não quero falar sobre o que vi agora." Elizabeth fala, ainda com a cabeça baixa.

"Não tem problema, mas terá se não falar depois." Reid diz, olhando para os carros de policia e o corpo morto jogado no chão. "A polícia achou melhor que você fosse vigiada."

"Está dizendo que eu sou uma suspeita?" ela se vira para o homem, olhando-o.

"Não, não. Mas provavelmente, a próxima vítima."

"A próxima vítima?" terror se passa nos olhos claros de Eliza.

"Te daremos proteção o suficiente para que isso não aconteça." Ele tenta acalma-la, passando as mãos nos cabelos.

"Não, quer dizer, como eu sou a próxima vítima? Só por que ele me encarou?"

"Na verdade, não. A vitimologia comprova que todas são ruivas, estudantes de jovens. Quantos anos tem, Elizabeth?"

"Eu tenho 18 anos."

"É bem provável que seja a próxima vítima." Reid fala. Pelo tom da sua voz, ele está fazendo uma piada. Piada de mal gosto.

"Ter 18 anos não é nenhum crime!" Elizabeth exclama alto, se levantando.

"Eu não disse que era." Reid também se levanta, ficando maior que ela, por conta da altura dos dois.

"Você provavelmente se acha muito inteligente e cheio de si, não é? Pois saiba, Dr. Reid, que não vou ser a próxima vítima. Acredite em mim." Eliza grita irritada, chamando a atenção de alguns policiais, inclusive da equipe.

"Pra sua informação, Elizabeth McAllister, eu sou um gênio." Reid fala em tom normal, um sorriso confiante nos lábios. De fato, ele não falou nenhuma mentira. Eliza sai, bufando, de perto dele.

"Fique sozinho com a sua genialidade." Ela fala, se distanciando vagamente de Reid.

"Mandaremos alguém para ficar com você, Elizabeth." Ele grita para ela, que se vira, e lhe mostra o dedo do meio. Rossi se aproxima depois de Elizabeth ter sumido do campo de visão de todos.

"Isso foi um desacato. Pode dar queixa se quiser." obviamente, Rossi estava brincando. Ele se encostou no capô, onde antes, Elizabeth estava.

"Não, ela só está nervosa." O outro responde, olhando para a direção que ela havia sumido.

"Pelo visto, tivemos uma bela recepção." Rossi diz, o encarando.

"O que houve?"

"Eles não querem liberar o corpo para exame. A família quer enterrá-la o mais rápido possível. O chefe de polícia local não foi muito com a nossa cara, dizendo que se pudessem resolver esse caso sozinho, resolveria sem nossa ajuda."

"Já sabe quem vai ficar responsável por Elizabeth?" Espencer pergunta para Rossi, que concorda com a cabeça.

"Sim, Reid. Você."

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N.A: Cap. curto pq to com sono zZ -_- Bom, eu coloquei no elenco que Matthew Gray Gubler seria Spencer Reid pq fiquei meio confusa, mas Spencer Reid é Spencer Reid, da série Criminal Minds. Confuso, eu sei. Seus votos e comentários me ajudam muito :D (leiam minha outra fanfic). Bye :)

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