Penelope

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"Não chame de destino, a consequência das suas escolhas."

Já percebeu como as pessoas parecem te olhar estranho quando você está passando por um momento difícil? Eu percebi isso quando entrei naquele prédio com a Santina no meu encalço. Eu queria ter vindo sozinha, mas eu juro: é difícil abandonar uma mulher que fez 3 milkshakes para você sem nem reclamar.

Então chegamos na sala, e eu percebo que ela só é ocupada pelo agente Rossi e pelo agente Morgan.

"Houve algum problema, Elizabeth?" Sim, houve. Meu guarda-costas saiu faz duas horas e ainda não voltou, meu subconsciente adiciona.

"Eu só queria saber do Reid. Achei estranho ele ter saído e não ter voltado."

"Oi, Santina!" O Morgan fala todo alegrinho para a mulher tensa atrás de mim. Pelo que consigo perceber, ela acena de volta. Rossi parece ser o único que não ignorou minha presença, muito menos minha resposta.

"O Reid foi com JJ para a casa dos seus pais adotivos, e já devem estar voltando."

"Posso esperar aqui enquanto eles não chegam?"

"Pode sim. Tem uma máquina de refrigerante no final do corredor." Morgan aponta para longe, e Santina me dá um beijo na bochecha antes de ir embora.

"Essa mulher é linda." Morgan diz, e só então percebo que ele fala da Santina.

"Cuidado, benzinho. Seu oráculo da luz pode simplesmente cansar do seu charme." A voz reconfortante da García diz bem atrás de mim, e quando ela me vê, me abraça muito forte.

"Oi, Elizabeth. Senti sua falta esses dias." Ela ainda sorri, e me puxa para dentro da sala.

"Pode sentar na cadeira do seu namorado, Eliza." O Morgan não me olha, e sorri quando termina a frase.

"Vejo que existem mais cadeiras vazias, então não será necessário sentar na cadeira do Reid." Eu faço questão de deixar bem expresso o final da frase.

"Vamos comer alguma coisa." García sorri enquanto coloca umas pastas com um cappuccino em frente ao Morgan.

Nós saímos da sala e ela toma a frente, me puxando pela mão até uma máquina de salgados ao lado de uma máquina de refrigerante. Ela coloca duas cédulas nas duas máquinas e me entrega uma coca-cola com um pacote de salgadinhos.

"García..."

"Penelope."

"Penelope." Assenti para ela. "O que tem com o caso que Reid faz questão de me esconder?"

"Ohn, Lize." Ela bufa e se senta no banco, que é parecido com os de praça, se não fosse feito por um metal gelado. "Quem sou eu para desmascarar o que o Gênio quer guardado á sete chaves?!"

"O que quer dizer, Penelope?"

"Que o Reid precisa que algo fique escondido, Lize. E de qualquer jeito, eu passo muito mais tempo naquelas salas com os super-computadores do que na sala da equipe. Não sei sobre o que eles discutem, Lize."

"Mas é sobre a minha vida, Penelope. Eu passei todos esses anos desde que fui adotada tentando saber algo do meu passado, e só vim descobrir algo de útil quando a igreja dona do orfanato onde eu vivi foi demolida. Eu sei que vocês estão investigando a minha vida atrás de algo que possa fazer conexão ou montar o perfil do assassino." A Penelope parecia totalmente chocada com o que eu havia dito.

"Você é... extraordinariamente inteligente."

"Obrigada." Acabo por corar com as palavras complicadas e engraçadas da García.

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