Cap 44 - Entre Vidas

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A porta pelo lado de fora estava praticamente destruída por tantos Sinais e tentativas de abertura na base do aço de um machado que o bruxo tinha encontrado para arrombar.

Mas o feitiço de reconstrução e também de raízes cobriram metade daquela destruição.

Quando o ritual foi finalizado, e Geralt sentiu que sua outra metade estava vazia, um sentimento frio e desolador lhe invadiu, fazendo-o cair de joelhos e perder a força até para poder se levantar. Havia uma tristeza enorme pesando em seu peito. E foi assim que o encontraram quando a passagem foi aberta.

— Geralt de Rívia. — chamou-o Agnes em tom muito calmo — Está feito.

O alfa então levantou seu rosto, e logo sua visão foi para o corpo ensaguentado do bardo ali na plataforma de pedra. Não se mexia, e não transmitia nenhum sinal de calor ou vida.

Nem da cria em seu ventre havia alguma vitalidade.

— Você nos prometeu uma solução!! — rugiu o bruxo, seus olhos vermelhos pelo choro contido.

— Por favor, acalme-se bruxo. Nada vai se resolver ficando dessa maneira. Às vezes... Coisas podem dar errado.

O olhar de ódio que Geralt lhe deu a fez recuar um pouco, mas algo no rosto da feiticeira indicava um divertimento, o que deixava o sangue do alfa fervendo ainda mais.

— Antes que faça alguma coisa, lembre-se de que está cercado por magos e feiticeiras muito capazes. — alertou ela.

O bruxo olhou ao redor, calculou onde havia pontos fracos e fortes. Seria mais fácil se estivesse com seu medalhão para poder sentir de onde cada poder vinha, mas naquele momento, ele era como um cego em meio a uma floresta de espinhos.

— Mantenha sua dor bem onde está, senhor de Rívia. Soltá-la como um selvagem não vai adiantar de nada. Você pode estar pensando agora que não tem nada pelo que lutar mais, mas não se esqueça que há uma cria de vocês dois que espera pela sua proteção.

Geralt a praguejou mentalmente, pois logo entendeu que aquela ômega tinha lido seus pensamentos e estava vulnerável demais para negar sobre isso. Era verdade, em um momento ele pensou que não tinha mais nada pelo que viver, mas tinha sim, e mesmo com essa dor em seu peito que enervava a cada vez que via o bardo inerte ali na pedra, mesmo assim ele se conteve e abaixou sua cabeça.

— Me deixe sozinho com ele. — pediu.

— Sinto muito, mas não posso fazer isso. — disse a feiticeira.

Triss que estava logo ali atrás deu um acenar de cabeça negativo para o alfa para que ele não fizesse nenhuma besteira.

— Você... Seu próprio irmão... — a acusou.

— Como Agnes disse, foi para um bem maior. Siga o conselho dela, acalme-se. Tudo vai melhorar em alguma hora.

— Vocês o mataram. Mataram meu filho... Prometeram uma solução... — Geralt cerrou os punhos, suas lágrimas caindo agora sem parar num choro silêncioso.

De repente, Agnes bateu palminhas, pegou algo de seu bolso de forma animada e se aproximou do bruxo, pegando-o de surpresa e recolhendo algumas lágrimas de forma tão rápida que mal teve tempo do alfa pensar em afastá-la.

— Prontinho! Agora podemos prosseguir.

— O quê? — Geralt perguntou confuso.

— Me desculpe por não ter que falar nada à você ou à ele, mas eu precisava fazer, era nescessário para que todo o feitiço desse certo.

— Explique, agora! — exigiu o bruxo.

— Está bem, está bem... Bom, eu realmente matei seu amado Visconde, e também seu futuro bebezinho. Ambos estão realmente mortos. Mas, também não estão.

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