Cap 14 - Escolhas

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A volta, assim como foi a "caçada", não teve recompensas. Muito pelo ao contrário, a mulher ficou revoltada ao saber que seu marido havia lhe trocado por uma espécime rara e híbrido de silvano fêmea. E que o marido até roubava suas jóias para poder presenteá-la por conta de seus talentos em lhes fazer mais... Satisfeitos.

Pensaram que o bruxo estivesse inventando história para humilhá-la ao invés de declarar a moça como uma viúva, vítima de um monstro que havia lhe separado de seu amor.

Mas no fim, após uma bela troca de palavras não tão belas assim vindas da sogra da moça, que também não acreditava que seu filho pudesse ter feito uma coisa dessas, tanto Geralt como Jaskier foram parar ao relento, sem eira e nem beira.

O que restou para ambos terem que acampar na caverna em que morava Anomalya.

— Queria ter visto como ela era. Devia ser muita linda. — comentou o ômega, agora como Jaskier, já que tinha voltado ao normal assim que acordara do nada sendo expulso e tendo suas coisas jogadas no chão de terra em frente a casa das duas mulheres.

Coitado. Para si ele estava dormindo e estivera assim o tempo todo, mal sabia ele que, por ter sentindo intensamente o estranho desejo de posse sobre o bruxo, havia despertado seu outro lado, e atacara a moça "viúva" no meio da noite, tentando fazê-la em picadinhos e também vagado pelo vilarejo até parar na região onde habitava a cria de Torque.

— De fato. Era uma raridade. Exótica, mas muito bonita. — concordou Geralt, caminhando ao lado dele.

— Hm. — murmurou se sentindo incomodado pelo comentário do bruxo — Pelo menos você descobriu alguma pista de onde podemos conseguir nossa liberdade?

Agora foi a vez do bruxo sentir-se incomodado, ter que falar sobre aquilo... Bem, não podia também deixar de responder, já que o bardo era o mais interessado e não ia lhe deixar em paz se ele não respondesse.

— Algo com pessoas vestindo negro, e ir pro sul e coroas com pedras obsidianas. — respondeu consiso, sem querer se prolongar mais.

— Hm... Isso é curioso. Para o sul há Nilfgaardianos.

— Pensei nisso também. O que significa que teremos problemas. — comentou o bruxo.

— Ou não. É só não entramos no seu caminho. Mas... Há tantos lugares no sul. A silvana devia dar mais detalhes... Tipo, em que cidade ou província. Temos um norte, mas o problema está em que este norte é bem vago. Vamos demorar mais do que sete meses. E não tenho mais que isso de tempo.

— Seguindo os rastros certos, vamos achar até menos da metade do prazo. — respondeu o bruxo, fazendo o moreno arquear uma sobrancelha para o mesmo.

Geralt estava estranhamente com um pouco de humor bom naquele momento, e tudo por conta de que agora ele tinha uma direção, mesmo que vaga, mas isso lhe trazia um certo alívio. Mas também tinha o fato sobre a filha do Torque, e por saber que até ele, um silvano, tinha conseguido de certa forma construir uma família. O bruxo ficou imaginando como seria a criança no ventre do bardo. E como seria um paraíso ter o moreno lhe mirando apaixonado ou lhe desejando como ele lhe desejava. Como estavam ligados pela marca da mordida, é claro que Jaskier sabia sobre como ele se sentia, então sabia que só bastasse um sim dele, e o bruxo lhe levaria até o fim do mundo para viverem juntos e em paz longe de tudo e de todos.

— Jaskier? — chamou-o preocupado, vendo o mesmo cambalear um pouco.

— Estou bem... Não se preocupe. É só que... De repente senti uma grande moleza no corpo...

— Suba em Plotka então. — disse o bruxo, sua boca falando mais rápido que sua mente. E percebendo o olhar confuso do outro sobre si tratou logo de se corrigir — Ou então continue a pé. — disse, fanzedo seu grosseiro tom costumeiro.

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