Contos de fadas sempre fora algo plausível para (Nome), principalmente ao se casar com Yuji Terushima, o qual jurava fazer dela o que sempre sonhou.
Isso era o que ela acreditava, e até certo ponto poderia se dizer que ele o fez, até a descoberta qu...
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As vezes eu penso no tipo de pessoa que seria se tivesse ficado no Mishigan...
Eu chuto que um alguém superficial. Afinal, é o que torna alguém escravo de opiniões alheias dentro de uma cidade pequena.
Você se prende ao passado, na mesmice da vida de quando nasceu e cresceu no mesmo bairro, com os mesmos colegas de ensino médio, a mesma rotina, as mesmas pessoas, os mesmos lugares, ao mesmo caminho até a casa, enfim, à mesna vida pacata de sempre.
Eu não sirvo pra isso, não gosto de ser assim, gosto de ter meu próprio destino, gosto de evolução, mudança, de ter idéias radicais e crescer como pessoa, de ser quem sou independente do que dizem, e foda- se o que eles dizem, contanto que façam bem longe de mim.
E naquela noite de luar, na minúscula varanda do meu apartamento, um vento previsivelmente gelado bateu em meu rosto, Moon River -Frank Sinatra tocando ao fundo num volume baixo, sentindo o sorriso de Akashi na minha direção, eu bati levemente a minha taça de vinho contra a dele, nunca me senti tão leve, não só isso, eu estava em paz, feliz, finalmente encontrei o que eu procurava a vida toda.
Akaashi com o tempo se tornou uma das melhores companhias que eu poderia ter, eu me sentia privilegiada de tê-lo por perto, e parecia ser algo mútuo.
-Hum -Ele murmurou quando terminava de descer um gole da bebida, se virou para mim em seguida terminando a frase. -O que houve com seu celular? Eu te liguei ontem mas você não atendeu.
-Eu esqueci de avisar -Peguei o aparelho novo em folha no bolso e o levantei gesticulando com o mesmo -Eu troquei de última hora.
-Deixou cair na privada?
-Não, eu... -Pigarreei voltando a vislumbrar a vista da cidade, eu estava sem jeito de dizer a verdade, mesmo sabendo que ele me faria desembuchar de qualquer jeito -Eu quebrei ele na mão, socando ele no armário da escola.
Akaashi se virou pra mim, as sobrancelhas franzidas.
-Você é louca -Ele levou a taça até os lábios, um tanto indiferente.
-Eu não vou discordar. -Ri anasalado para ele, em seguida um silêncio confortável se fez presente.
Akaashi me deixava bem, eu me sentia confortável com ele, quase como um porto seguro, pensava em um dia poder contar exatamente o que aconteceu entre mim e Yuji, não que seja um segredo, mas é doloroso demais falar sobre, aquilo era a maior causa do meu caos interior.
-Hei, (Nome)... Por que fez isso? -Ele não olhava pra mim, eu notei então que sua visão estava focada em um só lugar, um outdoor de propaganda luminosa, divulgava um time de vôlei um tanto famoso no Japão.
-Digamos que meus problemas vieram da mesma fonte da solução deles. -Disse me virando, eu encostei minhas costas contra o suporte da varanda, ele seguiu meu olhar até as crianças que assistiam Pokemon na televisão tranquilamente, ele entendeu o que eu quis dizer.
