Straight in the Throat|Jujutsu Kaisen

One; Promessa

[Itadori Yuuji]

EU ERA UM monstro, todos diziam isso para mim. 

Desde pequeno uma voz me acompanha sempre, dizendo coisas horrível que muitas vezes não posso suportar. Sempre vivi minha vida normalmente, como qualquer outro, a única coisa que me diferenciava era aquela maldita voz.

Foram aos meus 5 anos que ela se manifestou, e aquele foi meu primeiro ataque. Me lembro de estar em casa com alguns amigos jogando algum tipo de jogo, e de repente, algo me disse para eu machucá-los. Eu era muito pequeno para entender, e apenas fui fazer o que me disse, e então, vi sangue. E fiquei traumatizado. O garoto gritava em minha frente, pedindo socorro, e eu apenas conseguia olhar para ele assustado, e totalmente paralisado. Minha mãe subiu as escadas correndo como nunca, e gritou assim que abriu a porta, vendo o garoto se contorcer no chão, e eu, seu filho, com as mãos cheias de sangue. Desde aquele dia, tomei trauma de sangue.

Depois daquele dia, nos mudamos para outra cidade, e ela me ensinou a controlar aquela voz, me contando que eu não precisava me preocupar, apenas me acalmar e dizer não a ele, ficar forte, e relaxar. Desde então, fiquei cada vez mais forte, e sempre me contendo com aquela voz, cada dia mais irritante. Tudo ia bem, até aquele dia, o dia que eu vi minha mãe a beira da morte.

Chegava da escola, estava feliz, indo mostrar um desenho que tinha feito na aula de artes, com meus 8 anos, olhava para a folha com um grande sorriso, me sentindo um artista profissional, mas aquele sorriso durou pouco, ele se apagou assim que cheguei na porta de casa. Vi sangue, meu coração acelerou, tremia feito um louco, e quase vomitei. Mesmo com o cheiro de sangue, entrei em casa, e minha mãe tremia no chão, quase desacordada, pensei que ia desmaiar ali mesmo, enquanto via minha mãe morrer, gritando por seu nome, mas ao seu lado, chorando enquanto sacudia seu corpo, ela apertou meu braço, dizendo que tudo ia ficar bem, e antes de fechar os olhos por completo contou uma história. Naquele dia eu soube quem era meu pai. 

Era culpa dele, tudo. Eu apenas escutava o barulho das sirenes enquanto apertava o carpete com força, lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas não estavam nem aí, a única coisa que se passava em minha mente era vingança. Queria vingar minha mãe, por culpa do meu próprio pai, minha mãe estava morta, e eu tinha um demônio dentro de mim. 

Se eu o encontrasse, tinha total certeza que o mataria, não me importava mais. E então, enquanto escutava a risada do demônio que residia dentro de mim, o aperto em meu braço se foi, e assim que me virei, ela sorria para mim. Suas últimas palavras eu nunca esqueci.

  Seja bom, não machuque ninguém.

Apenas com aquelas poucas palavras eu entendi que não podia fazer nada, por minha mãe, eu não iria procurar vingança, eu fiz a promessa de nunca machucar ninguém, onde eu estava com a cabeça? Machucar aos outros a quebraria. Eu era um idiota mesmo.