Direto na garganta, vá direto na garganta. Desde pequeno tinha essa voz dentro de mim, que tentava me levar ao mal caminho assim que alguém fazia algo que eu não gostava, mas nunca caia em sua lábia.
Não, não, não, não engasgue, vá direto na gargan...
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[Autora narrando]
GOJO CONTINUAVA A observar Yuji, esperando impacientemente por uma resposta, enquanto o rosado digamos que recolhia os restos mortais de seu avô, após ser cremado. Yuji mantinha uma cara abalada, e ao menos se importava, porque continuava a pensar na merda que seu avô havia lhe enfiado após fazer aquela promessa. Queria ir para casa, sentir a dor da solidão, e chorar. Ah, como queria chorar.
Era o que mais desejava no momento. Chorar. Mas do que aquilo adiantaria? Não traria seu avô de volta, e muito menos faria se sentir melhor, apenas se sentiria cada vez mais idiota.
- Seu avô morreu?- Gojo perguntou se aproximando
- Hum- deu um leve balançar de cabeça
- Sinto muito que isto esteja acontecendo bem no momento que você come o dedo se Sukuna, e sei que quer ficar sozinho e tudo...mas eu preciso de uma resposta
- Tá com um dedo aí?- suspirou, largando o pote onde residia o restante do avô em cima da mesa- Passa pra cá
Pegando o dedo, mal pensou duas vezes ao colocá-lo na boca, e o engolir de uma vez. Sentiu a longa unha escura rasgar suas garganta, mas mal se importou com a dor, sentindo o gosto amargo do sangue, se misturar com o gosto de mofo que tinha aquele dedo. Realmente, aquilo não chegava muito perto de algo bom para se comer, se parecia mais com merda, mas tinha que engolir, fazer o que. Cambaleou até a parede, procurando sustento enquanto sentia seu coração acelerar, as pernas tremerem e a cabeça latejar. Os pés formigavam, e Itadori pensou que iria desmaiar, sentindo seus olhos quase revirarem. Sentia que Sukuna queria o dominar, mas com o resto de força que lhe restava, rangeu os dentes, tomando controle, mordeu os lábios e soltou um leve sorriso, enquanto Gojo se aproximava, pensando ter que interferir.
Antes que o Satoru pudesse chegar mais perto, levantou a cabeça, com a língua para fora, enquanto segurava o pescoço, sentindo uma ardência no estômago.
- Ahh, credo, que nojo! Não lembrava ter um gosto tão ruim
Itadori apenas riu levemente, ainda sentindo aquele desconforto, e mordeu a língua, tentando afastar aquela dor. Sukuna parecia rir de si, o alfinetando com dores agonizantes pelo corpo, que fingia não as notas, apenas as guardando profundamente dentro de si, a espera que Gojo não notasse.
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