Toda ação tem uma reação.
Tenho uma vasta lembrança da pessoa que disse tais palavras, era um grande estudioso. Físico, se não me engano.
Lembro de perguntar o que ele queria dizer que aquelas palavras, e lembro de suas explicações e seus cálculos comprovando tudo.
A única coisa que não me lembro é de seu nome.
Nathan...
Newtan...
Algo assim.
Ele me dizia que tudo o que fazemos gera uma reação. Quando estamos andando, empurramos o chão para trás e este nos empurra para frente. É um tanto peculiar, mas na cabeça dele essa frase fazia sentido.
Outro exemplo é quando socamos a parede, esta nos devolve a dor que – supostamente – causamos a ela. Me lembro de perguntar ao New-alguma-coisa se ele não estava passando muito tempo sozinho.
Quando falamos algo à alguém, esta reage de formas variadas dependendo do que contamos à ela. Penso que esse foi o único exemplo que finalmente teve sentido. Eu estava realmente preocupado com a saúde mental do tal New-alguma-coisa.
"Mas por quê você está falando disso?" Você me pergunta.
Partindo do princípio de que toda ação tem uma reação, voltemos ao que aconteceu antes da minha narrativa sobre um físico que viveu há décadas atrás.
Ainda se lembra?
Isso mesmo, Cloe me disse que estava namorando com Alan.
"E o que isso tem a ver com a lei da ação e reação?"
Tem a ver, meu caro pimpolho, que ao ouvir tais palavras de uma mulher que eu estava – irrevogavelmente – apaixonado, eu fiquei completamente petrificado. Em outras palavras, sua ação acabou tirando minhas reações.
Acho que sua lei está um pouco equivocada, Nathan.
Eu não consegui formular sequer uma frase coerente, porque minha mente ainda estava tentando entender o que estava acontecendo enquanto procurava uma resposta para aquilo.
— Andrew?
Assim que meu nome foi chamado, finalmente a olhei nos olhos, com a esperança de que eu tenha escutado as palavras erradas.
— Desculpe, o que disse?
— Que Alan e eu estamos namorando – respondeu. – O que houve com você? Ficou pálido de repente.
Ah, nada, é que eu meio que já fiquei de vela o dia inteiro, nada mais justo que assumir a cor da cera branca também.
— Não foi nada – lhe respondi forçando um sorriso, que logo foi retribuído por outro da parte dela. – Há quanto tempo estão juntos?
— Ah, nós nos resolvemos hoje – começou, se recostando no banco. – Ele disse que queria tentar algo sério comigo.
Ela sorria.
Por que ela estava sorrindo?
— Você o ama?
Honestamente? Eu tenho muito medo da resposta que virá. Passei minha vida inteira acreditando que eu era a única pessoa que poderia fazer as pessoas se apaixonarem por outras e não estou pronto para ouvir que a única pessoa com que me apaixonei em muito tempo, subitamente, está amando alguém sem que eu interfira.
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Poor Cupid
Fantasy[CONCLUÍDA] Andrew Baker, como gosta de ser chamado, se vê entre ajudar as pessoas a encontrar o amor, e lidar com sua própria paixão por Cloe Johnson, o que não é uma tarefa fácil considerando que ela iniciou um relacionamento com um antigo amigo. ...