Na manhã seguinte, Elisabeth e seu marido nos convenceram, ainda cedo, a arrumar a casa. Por conta da correria do dia anterior atrás de Alan, a mulher acabou derrubando alguns copos e panelas no chão.
Mesmo que isso seja um argumento um tanto válido, sei muito bem que os anfitriões só usaram isso como uma desculpa para que tivessem mais mãos os ajudando na limpeza.
— Pode pegar aquele balde com água para mim, rapaz? – Anthony pediu.
Num canto isolado estava Cloe, que parecia estar limpando o chão em modo automático. Seus movimentos eram lentos e a cabeça sempre abaixada.
— Tudo bem aí, Cloe? – me aproximo.
Minha chegada súbita deve tê-la assustado, pois teve um leve sobressalto quando me ouviu.
— Andrew! – disse, um pouco alto. – Oi, o que faz aqui?
— Ajudando na limpeza? – perguntei, em tom óbvio.
— Oh, sim, a limpeza... – bateu a mão na testa, o que foi uma péssima ideia visto que suas mãos possuíam sabão. – Ah mas que droga!
— Caiu no olho? – me aproximo mais.
— Não... quero dizer, sim...
Fui o mais depressa que consegui para a pia mais próxima e coloquei água num copo, logo voltando e entregando a ela.
— Parece que algo está roubando sua atenção hoje – pondero.
— Sim, algumas coisas sem explicação estão acontecendo – disse, terminado de limpar os olhos.
— Essas coisas envolvem Alan?
— Não, claro que não – virou-se para mim. – Não é como se tudo de ruim na minha vida fosse causado por ele.
Okay... para que Cloe dê uma resposta assim, algo realmente estava errado. Teria isso a ver com o que aconteceu ontem?
— Me desculpe, Andrew, não quis ser rude.
— Sei que não fez de propósito, não se preocupe – afirmo. – Posso ajudar você com seu problema?
— Acredito que não. Não importa, Não é algo tão importante assim – me ofereceu um sorriso.
Quando você vai entender que tudo que envolve você é importante para mim?
— Sendo assim — digo –, posso ajudar a senhorita a limpar aqui?
— À vontade!
Depois de tudo limpo, fomos aproveitar o tempo antes do almoço para descansar. Já que ajudamos com a limpeza, os Johnson's nos deram uma espécie de folga.
Aquela semana, apesar de levemente conturbada, estava sendo ótima. Há muito eu não me permitia descansar e curtir um pouco. É certo que eu ainda tenho que "trabalhar", mas no momento, prefiro não pensar muito nisso.
Ao olhar para o lado, deitado numa rede, vejo dois jovens conversando um pouco distante dos demais. Lembro seus nomes por conta do jogo da noite anterior.
— Acho que vamos ter um casal formado hoje – disse a mim mesmo, já me levantando e indo até lá. – Olá – os cumprimento, com um sorriso amigável.
— Olá... Andrew, não é? – pergunta Alana.
— Sim. Você é... Mark, certo?
— Isso aí.
— O cara das flores azuis e espinhos vermelhos – complemento, sorrindo.
— Não vai esquecer isso tão cedo, não é, cara?
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Poor Cupid
Fantasy[CONCLUÍDA] Andrew Baker, como gosta de ser chamado, se vê entre ajudar as pessoas a encontrar o amor, e lidar com sua própria paixão por Cloe Johnson, o que não é uma tarefa fácil considerando que ela iniciou um relacionamento com um antigo amigo. ...