Depois de um tempo bebendo, Carla acabou ficando muito agitada e tivemos que chamar seu irmão – que até então eu não sabia que também estava ali – para levá-la para casa.
Depois de pagar por tudo, minha mãe e eu voltamos para o meu apartamento, ela dizia que queria tomar uma água antes de voltar para sua casa.
Admito que sair com ela me fez bem, eu estava num estado péssimo e essa distração veio em uma hora perfeita. Conversar com Carla também foi agradável. Acho que o álcool a fez esquecer que estava me perseguindo.
— Que noite agitada – disse me jogando no sofá.
— Você chama isso de agitada? – senta ao meu lado com um copo de água em mãos – Deveria ver as festas que vou.
— Não obrigado. Não estou a fim de saber o que você faz nessas festas.
— Que bela imagem você tem da sua mãe.
Ela sorriu e eu mudei de posição, colocando minha cabeça em suas penas. Há muito tempo eu não ficava sozinho com minha mãe, havia me esquecido da sensação de ser acolhido.
— Obrigado por vir, mãe.
— Não precisa agradecer. – Ela estava agora acariciando meus cabelos. – E eu gostei daquela sua amiga – sorriu.
— É, ela estava de bom humor. Mas não se engane, ela é uma stalker, aposto que me seguiu até lá.
— Ela não seguiu você – disse simplista. – Eu a chamei.
O que?
— O que? – me sento. – Você a conhecia?
— Sim. Por acaso, escutei Hermes falando que havia uma mulher com muito interesse em você. Pensei que seria bom você se aproximar dela, assim pode esquecer Cloe.
Eu ouvi direito?
Minha mãe armou um "encontro" para mim e Carla? Só pode ser brincadeira...
— Mãe, Eu agradeço a sua preocupação, mas você sabe que eu não tenho interesse nela. – Minha cabeça começou a doer.
— Mas você não pode ao menos tentar? Não é justo que Cloe esteja feliz e você esteja aqui se martirizado por causa dela.
Ok, nesse ponto ela tem razão. Mas como eu poderia me relacionar com uma pessoa, apaixonado por outra? Isso é inconcebível.
— Nada garante que ela está feliz.
O que eu estou dizendo?
— É mesmo? Quer sair e ver com quem ela está sorrindo ali naquela praça?
Meus argumentos sumiram. De fato Cloe estava feliz e eu era o único sofrendo por isso. Não que ela tivesse culpa alguma, mas como minha mãe disse, isso não é justo.
— O que quero, filho, é que você seja feliz. Pense nisso.
Lhe ofereço um sorriso pequeno, e ela deixou um beijo sereno sob meus cabelos antes de sair. Ao ouvir o som da porta se fechando, me deito novamente, olhando para o teto e pensando no que ela me disse.
Ela estava certa, de todo modo. Eu não poderia me deixar ficar tão abatido por causa do que estava acontecendo. Mesmo assim, eu não me imagino em um relacionamento com alguém no qual não sinto nada.
Carla, diferente do que eu imaginava, é uma mulher legal, cheia de vida e muito alegre, mas eu não sentia por ela o que sentia por Cloe, e isso me perturbava.
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Poor Cupid
Fantasy[CONCLUÍDA] Andrew Baker, como gosta de ser chamado, se vê entre ajudar as pessoas a encontrar o amor, e lidar com sua própria paixão por Cloe Johnson, o que não é uma tarefa fácil considerando que ela iniciou um relacionamento com um antigo amigo. ...