Estou aqui.

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Narrado por Draco Malfoy

_ Apenas não me odeie.

Por que eu odiaria? Esse garoto é tudo para mim, não vejo algo que possa me fazer odia-lo.

Fiquei apavorado no momento em que o vi em frente a minha porta, chorando desesperadamente, vi o rosto lindo e sorridente do meu garoto banhado por grossas lágrimas. O que me despedaço, não consegui entender o porquê? O que aconteceu para deixa-lo assim?

Agora o mesmo está me dizendo que se me contar, ele espera que eu não o odeie. Mas, estou pronto para escutar qualquer que seja as coisas que ele tem a me dizer, sem lhe julgar, apenas ouvi-lo.

Como posso julga-lo quando ele me parece mais vítima que culpado? Como posso julga-lo quando ele está prestes a me contar coisas sobre ele? Como posso julga-lo quando ele está a ponto de abrir-se para mim?

_ Não irei. Tenho certeza que não importa o que irá me contar, não vou te odeiar.

Ele suspirou, sentou-se um pouco afastado de mim, ele não quer que eu o toque? Por quê?

_ Hazz...

_ Eu vou contar. _ Falou, puxando as pernas para abraca-las e depósito a cabeça sobre os joelhos.

_ Não quero que se sinta pressionado, se não se sentir confortável para contar, não precisa. _ Garanti.

_ Como posso começar? _ Perguntou, mas, foi mais para si mesmo.

_ Por onde preferir.

_ Como sabe sou Harry James Potter, tenho 18 anos. _ Ele não deixou de rir e pensei em fazer algo muito mais idiota.

_ Eu sou Draco Lucius Malfoy, tenho 20 anos. _ Seu lindo rosto se contorceu em uma bela careta, ri, isso foi idiota demais.

_ Draco seu grande idiota, quer me deixar continuar ou vai fazer mais uma gracinha? _ Questionou me olhando, assenti para que o mesmo continuasse.

_ Meus pais morreram como eu já lhe disse, morreram de um acidente de carro, e sou o único culpado. _ O olhei confuso, porém, não o interrompi. _ Foi no meu aniversário de cinco anos, eles foram comprar bolo para mim, pois, eu queria um bolo da cor rosa e o que haviam comprado era vermelho. Por conta do meu capricho idiota, eles sofreram um acidente.

_ A culpa não é foi sua, Hazz... Apenas aconteceu uma triste desgraça.

Ele sorriu.

_ Se eu não tivesse feito birra, eles não teriam saído. Entenda, Draco, eu fui o culpado pela morte das únicas pessoas que se importavam com minha existência. Eu fui quem recebeu a notícia da morte deles, meus pais já estavam separados, minha mãe já tinha outro companheiro, era para o meu padrasto estar cuidando de mim naquele dia mas ele não estava, ele estava bebendo em algum lugar com os amigos.

Que tipo de pessoas deixam uma criança sozinha no dia de seu aniversário, uma criança de cinco anos? E que tipo de pessoas dá uma notícia tão dolorasa para uma criança? Ele era uma criança. Não precisava saber da notícia de uma forma tão direta.

_ Eles apenas disseram:

_Tem algum adulto em casa? _ Ele riu. _ E quando respondi que não, apenas falaram:

_ Seus pais estão mortos. Ocorreu um acidente e não sobreviveram. _ Torci o nariz e tentei me aproximar para abraca-lo, ele recuou.

_ Tudo que pude pensar é que eu não podia chorar, não podia chorar. Eu era o culpado e minhas lágrimas não mudariam isso. Sabe porquê eu não deixo meu sorriso morrer?

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