Cúpido.

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O dia do encontro chegou e Atsumu estava prestes a ter um ataque cardíaco. Havia passado no museu de manhã para me perguntar se estava tudo certo e se não tinha nenhum problema.

– Na verdade, não tem como você ter seu encontro aqui, esqueci de pedir ao meu chefe e de avisar os seguranças. – Falei brincando.

– Suna.. – Chamou baixo porém nervoso. Ele estava pálido. – Por que está tudo ficando preto?

Sim, ele quase desmaiou.

– Atsumu é mentira! Desculpe! Está tudo certo, perfeito, se recomponha! – Sentei ele em uma cadeira e comecei a abanar desesperado. Aos poucos ele foi se recuperando.

– Sunarin, não se brinca com um homem apaixonado sobre um coisa assim!

– Sinto muito, eu não sabia que você estava tão nervoso assim. – O ajudei a levantar e entreguei o papel com o pequeno roteiro que montei sobre onde deviam ir e o que comentar sobre quais obras.

– Rin – Atsumu chamou sério segurando com força o papel enquanto lia. – Ele é o homem da minha vida! Se eu quiser impressiona-lo – Sacudiu o papel. – Preciso disso!

– Certo, seu dramático apaixonado. – Revirei os olhos. – Ai está tudo o que precisa.

– Obrigado por ajudar a conquistar minha alma gêmea. – Sorriu e se preparou para me abraçar mas o impedi. – Oh, 'Samu virá te ajudar a fechar o museu pois ele vai montar um piquenique para mim.

– Aquele idiota sabe muito bem que não pode comer aqui dentro. – Cruzei os braços lembrando de quantas vezes repeti isso a Osamu. Ele teria esquecido ou apenas me ignorado?

– Em nome do amor, Sunarin! – Atsumu se ajoelhou com as mãos unidas, pessoas que passavam olhavam para cena e eu quis soca-lo.

– Pelo amor de Deus, Miya! Levanta essa bunda do chão! – O puxei para cima pelos braços. – Pode fazer o lixo do seu piquenique mas não vai ser perto de nenhuma obra de arte do museu.

– Mas o romantismo..

– Se falar da droga de romantismo, amor, paixão ou qualquer outro clichê merda desses, eu juro que te chuto daqui! – Ameacei e ele bufou. – Vou dar um jeito, apenas decore o roteiro e saia daqui.

Atsumu concordou com a cabeça e saiu quase correndo, ele estava ansioso que qualquer um com meio neurônio poderia perceber. Agora, precisaria achar um lugar onde ele e sua "alma gêmea" pudessem comer sem correr o risco de estragar qualquer peça caríssima que havia aqui. Foi então que me lembrei da pequena sacada, que os visitantes chamavam carinhosamente de mirante. Era pequeno, no último andar do museu, em frente ao grande relógio, um pouco difícil de chegar mais nada impossível. Iria servir. O único problema é que eu precisaria guiar Atsumu até lá.

E Osamu.

O museu encerrava as atividades por volta das oito da noite. No dia anterior conversei com meu chefe para que eu ficasse responsável pelo fechamento e a checagem final, tudo com segundas intenções mas ele não precisava saber disso, além disso, ele claramente ficou feliz em poder sair mais cedo e eu sempre fui um bom funcionário.

O dia ia se estendendo tediosamente e quando o relógio do museu indicou que eram seis da tarde pontualmente recebi mensagem de Osamu dizendo que estava vindo e também de Atsumu perguntando qual camisa usar pois "o senso de moda de Osamu é uma porcaria". As pessoas começavam a ir embora, outras ficavam na parte externa onde uma linda fonte de mármore cercada de anjinhos pelado de mármore enfeitava um pequeno canteiro de rosas. O museu sempre foi o lugar mais lindo dessa cidade e parando para pensar, provavelmente o mais romântico também, o que de certa forma é meio triste, mas observar aquelas pessoas tirando fotos ali e sorrindo, é aconchegante.

Entre quadros e esculturas - OsasunaOnde histórias criam vida. Descubra agora