Boa notícia: Ninguém descobriu o que aconteceu na noite anterior então não fui demitido.
Má notícia: Osamu quer que eu monte um cronograma tour para ele igual o que fiz para Atsumu, pois sim, Akaashi está vindo para a cidade a trabalho e Osamu quer surpreende-lo.
Pelo menos ele teve o senso de não me pedir para usar o museu após o horário permitido. O que acontece é que Atsumu disse que o encontro deu muito certo apesar de tudo e Sakusa amou, então Osamu achou que seria uma boa idéia também, pois se funcionou com um tinha que funcionar com o outro.
– Eu monto um tuor para vocês. – Disse a contragosto, provavelmente veria os dois se beijando em pleno meu local de trabalho. – Mas sem piqueniques e muito menos lembrancinhas roubadas.
– Tudo bem, Rin – Ele sorriu. – Obrigado pela ajuda. – Ele se virou e saiu animado e eu tentava esconder minha tristeza.
– Oi Sunarin! – A voz inconfundível de Atsumu me alcançou. – Sakusa e Komori estão tendo um momentos de primos. Cadê 'Samu?
– Ele acabou de sair.
– Que seja. – Deu de ombros. – Ei Sunarin, posso te fazer uma pergunta?
– Não. – Respondi sem olha-lo. Sentia que não ia gostar.
– O que acha do 'Samu, hein? – Atsumu se fazia de desentendido mas eu sabia onde queria chegar.
– Por que o interesse repentino na minha opinião? – Contornei.
– Nada demais. – Atsumu estava escondendo algo, seria sobre a vinda de Akaashi?
– Olha, se for sobre Akaashi vindo para cá, não se preocupe, eu sei disso, e não é estranho. – Informei para encerrar o assunto.
– O quê? – Arregalou os olhos e falou um pouco alto demais. – Keiji está vindo? Bokkun vem junto?
– Espera.. – O encarei surpreso. – Você não sabia?
– Não! – Bateu as mãos no balcão. – Vim aqui tentar te empurrar para cima do 'Samu pois Omi disse que vocês se gostam e não percebem!
– Atsumu?! – Gritei e ele cobriu a boca com ambas as mãos como quem deixa escapar algo sem querer. Era obvio assim? Espera! Vocês?
– Não conte a Omi que eu disse isso. – Implorou rápido. – Não é minha intenção me intrometer na vida amorosa de vocês, mas Omi disse aquilo e eu pensei que se pudesse criar um clima entre vocês seria como um agradecimento por ontem e se não acontecesse nada tudo bem porque pelo menos vocês tiveram uma chance. – Atsumu falava rápido com medo de que eu fosse gritar ou bater nele, provavelmente iria se não ficasse ocupado tentando absorver as informações.
– Mas ele já gosta do Akaashi. – Disse balançando a cabeça em negação e voltando ao trabalho.
– Ele ainda está nisso, ugh. – Resmungou baixinho mas eu ouvi. – Mas você gosta dele, Sunarin?
– Atsumu... – Suspirei entregando minha resposta. – Não faça nada, ok?
Ele levantou as mãos em sinal de rendição e ficou mais um tempo ali conversando sobre como Komori e Sakusa eram diferentes e como ele nem ao menos sabia que eram primos. Foi uma boa distração da situação toda. Logo, ele foi embora e eu encerrei meu turno também. Fui direto para casa, precisa fazer uns bons desenhos para melhorar meu humor. A casa estava vazia, Komori devia ter saído com o primo, o que me permitia ouvir música alta e usar roupas largadas para pintar um grande quadro. Infelizmente, só tinha uma única ideia inspiradora.
Arrumei o cavalete e me sentei no banquinho. Respirei fundo tentando me concentrar e deixei a melodia de "Moonlight" do Chase Atlantic invadir meus ouvidos. A imagem perfeita de Osamu na área externa do museu, próximo a fonte, veio em minha mente e ali eu já tinha decidido o que pintar.
Não sei dizer quanto tempo fiquei entretido com minhas tintas, também não sei dizer quanto tempo Komori estava encostado na porta me olhando, mas sei que quando percebi, me assustei. Komori riu e entrou no cômodo se jogando em cima da cama.
– Belo quadro. – Comentou e pude sentir o sorriso presunçoso que acompanhava a fala. – Devia expor.
– Só cale a boca. – Tentei não me incomodar com a provocação.
– Então, sempre achei você e Kiyo parecidos – É verdade. Motoya sempre comentou o quanto eu e seu primo poderíamos nos dar bem. – Só não imaginava que eram tão parecidos a ponto de gostarem de pessoas iguais. – Aí estava a piada.
– Não são iguais. – Resmunguei. Sim, tinham o mesmo rosto, mas jamais Atsumu chamaria minha atenção. Não no bom sentido.
– Então, não nega que gosta do gêmeo quieto. – Komori sorria como o gato de Cheshire.
– Não ia adiantar, ia?
– Não ia. – Ele rolou na cama e se sentou. – Kiyo acha que ele gosta de você também.
– Sakusa gosta de mim? Achei que ele namorava Atsumu. – Me fiz de desentendido mas Komori atirou uma almofada em mim.
– Osamu! Osamu gosta de você! – Gritou. – Você é um pé no saco, Suna. – Bufou voltando a se deitar. – Por que não leva ele ao festival do museu?
– Sem chance. – Neguei sem olhar para ele.
– O festival é em três dias, dá tempo para você convidá-lo e preparar sua declaração. – Insistiu.
– Komori – Chamei e ele me olhou. – Não vai rolar.
Ele murmurou um "você quem sabe" e saiu do quarto batendo o pé. Sim, eu poderia convidar ele, Komori estava certo, era uma boa idéia, se não fosse por aquele pequeno detalhe em especial. Olhei a pintura já finalizada e coloquei em um canto para que secasse. Estava prestes a tomar banho quanto meu celular avisa que recebi uma nova mensagem.
Era bem breve e direta. Também era a desculpa perfeita para usar contra Atsumu, Sakusa e Komori, porque agora eu oficialmente ia ser responsável por guiar os turistas no festival do museu.Por mais que a cidade seja pequena e o museu escondido, todo ano há um festival. Basicamente, a entrada é gratuita e há várias barracas de comida na área externa, além de visitas guiadas, e claro, uma exposição interativa. Esse ano para incentivar a arte, decidiram fazer um concurso de pinturas. Bastava se inscrever no dia mesmo e levar sua obra, alguém da equipe ficaria responsável de arrumar um local na área interativa. Todos podiam participar, inclusive eu.
Mas não ia acontecer. Todas as minhas melhores pinturas eram sobre ele. Ou eu apenas acho que elas são as melhores por motivos óbvios. De qualquer forma, a minha ideia inicial era fazer uma releitura da pintura de "Lilith e Eva" que virá para o museu por causa do festival. Fiquei tão empolgado dois meses atrás quando soube que poderia ver pessoalmente este quadro, ainda estou, mas agora apreciar a pintura vai ser uma tentativa de me alegrar, pois tenho certeza que saberei os detalhes de Osamu e Akaashi.
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oi oi
eu sei que ficou curto mais a próxima vai ser gigante e também a última então preparem-se
Até a próxima~
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Entre quadros e esculturas - Osasuna
Roman d'amourAmantes da arte sempre se sentem incompreendidos e muitas vezes vagam sozinho na busca de um sentindo. Um artista que ama é premiado com o poder de beijar sua maior fonte de inspiração. Mas o que acontece quando um artista se apaixona por um desconh...