O dia do festival estava bem agitado, eu acho até que estava mais agitado do que no ano passado. Ou talvez fosse apenas minha ansiedade me consumindo por saber que a qualquer minuto veria Osamu e Akaashi me pedindo para guia-los.
Dois dias atrás Osamu apareceu no museu levemente desesperado pois descobriu que a viagem de Akaashi tinha relação com o quadro que seria exposto. Então, ele me fez o ensinar sobre tudo o que eu sabia do quadro, o que honestamente era bastante pois tive que fazer várias pesquisas e me preparar para responder perguntas já que seria o guia oficial do museu.
Acho que estava guiando o sétimo grupo quando Atsumu e Sakusa apareceram querendo falar comigo. Enrolei o máximo que pude com os turistas e eles pacientemente continuaram me esperando na entrada.
– Se vieram tentar me jogar para cima do Osamu eu juro que
– Calminha, Sunarin. – Atsumu me interrompeu. – Omi quer ver a tal pintura famosa. Que tal nos guiar?
– Isso parece suspeito. – Apontei o óbvio. Sakusa murmurou algo para Atsumu que apenas sorriu como se não tivesse escutado nada. – Muito suspeito. – Estreitei os olhos.
Como não tinha nenhum grupo programado para agora, decidi que levaria eles até a obra por mais estranho que estivessem agindo. Comecei a explicar sobre a pintura e enquanto Sakusa parecia estar aplicando um teste e me avaliando, Atsumu parecia um suricato claramente procurando algo, ou alguém.
– Olha só quem eu achei por aqui! – A voz de Komori se fez presente. – Kiyo, Atsumu e Rin, como estão? – Atsumu sorriu sacana e Sakusa revirou os olhos.
– A cada minuto vocês parecem mais suspeitos. – Comentei.
– Bom saber que você é inteligente, Suna. – Kiyoomi comentou mas eu não tinha certeza se era por causa das informações sobre a pintura ou sobre o que quer que fosse que eles estivessem aprontando.
– Ei Suna, essa é a tal obra famosa? – Komori perguntou e eu assenti. – Me conta sobre.
– Você odeia história da arte. – Ergui uma sobrancelha.
– Não odeio não. – Reclamou cruzando os braços. Vi de relance Sakusa bater a mão na própria testa. – Ande logo, seu merdinha, é seu trabalho.
Suspirei pesado fazendo minha pior expressão possível mas ele continuava ali me encarando, esperando uma explicação. Então, comecei a falar novamente cada detalhe de maneira mais rápida e resumida. Provavelmente havia errado alguns fatos pois sabia que ele não estava prestando atenção. O negócio é que ele não estava apenas distraído, estava me distraindo e isso ficou claro quando percebi que Atsumu não estava mais conosco.
Antes que pudesse ameaçar deixar Komori dormir na rua pelo próximo ano inteiro fui atraído por um par de olhos azuis escondidos atrás de um óculos de grau. Osamu e Atsumu estavam ao seu lado.
Akaashi.
– Sunarin! – Atsumu chamou acenando alegremente. Eu quis me enterrar no chão.
– Então, esse era o plano? – Sussurrei para Sakusa que deu de ombros.
– Não exatamente.
– Mas é o início. – Motoya disse colocando um braço em volta da minha cintura.
– Que droga você pensa que está fazendo? – Praticamente rosnei as palavras. Ele não respondeu.
– Suna, esse é Akaashi. – Osamu apresentou e eu forcei um sorriso.
– É um prazer conhecê-lo. – Akaashi sorriu. – Osamu falou muito sobre você.
– Ah, eu aposto que falou. – Atsumu comentou e levou dois tapas logo em seguida, um de seu namorado e um de seu irmão.
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Entre quadros e esculturas - Osasuna
RomantizmAmantes da arte sempre se sentem incompreendidos e muitas vezes vagam sozinho na busca de um sentindo. Um artista que ama é premiado com o poder de beijar sua maior fonte de inspiração. Mas o que acontece quando um artista se apaixona por um desconh...