Eu me chamo Texas, mas quando tudo isso começou eu não me chamava assim.
Eu estava atrás de vingança, por todos os anos naquele maldito lugar. Então, eu mesma o-queimei, coloquei fogo no meu passado, com as chamas que haviam se alastrado em mim. Mas nem tudo estava feito, ainda haviam assuntos pendentes, e eu os resolveria e então sumiria do mapa. E eu começaria por especificamente um.
Andei por meio dos escombros do meu antigo lar. O ar ainda estava poluído pelo incêndio que havia acontecido, espero que não tenha causado muitas mortes. Não era minha intenção matar.
Deslizei meus dedos pelo papel de parede queimado, com meu toque foi tudo virando cinzas. Parei em frente a grande porta de madeira. "Sala da diretora" era o que dizia a placa acima da porta. Abri a porta, o som barulhento dela rangendo pode ser ouvido por toda a construção. Adentrei o cômodo, agradecendo mentalmente por ele não ter sido muito prejudicado com o fogo.
E então procurei pelas prateleiras, e entre as páginas dos velhos livros. Por fim, parei em frente à três gavetas, uma delas estava trancada. Dentro de uma das outras gaveta, eu havia achado uma chave. Eu não sou do tipo religiosa, mas pedi a Deus que aquela chave abrisse a gaveta. Por sorte, não demorou muito para eu avistar o que queria. A ficha dos meus colegas de moradia. Olhei brevente as fichas, eu queria apenas duas. A dele e a minha. A primeira logo estava em minhas mãos. Passei meus olhos pelos detalhes que me pareciam mais importantes. Meu coração se apertou quando li o seu nome e vi sua foto. Eu sentia saudades do meu melhor amigo.
"Rafael Fonollosa"
"Saiu quando completou a maior idade"
O pai dele nunca veio buscá-lo, da mesma maneira que ele sempre me garantiu. Uma pequena esperança me falava que eu podia reencontrá-lo, mas parte de mim sabia que as chances eram praticamente nulas. Guardei a ficha dele comigo. Continuei a procurar pela minha, dentre os últimos papéis, lá estava ela.
"Dulce Maria Ramos"
"Fugiu"
Ali tinha tudo que eu necessitava, um endereço e, então, tudo estaria resolvido. Coloquei tudo que podia me ser útil na minha bolsa. Sons de sirenes foram ouvidos do lado de fora do prédio, me apressei para pular a janela. No momento em que meus pés tocaram o chão, apenas corri para me distânciar do local. Quando percebi que já estava longe o suficiente para não ser mais vista, olhei para trás, e memorizei cada detalhe de tudo, a grande placa em frente ao casarão quase caia aos pedaços.
"Orfato de Madrid"
Com sorte, logo eu deixaria meu passado. Talvez ir para o lugar mais longe que eu conseguisse. Mais carros de autoridades se aproximavam do local. Policiais, bombeiros, paramédicos. Eu havia feito um estrago.
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Texas | Plano Perfeito
ActionEm um assalto, o amor é um bom motivo para tudo dar errado. Onde Texas está perdidamente apaixonada por Berlim. Ou Onde Andrés está amando Dulce como nunca amou ninguém. Nove assaltantes invadem a Casa da Moeda Espanhola. Mas muito cuidado, nem todo...