•Capitulo 4•

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- A ovelhinha está na toca do leão. - falo com o professor pelo fone, quando a turma escolar entra na Casa da Moeda.

- Perfeito. - Professor respondeu, e ficou em silêncio. - Atenção, Texas! - ele chama a minha atenção, depois de alguns segundos. - 'Tá na hora! - alerta. Tokio, Nairóbi e eu entramos no prédio.

Já dentro do local, eu e as meninas nos entre olhamos e acenamos. Aquele era o sinal de que ia começar a bagunça, nós íamos atacar.

- Não se meche! Acho que você não quer ficar sem miolos. - comento sarcástica, o segurança tentar pegar a arma em seu coldre. - Ou quer? - sorri levemente, aquilo ia ser divertido. Era meu momento. - Tokio, vai atrás da ovelhinha. - ela concorda, subindo as escadas.

Em pouco tempo, Silene volta segurando Alisson Parker e outro aluno loiro em seus braços.

- Em primeiro lugar, bom dia. - Berlim começa o grande discurso dele. - Sou eu que estou no comando. Antes de mais nada, eu quero...pedir desculpas. Essa não é uma boa maneira de acabar a semana, mas estão aqui como nossos reféns. Se me obedecerem, garanto que saíram com vida. - ele finaliza. Rio e Denver estavam responsáveis de garantir que todos os celulares estivessem conosco e não com os reféns. De repente um barulho de telefone tocando ecoa pelo salão de entrada. - Senhorita Gaztambide, dê um passo a frente. - ninguém se mexeu, todos só soluçavam e choravam desesperados. - Senhorita Mônica Gaztambide, um passo a frente! - Berlim ordena com a voz mais firme e autoritária.

- Sou eu. - uma mulher loira toma a frente.

- Quero que atenda ao telefone, convença quem quer que seja de que estamos fechados. - Andrés fala para secretária. Eu chego mais perto do balcão. - Não tenho escolha senão apontar uma arma para você. - ele fala, apontando uma pistola para ela
- Está sentindo?

- Sim. - ela afirma nervosa.

- Ótimo. - Berlim diz. - Agora! - Mônica coloca o telefone no ouvido, a mão dela estava trêmula.

- Casa da moeda da Espanha, pois não? - a secretária atende o telefone. - Não, sinto muito. Não posso passar para o Sr. Arturo agora. Não dá para ele atender... - mais e mais murmuros do outro lado da linha. - Não vai dar, não. - Gaztambide começa a se apavorar. - Porque não! Porque eu não sei onde ele está nesse momento. Não sei se ele está na gráfica, no museu ou na lanchonete. Esse não é meu trabalho, senhorita! - ela bate o telefone, suspirando. Berlim abaixa a arma lentamente.

- Você merecia ganhar um Oscar, Srta Gaztambide. - Berlim fala, e olha para mim, faço um sinal para o mesmo me seguir.

Vinte minutos depois de entrar, começamos a hackear o sistema de comunicação analógica, para falar com o professor. Sem celulares, sem frequência de rádio, sem que ninguém escutasse a gente. Tínhamos trancado as portas e o alarme não disparou, estávamos em um líbano de tempo, sem que ninguém soubesse que tínhamos invadido a casa da moeda da Espanha. E nessa calmaria antes da tempestade...parecia, tranquilamente um dia qualquer.

- Achei que você tivesse terminado comigo. - ele comenta, andando atrás de mim. - Mas aparentemente, sou inesquecível e você já está com saudades. - ele fala convencido, reviro os olhos.

- Você é tão convencido! - falo, parando no meio do corredor, Berlim parou também. Tudo que ele tinha de gostoso, tinha de filho da puta.

- Não é nada educado chamar uma pessoa e ficar xingando ela. - Andrés se aproxima de mim. Eu parecia um queijo, prensada entre Berlim e a parede.

- Fonollosa... - eu tentava lutar contra meus sentimentos, mas seu rosto tão perto do meu e nossas respirações parecendo uma só. Era uma tentação. - Temos que nos preparar pra sair... - eu ia continuar falando, mas os lábios de Berlim foram colocados sobre os meus. Não tinha língua no beijo, era só um selinho prolongado, mas me fazia sentir muitas sensações. Ele agarrou minha cintura, me trazendo mais para perto dele, quase nos tornamos um só. Andrés tirou sua boca da minha, mas nossas testas ainda se mantiam coladas.

- Fala menos e me beija mais. - ele diz e sorri.

- Pelo amor, fica quieto. - ordeno e subo para o andar de cima. Andrés seguia atrás de mim, mas estava calado, assim como mandei. Eu adorava o modo como ele me obedecia, fazia parecer que ele era meu pet de estimação.

- Coloquem os coletes e se preparem para sair. - Berlim fala quando entramos na sala dos celulares. Tóquio, Rio e Denver já estavam ali. - Quando estiverem prontos disparamos o alarme.

Quebra de tempo

- Reféns! Para sua segurança, dem três passos para trás! - Andrés ordena gritando com os reféns. - Mais um pouquinho aqui, isso ai. - ele ia falando com os reféns, enquanto eu descia as escadas. - Pronto. Vai ficar tudo bem.

Eu ia passando, quando vejo o diretor da casa da moeda olhar por debaixo da máscara. Aponto uma arma para a cabeça dele.

- O que você pensa que está fazendo? - questiono.

- Eu não estava olhando, juro 'pra senhora. - Arturo diz com medo. - Não vi nada. Não olhei!

Olho para ele de cima a baixo. - 'Tá bem. Foda-se. Se tentar dar uma de super-homem de novo, vamos ter problemas. - alerto. O diretor concordou rapidamente.

- Dois minutos. - Berlim avisa. Arrumo minha máscara. - Um minuto e... - ele para de falar olhando Arturo, que tentava ver pela máscara novamente. - Trinta segundos. - Andrés continua, após, provavelmente, ameaçar o senhor Román.

Flashback on

- É fundamental que a polícia não tenha a mínima ideia do que a gente está fazendo. Faremos com que pensem que entramos para roubar, que fomos pegos fugindo com o dinheiro e deu tudo errado. Que pegamos as armas e atiramos em queima roupa, e que não tivemos outra saída anão ser recuar, e, então...sem termos ferido ninguém, nós entramos. - Professor falava enquanto todos observavam ele. - Que pensem que fomos presos feito ratos, que pensem que estávamos improvisando.

Flashback off

- Vamos. - Tokio toma a frente, saindo do prédio antes da hora.

- Tokio. Espera, Porra! Ainda não. - Rio grita ela. - Tokio! - Ele sai atrás dela.

Sair, jogar o dinheiro, disparar no chão e a queima roupa, e voltar. Eu escutei isso mais de trinta vezes, mas o que o professor não disse é que eles iam disparar a queima roupa também.

- A primeira regra, porra! A primeira regra, Tokio! Que porra foi essa? - Denver gritava enquanto Tokio abraçava Rio, que tinha sido acertado por um tiro de raspão na cabeça. - Porra!

A bala de uma M16 sai disparada a 3.510KM por hora, voa mais rápido que a velocidade do som. Então se atiram no coração, você morre antes de ouvir o disparo. Foi assim que a Tokio soube que fudeo com o plano, do mesmo modo de sempre.

Por outro lado, tudo aquilo agora era um caminho sem volta. Ou tudo dava certo, ou morreriamos todos, e sinceramente, não me sinto pronta para a morte ainda.

Texas | Plano PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora