Capítulo 6

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O rosto de Sarah doía como um inferno. Bem, eu sabia que isso poderia acontecer ela pensou. Apesar de saber muito sobre autodefesa e algumas coisas sobre luta o tamanho e peso de Ed haviam o deixado em vantagem. Pelo menos não está mais sangrando agora.

Ela tinha escolhido uma árvore para praticar tiro ao alvo com seu conjunto de facas. Isso sempre a acalmava, exigia foco. Sarah gravou dois círculos na madeira, um grande e dentro dele, um menor. Estabeleceu um limite e pontos.

Um jogo contra ela mesma. Começava com cinco pontos. A cada acerto dentro do círculo menor ganhava mais um ponto, a cada acerto no círculo maior perdia dois.

Após acertar apenas uma vez o círculo grande todos os outros arremessos foram muito bons, isso se não tivessem sido perfeitos. Ela era boa demais com facas. Uma das façanhas que conseguiu depois de seu pai insistir que ela escolhesse alguma modalidade com armas. Era uma tradição de família, mesmo que a tradição tivesse começado com Alexander.

Alec ela pensou no irmão. Seus dedos longos e delicados acariciaram a tatuagem de família que estava marcada em seu pescoço. Os três irmãos carregavam a tinta na pele, até mesmo Taylor, mesmo que fosse nova demais para uma tatuagem. Sarah sorriu lembrando do dia em que os três fizeram a tatuagem junto de seu pai. Eles apostaram quem iria sentir menos dor e aguentar mais tempo. Acabou que todos eles perderam a aposta. Sarah tinha apostado no irmão, o irmão no pai, pai na Sarah e Taylor também no pai, mas Taylor não sentiu quase dor alguma no processo.

Sarah retirou a faca restante da madeira e foi para mais longe da árvore, queria testar até onde era capaz de acertar o círculo pequena, mas parou imediatamente quando escutou Carl gritar.

Ela não ligava para a quantidade de barulho que fazia enquanto corria sobre os galhos e folhas secas. A criança precisava de ajuda e não parecia estar tão longe. O menino continuou gritando até que Sarah o achou.

"O que aconteceu? Você está bem?" Ela procurou machucados pelo corpo do menino, mas felizmente não encontrou nada.

"Tem um doente aqui." ele respondeu ofegante.

"Onde?"

"Perto das árvores. Ali." o menino apontou a direção.

"Fique atrás de mim. Sabe subir uma árvore?" ele assentiu "Se algo acontecer quero que suba uma árvore bem alta e não desça até alguém te buscar."

Os dois andaram em silêncio até o local que Carl havia indicado, o menino imitava cada passo que Sarah dava, com a mesma cautela e o mesmo ritmo. Atrás de alguns arbustos ela conseguiu ver o doente ajoelhado no chão. Ele parecia estar se alimentando com alguma coisa. Sarah apontou para uma árvore alta o suficiente para que fosse segura para Carl e ergueu a mão esquerda, fazendo o menino parar. Com a mão direita, ela retirou a faca de seu sinto e arremessou na cabeça do andarilho, que caiu no chão.

A mulher se aproximou com cautela do corpo caído e do veado destroçado. O animal estava com a barriga aberta e órgãos expostos. Sarah esmagou a cabeça do andarilho para se certificar que estivesse realmente morto. Carl correu para perto dela quando Shane, Dale e Jin surgiram da direção do acampamento. Os três eram uma mistura de alívio – pelo menino estar bem – e preocupação com os gritos.

"Nenhum deles chegou tão longe assim." Jin murmurou.

"Devem estar ficando sem alimento na cidade." Dale concluiu.

Não demorou muito para que Lori chegasse correndo e fosse em direção ao filho.

"Está de brincadeira comigo." O Dixon chegou resmungando, vindo do leste. "Esse veado era meu." o homem abaixou a besta e cutucou o veado com o pé. "Acha que ainda podemos comê-lo?"

"Não acho que seja uma boa ideia." Shane respondeu. "Não sabemos se isso vai nos deixar doentes também."

"Desgraçado."

O Dixon rugiu e desferiu uma série de chutes no cadáver.

"Já está morto." Sarah avisou. Ela tinha se certificado disso. É errado querer que você morra também? Céus! Pare de chutar o maldito cadáver. Ela reclamou mentalmente. "Se continuar chutando-o assim, irá fazê-lo voltar a vida apenas para chutar seu traseiro idiota." Ela falou antes de dar as costas e começar a caminhar de volta para o acampamento. "Lori, preciso de sua ajuda."

A mulher de cabelos pretos, de mão dadas com seu filho, seguiu Sarah até o acampamento. Lori limpou os machucados de Sarah da forma correta e passou algum remédio que fez a pele dela arder como um inferno.

As duas mulheres ficaram conversando por muito tempo e sempre que Lori tinha a oportunidade de agradecer Sarah por ter cuidado de seu filho quando não estava perto o fazia. Por mais difícil que fosse de admitir Sarah estava gostando de conversar com a mulher e gostando do acampamento, talvez não fosse uma má ideia passar mais tempo perto de todos.

𝐖𝐡𝐞𝐫𝐞 𝐖𝐞 𝐂𝐨𝐦𝐞 𝐀𝐥𝐢𝐯𝐞 - 𝐃𝐚𝐫𝐲𝐥 𝐃𝐢𝐱𝐨𝐧 (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora