BRILHO EM MIM

Prólogo

“Longa caminhada pela floresta, venha e me encontre 
Noites frias, sprites escuros, bebendo levemente
Eu não quero nem foder, eu só gosto de você
Eu pensei que só gostava de drogas, também estou surpreso”

- LUST, CHASE ATLANTIC.

Estava garoando levemente quando Hua Cheng saiu do apartamento do garoto que tinha ficado na noite passada.

O bairro estava meio silencioso, talvez pelo horário ser muito perto do amanhecer, sua sorte por ter encontrado uma farmácia 24 horas foi grande, mas, pensou com um sorriso, sempre foi um cara de sorte. Ele tomou um comprimido para dor de cabeça com uma garrafa de água de uma vez só e descartou na lixeira ao seu lado, voltando a andar pela rua.

Deveria estar em uma reunião agora com um estilista irritante que diz ter uma coleção que ele não pode perder, mas quando o diabo não vem, ele manda o cão, por isso Hua Cheng sabe muito bem que isso provavelmente é só uma furada e sem se importar saiu noite passada procurando problemas. Hua Cheng é uma máquina de escândalos de alta voltagem, por isso fez o melhor para encontrar uma zona onde não pudesse ser reconhecido. Em sua cabeça, olhando em volta, ele deu tapinhas em suas costas pelo trabalho excelente, porque não fazia ideia de onde estava.

Tirando o celular do bolso para chamar um carro, viu o número do seu ficante na agenda de contatos e riu balançando a cabeça. Considerando a forma que foi acordado pelo som do namorado do garoto ligando essa manhã, ele não deseja um segundo encontro, além que era um caso de uma noite. Hua Cheng não tinha tempo para se relacionar por mais tempo e honestamente, nem vontade.

Muito concentrado em deletar o número de telefone e abrir o aplicativo para chamar um carro, Hua Cheng não prestou atenção às pessoas conversando na calçada antes de virar a esquina e tombar em alguém.

Se preparando para xingar às quatro gerações de uma família, ele está prestes a levantar a cabeça quando ouve um sussurrado:

“Oh! Mil desculpas”.

Seu corpo estaca no lugar com o som suave que flui pelo ar e invade seus ouvidos, ele reconheceria essa voz em qualquer lugar.

Respondendo um rápido “sem problemas” ele dá a volta na outra pessoa e atravessa a rua caminhando até o ponto de ônibus feito de vidro do outro lado, se sentando no banco, conta até dez antes de finalmente elevar os olhos para o outro na calçada oposta.

Xie Lian, o antigo queridinho do mundo da moda, desaparecido há oito anos do universo fashion, está parado do outro lado da rua. Da última vez que Hua Cheng o viu, ele tinha 12 anos, era então pequeno para sua idade que ninguém acreditava nele quando contava, então pequeno que coube perfeitamente nos braços de Sua Alteza real.

Sua memória era muito boa, e ele se lembrava de tudo que aconteceu naquela noite em Milão, sua última viagem com a mãe antes que o mundo tornasse uma tempestade nebulosa e Hua Cheng tivesse que lidar com tudo sozinho.

Mesmo assim, como ele poderia ter esquecido como Xie Lian era bonito? Hua Cheng é um artista, ele reconhece uma obra de arte quando vê uma. No outro lado da rua, segurando uma chave contra o peito e sorrindo para a fachada de um prédio branco está uma obra de arte de tirar o fôlego.

Nunca se esqueceria dele, claro que nunca se esqueceria do homem que o salvou da morte, nem ele poderia ser então sem consideração assim! Mas era isso. Gratidão. Agradecimento. Não era o mesmo sentimento que estava revirando na boca do estômago agora, o vendo ali depois de tantos anos em carne e osso.

Hua Cheng não acreditava em amor à primeira vista, nem sequer no amor, prova disso é a noite passada, vivendo á base de suas vontades, ficando com pessoas só pela luxúria, a beleza não o afetava dessa forma, pois, vivia em volta dela todos os dias, mesmo que essa análise detalhada de Xie Lian tenha confirmando que era o homem mais lindo que Hua Cheng já tinha posto os olhos, ele sabia que o amor não poderia surgir em suas veias viciadas em perversão apenas com isso.

Mas sentiu que poderia encontrar o romance rapidamente se Xie Lian sorrisse por algum tempo para ele daquele jeito.

(ROSEM CHEGA VOANDO)

Oie! Essa semana teve esses capítulos mais curtinhos porque é uma introduçãozinha.

O engraçado é que esse prólogo foi escrito quando eu já estava na metade do último capítulo (sim a palhaça voltou tudinho para fazer um prólogo), por isso não gosto de postar histórias que não tem terminado ainda.

Hua Cheng me passa uma vibe muito Chase Atlantic, mas eles não têm nenhuma música que eu lembre Hualian em si, só o próprio Hua, por isso o único lugar para colocar uma música deles estar aqui, onde Hua Cheng está agindo como um garoto mal, meu porque bem? O Amor? Nesta economia?

Beijinhos de Luz e até semana que vem!

(Rosem sai voando).