Chapter Seven

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"O meu medo é o meu segredo"


Dois dias de puro trabalho. Intenso. Exaustivo. Minha vida gira em torno de um único objetivo: destruir Dolohov e seu bando deturpado. Meus dedos tremelicam em torno do cigarro mentolado, essa merda de espasmo muscular está me irritando profundamente.

- Lowe? Halstead apareceu, provindo do quinto dos infernos, talvez.

- Papai Noel, prazer. Retorqui sem encará-lo.

- Tu vai congelar aqui desse jeito, entra logo.

Ergui-me da calçada e parei para avaliá-lo, Jay trajava um terno bem cortado negro, gravata azul e camisa branca, pronto para entrar no disfarce de Larry LaMezcla, um traficante de mulheres. Meu informante irá inseri-lo no jogo de poker em que se encontravam os piores tipos de Chicago, e um deles, Ruy MCKinnnon é o nosso alvo, braço direito de Dolohov.

- Gosta do que vê?

- Gosto, não vejo rachaduras no teu personagem. Isso é o mais importante. Passei por ele e o puxei para a sala das escutas, como chamamos.

- Escuta aqui, eu vou estar perto, muito perto. Qualquer coisa, qualquer mesmo, use a nossa palavra que eu irei intervir. Falei próxima ao seu rosto, expressando minha preocupação.

- Relaxa morena, vai dar tudo certo.

"Quando se trata de Antony, nada nunca dá certo" engoli minhas palavras e me limitei a suspirar. Entrei na van junto com Hank, Olinsky e Atwater estavam no banco da frente. Liguei os computadores e acessei todos os rastreadores e escutas que Halstead portava, enquanto Voight repassava o plano com os outros que estavam indo separados, seria uma noite e tanto.



A tensão pesava o ar, o jogo já estava acontecendo e até então LarryJay estava indo muito bem. Encontravam-se na suíte mais cara do hotel mais caro, dançarinas serviam os homens e esfregavam-se em barras de pole dance quase concomitantemente, enquanto uma música bagaceira ecoava baixinho. A noite rolava, bem como as fichas e o dinheiro, por meio do sucesso no jogo, Jay havia chamado a atenção do loiro azedo.

Ruy: Fiquei sabendo que você têm algumas mercadorias interessantes, LaMezcla.

LarryJay: Sim, sim. Tenho bons contatos.

A isca fora lançada, com o tom de voz e a entonação corretos, a malícia era palpável nos olhos do loiro seboso. Ele inclinou-se sobre o agente, sussurrando:

Ruy: Eu gostaria de dar uma... oxigenada no meu estoque. Quando posso ver alguns exemplares?

LarryJay: Podemos marcar.

Ruy: Certo. Me ligue.

Um cartão fora deixado na mesa, e com esse desfecho, o sebo teatral saiu da sala. Quinze minutos depois, já estávamos voltando ao PDC. Halstead me abraçou assim que nossos olhares se cruzaram, e então entrevemos o medo impresso em olhos brilhantes se dissipando. Sorrimos e nos sentamos.


- Agora o trabalho é dobrado, comentei enquanto me alongava. Os músculos tensionados puxavam, me causando desconforto, murmurei em descontentamento e recebi um olhar quase terno de Hank, mas sob a sombra do carinho, estava o ciúme. Desse jeito, estava fazendo mais mal do que bem para ele. Um calafrio serpenteia por minha coluna e eu rapidamente me agarro aos braços de Jay.

- Tem alguma coisa errada.

- O que? Sarah...?

Um estampido alto nos tirou da órbita, o automóvel perdeu a estabilidade e rapidamente o motorista encostou em uma calçada.

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⏰ Última atualização: Aug 21, 2021 ⏰

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