Chapter Four

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"Chego de salto

Tomo de assalto

Com munição 4K

No morro ou asfalto

Mirando alto

Viemos para dominar"


O silêncio da mulher era assustador. Os policiais alternavam o olhar entre o bisturi que partia a pele alva impiedosamente e o rosto deformado pela dor. Apesar do sofrimento, nem um grunhido escapou da garganta da morena, somente lágrimas escorriam pelas orbes azuis, como um oceano transbordando.

Will operava quieto, nunca esteve sob tanta pressão. Sabia que precisava ir rápido, para poupar a mais nova, mas temia errar e ocasionar uma infecção.


...três horas depois...

- Bom, tudo o que deveria ser feito foi realizado com sucesso - o cirurgião falou - Ela está dormindo e vai ficar assim um bom tempo. Eu preciso ir, tenho plantão de 12 horas mas ficarei atento ao celular. Deem água se Lowe sentir sede, nada de sólidos, talvez sopa ou algo assim.

- Certo. Halstead, fique aqui, afinal você está de licença. Vou atrasar a papelada o máximo que der para começarmos juntos a missão. Qualquer coisa me ligue.

- Ok.

Jay passou a mão pelo cabelo e voltou ao quarto, onde Sarah dormia tranquilamente. O homem se aproximou e tocou a pele do rosto da mais nova, que estava agradavelmente quente, 'sem febre' ele pensou aliviado.

Ainda o intrigava o fato de como ela fora parar nesta situação, com ferimentos internos, o rosto cheio de hematomas. Will estava certo, ela havia apanhado, e batido também, os nós dos dedos da mão direita estavam esfolados. Halstead afastou as madeixas dela para averiguar melhor a extensão dos machucados e viu marcas ao redor da base do pescoço. O detetive sentiu raiva borbulhar dentro de si, precisava saber quem fez isso com a sua parceira. O moreno olhou ao redor, o quarto estava intacto, assim como o restante do apartamento. 'Então ela estava fora e chegou aqui ferida...' Ele caminhou até o banheiro e abriu o cesto, lá estavam as roupas que ela havia ido trabalhar e outra muda, ensanguentada. Um zumbido chamou a atenção do sniper, o celular de Sarah estava tocando sobre a bancada. No identificador de chamadas o nome "Matt" piscava. 'Será que ele estava com ela?'

- Sarah? Uma voz carregada de sotaque perguntou do outro lado.

- Quem quer saber? Jay retorquiu ríspido ao atender.

- Preciso falar com Sarah Lowe urgente. Quem é você?

- Não interessa, ela não pode falar agora. O que quer com ela?

- É particular, por favor, diga que Matt ligou e precisa falar.

- Quando foi a última vez que falou com ela? O instinto do detetive gritava em seu íntimo, algo estava muito errado.

- Ontem a noite... Dios mio, o que houve?

- Então vocês saíram juntos?

- O quê? Claro que não... olha, eu estou com as informações que ela pediu por telefone, só isso. Tchau.

Cada minuto que passava a história ficava mais confusa, mas realmente constava no registro de chamadas uma ligação feita para o contato dez minutos antes da que Lowe fizera a ele. Ela recebera também uma chamada de Voight, que durou poucos segundos algumas horas antes. A cronologia indicava que o sargento estava, de alguma forma, envolvido com a situação, e Halstead teve certeza quando abriu a galeria do telefone e encontrou fotos dos dois abraçados em uma pista de dança. A roupa que estava suja de sangue era a mesma.

Uma Doce ParceiraOnde histórias criam vida. Descubra agora