Capítulo 8 - Sem Controle

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Kara despertou naquele início de manhã e lentamente abriu os olhos. Aos poucos percebeu onde estava: na cama de Lena, com ela abraçada ao seu corpo, com a cabeça deitada em seu peito. Não pôde evitar o sorriso que surgiu automaticamente. Acordar sentindo o calor de Lena, ouvindo seu coração, sentindo sua respiração tranquila, o perfume da pele e dos cabelos dela... Kara, por um momento, pensou que talvez pudesse estar mesmo sonhando. Passou os dedos em um carinho pelo braço de Lena que abraçava seu corpo, uma pele delicada, tão macia... Neste momento viu algo que a fez prestar mais atenção.

Percebeu algumas marcas vermelhas e arroxeadas na pele de Lena. Nos ombros, flancos, coxas... seu coração doeu ao ver aquilo. Havia machucado, sem querer, a pele delicada dela, podia ver as marcas de seus dedos. Olhou, com uma ponta de pesar nos olhos, aquela mulher tão linda adormecida em seus braços. Tão frágil em suas mãos. Seus olhos umedeceram-se e Kara abraçou Lena, como para ampará-la, para pedir desculpas em silêncio... não sabia o que era, talvez uma mistura dos dois.

Lena sentiu-se abraçada e começou a despertar. Nem chegou a abrir os olhos, apenas sorriu ao sentir o perfume de Kara, ali junto dela, deitada em sua cama.

— Se eu estiver sonhando e alguém me acordar, eu não respondo por mim. Bom dia, anjo lindo da minha vida...

— Bom dia, Lena... você dormiu bem?

— Como um anjo! Foi a noite mais maravilhosa da minha vida... — Abriu os olhos e virou seu rosto deixando um leve beijo nos lábios de Kara.

— O que foi, que carinha é essa? Está tudo bem? Você... se arrependeu? — Lena perguntou insegura, pois Kara trazia uma ponta de tristeza no olhar.

— Claro que não! Nem por um segundo! Foi tudo especial, mágico... muito melhor do que eu poderia ter pensado.

— Então por que esse olhar tristonho?

— Porque eu machuquei você.

— O que? Claro que não, não diga bobagens, meu bem...

— Machuquei, Lena... olhe seus ombros, suas pernas... tem marcas das minhas mãos. Em algum momento eu perdi o controle e machuquei você! Você não sabe como eu estou me odiando por isso...

— Kara, não tem que se odiar por isso... só aconteceu. Eu sei que você não fez isso de propósito. Até entre humanos isso pode acontecer, um deixar marcas no outro, sabia? E era de se esperar... nossa noite foi, digamos, bastante intensa, não foi? Você estaria com mais marcas que eu, se não fosse quem você é, pode ter certeza.

Kara, apesar da chateação por ter marcado Lena, corou com o último comentário dela, mesmo com um sorriso triste.

— Lena, mas é diferente. Se eu perder o controle eu posso quebrar seu nariz em um beijo, quebrar suas costelas, te deixar coberta de hematomas... como eu ficaria se isso acontecesse?

— Meu bem, calma... — Lena abraçou Kara, deu um pequeno beijo em seus lábios. — Nós vamos aprender a estar uma com a outra.

— Eu não quero te machucar toda vez. Acho melhor a gente se segurar até descobrirmos um jeito de eu não te machucar assim.

— O que você quer dizer com "se segurar"?

(...)

Nos dias que se seguiram, toda vez que Lena tentava estar a sós com Kara em um quarto, a loira desviava, mudava de assunto, fugia mesmo. Sempre dava um jeito de escapar de algo muito mais quente com Lena.

Dias assim, Lena tentando, Kara fugindo. Vários dias depois da primeira noite das duas, Lena apareceu na porta de Kara tarde da noite, de surpresa.

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