O Duque de Masen não era um exemplo de moralidade. Claro que, embora todos soubessem, não era adequado deixar sua esposa, durante as núpcias, para ir se encontrar com uma prostituta. A jovem duquesa não poderia se sentir mais humilhada do que naquele momento. Ela sabia que nobres não se casavam por amor, e sim por contratos de comum acordo para beneficiar suas famílias. Mas ser deixada durante sua noite de núpcias naquele casarão fora da cidade, onde Reynold Masen havia escolhido passar aquela data, estava além de toda indelicadeza.
As criadas mantinham a cabeça baixa enquanto a duquesa tomava seu chá da tarde, aguardando seu marido chegar. Ela era uma jovem filha de um conde, ainda não tinha completado seus dezoito anos, todavia sua experiência nos círculos sociais da aristocracia lhe ensinaram que para alcançar seu lugar, deveria jogar aquele jogo com maestria. Ela não ia deixar aquele Duque cruel ditar toda sua vida dali para frente, afinal, sua família também possuía grande influência no Império de Vartalion. Naquela tarde ela decidiu que teria um herdeiro para consolidar sua posição o quanto antes, pois era claro que nunca possuiria o amor do duque.
Por anos eles tentaram ter um herdeiro, mas sem algum sucesso, logo o duque começaria a repudiá-la. Mas os deuses resolveram presentea-los naquela primavera com um lindo menino, para movimentar os círculos de fofocas da corte com a novidade, a duquesa fez uma grande festa na mansão, no ducado Masen.Naquele dia, o duque apenas viu seu filho, sem esboçar qualquer sinal de afeto, o nomeou como ditava a tradição da família Masen, e em seguida foi para seu escritório trabalhar. Sua esposa não era estéril, afinal. Isso seria um problema, pensava o Duque ao ver a papelada sobre sua mesa de trabalhos para fazer.
Seu mordomo entrou, fazendo uma breve reverência, para em seguida falar.
— Vossa Graça, o mensageiro que aguardava, acaba de chegar.
— Mande-o entrar, Kaden. – ordenou, assinando alguns documentos sobre colheitas de grãos e negócios marítimos.
O mensageiro era um dos homens de seu exército particular, um jovem ruivo, com uma capa cinza cobrindo suas roupas grossas, típicas de regiões geladas.
—Vossa Graça, tenho notícias sobre a criança.
Aquilo pareceu atrair o interesse do duque por um rápido segundo.
— Fale, é um menino?
O guerreiro negou. Logo aquela sombra de tédio voltou aos olhos do duque.
— Uma menina, então. Quantos anos?
— 3 anos, sua graça.
A data de fato batia com o tempo que havia ficado com a prostituta, mas isso ainda não era nenhuma garantia.— Como ela é?
Gion estava surpreso, afinal, só naquele momento ele mostrou mais interesse do que no próprio filho que tinha nascido há alguns dias.
— Ela tem os cabelos prateados, e os olhos azuis como duas safiras. Iguais aos seus.
Aquilo era engraçado, pensava o duque, já que seu filho legítimo havia herdado a aparência de sua mãe, cabelos loiros como fios de ouro e olhos verdes.
— Chame o mordomo para mim.
O jovem guerreiro assentiu, em seguida, retirou-se do escritório.
Segundos depois o mordomo, Kaden, entrou.
— Kaden, a princesa mais nova tem que idade?
— 3 anos, vossa graça.
— Damien ainda não possui mais do que duas semanas. – reclama, passando a mão em seus cabelos prateados irritado com a situação.
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O Duque é uma duquesa
FantasySer a herdeira de uma casa nobre nem sempre vem da maneira convencional. Isso especialmente se você é a única herdeira de um ducado, após a morte de seu irmão. Mas uma garota não pode herdar um título de chefe da antiga família Masen, os nobres mili...