Chapter 12

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                                 1933, Virgínia

- Vamos Cami se os teus pais te veem bêbada nunca mais te deixam beber ou pior... – a festa tinha acabado e o Senhor e a Senhora Cooper estavam a despedir-se dos convidados eu aproveitei para trazer a Camilla para o quarto, que no caso exagerou na bebida...

- Eu já sou maior de idade tecnicamente eu posso ficar bêbada sempre que me apetecer – ela estava apoiada em mim e eu mal me conseguia mexer – mas eu quero voltar lá para baixo eu e o Enzo estávamos a divertir-nos

- Nota-se, vai deita-te – tentei empurrá-la para a cama, mas então ela amarrou-se ainda mais em mim

- MAS EU NÃO ESTOU BÊBADA! – ela falou mais alto então mandei-a falar mais baixo enquanto finalmente a consegui deitar na cama.

- Não, sou eu que estou bêbada - falei ironicamente, mas acho que ela não percebeu

- Não sei... ESTÁS? – ela olhou-me surpresa, então coloquei-lhe o cobertor, desliguei a luz e saí do quarto e fui em direção ao meu.

Entrei e finalmente pude tirar os sapatos e logo me deitei na cama a olhar para o teto e a rever tudo o que tinha acontecido, era um costume meu pensar em tudo o que fiz ou no que devia ter feito coisas do género. Fiquei um tempo assim, e quando me sentei pude reparar que a casa estava em silêncio finalmente todos tinham ido embora...

- Stella... Stella... - ouvi alguém do lado da janela a chamar por mim – Stella – levantei-me e fui até à janela ver quem me chamava.

- Damon? O que estás aqui a fazer? – ele fez uma cara de alívio assim que me viu

- Vem até aqui quero te mostrar uma coisa... - ele deve estar maluco, se eu sair de casa a esta hora posso ser apanhada (o que não me vai favorecer muito).

- Que coisa?

- Se eu disser deixa de ser surpresa, anda! – ele encorajou-me – não te vou raptar!

Não sei como, mas ele convenceu-me, eu sou muito curiosa e quando me dizem que à uma surpresa eu quero logo saber o que é. Desci as escadas com o máximo cuidado para não fazer ruído e sai pela porta principal, e lá estava ele à minha espera!

- Qual é a surpresa então? – ele pegou na minha mão para me ajudar a descer os dois degraus da entrada e levou-me pelo caminho que era cercado por arbustos – Qual é então?

- Não há nenhuma surpresa! – fiquei indignada

- Então porque me trouxeste aqui? – comecei a ficar nervosa, então ele aproximou-se de mim até ficarmos com os rostos colados...

- Para isto – ele lançou-se e beijou-me senti um frio pela espinha que logo se tornou num calor enorme, não sei se era do clima ou do facto de eu nunca ter beijado ninguém ou até pelo facto do meu primeiro beijo ser com uma pessoa que eu mal conheço – tive a noite toda para fazer isto...

- Então afinal tu não estavas a ser cavalheiro, só querias um beijo – virei costas e comecei a andar a passos largos mesmo sendo difícil por causa do vestido, pensei que ele estava a ser cavalheiro comigo e afinal desde o início só queria um beijo!

- Espera Stella! Não era isso que eu queria dizer! – ele correu atrás de mim e puxou-me pelo braço – eu estava a ser cavalheiro contigo, porque desde que te vi hoje a descer as escadas cheia de vergonha despertou algo em mim eu não sei pareces diferente das demais mulheres...

Acalmei-me afinal eu é que sou burra e percebo tudo mal, acho que ainda é efeito do beijo! Continuamos então a caminhada mesmo depois do mal-entendido, eu sentia-me bem a falar com ele...

- Então a tua amiga embebedou-se com o Enzo? Peço desculpa por ele, ele não se controla muito bem quando vê álcool – ri-me

- Pois, a Camilla também não – ele sorriu na mim – Diz-me o que te faz querer dar um passeio comigo?

- Além da tua beleza indescritível a tua companhia é muito boa... - acho que comecei a ficar vermelha – Diz-me então o que é isto aqui? – ele apontou para uma cabaninha pequena que ficava bem afastada da casa.

- Isso é alguma coisa da Senhora Cooper – nem eu sabia o que era, acho que era zona restrita.

- Queres dizer a tua mãe...

- Não, ela não é minha mãe – a imagem da minha verdadeira mãe passou-me na cabeça – a minha mãe morreu há alguns anos...

- Sinto muito Stella – ele pegou-me nas mãos – a minha também morreu há algum tempo...

Ficamos a conversar mais um bocado sobre sonhos e desejos que de certa forma para mim ia dar ao mesmo, quando subitamente olhei para o céu...

"Pensa na lua como se fosse o sol ela guia-te como bom satélite natural que é, ela ajuda-te a ver o horário que te encontras..."

É impressionante como uma coisa que o meu pai me tinha ensinado e que eu achava desnecessário poderia ajudar tanto assim...

- Damon já está bastante tarde acho melhor ir para dentro, não quero que deem por minha falta – ele que também estava a encarar as estrelas voltou-se para mim.

- Eu acompanho-te até à entrada – ele levantou-se, pois, tínhamos nos sentado na relva e ajudou-me a levantar – afinal cavalheiros que interrompem um sono de uma donzela devem acompanhá-las! – sorri para ele e retomamos o mesmo caminho só que desta vez em sentido contrário – posso-te pedir só mais uma coisa antes de te deixar em casa?

- Claro

- Uma última dança? – ele inclinou-se fazendo uma vénia, dei-lhe a minha mão e começamos a dançar.

Estávamos a dançar debaixo da noite escura e era um sentimento de leveza que eu estava a sentir, já não estava com medo de pisar o pé dele nem com vergonha...

- Damon? ...

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Algum palpite de quem é que chamou pelo Damon nesta parte final? P.S. pequeno spoiller! Não foi a Stella!

𝐔𝐦 𝐪𝐮𝐚𝐝𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫𝐨𝐬𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora