Minha vida com você

03. Nova perspectiva

O quarto dia de Ohm trabalhando no apartamento de Fluke ficaria para sempre gravado em suas memórias, mas talvez por razões diferentes.

Tudo começou quando Ohm chegou em seu horário normal, mas quando ele apertou o botão do elevador, ele não respondeu. Alguns momentos depois, o síndico do prédio apareceu e explicou que o elevador estava fora de serviço e temporariamente em manutenção nas horas seguintes. Nesse momento, o menino desejou criar asas instantaneamente porque, sem a ajuda delas, ele precisaria subir até o oitavo andar, passo a passo, para começar a trabalhar. Como seu desejo não havia sido atendido pelo céu, ele decidiu enfrentar seu destino de qualquer maneira e começou a se mover.

Quando chegou ao oitavo andar, estava sem fôlego e decidiu tirar algum tempo para recuperar o fôlego antes de entrar no apartamento e se sentar no chão do corredor. Por mais silencioso que o lugar estivesse, era fácil ouvir um barulho. No entanto, ele não conseguiu identificar de onde vinha. Como depois de um tempo o barulho parou, ele pensou que só poderia estar dentro de sua cabeça devido ao esforço repentino de subir os 8 andares e decidiu simplesmente entrar no apartamento de Fluke.

Como de costume, Ohm não encontrou o dono da propriedade à vista, mas começou suas atividades mesmo assim. Ele estava, no entanto, meio alheio ao que estava acontecendo ao seu redor, ainda pensando sobre o que tinha acontecido no corredor. Por esse motivo, ele não percebeu que o escritor havia saído de seu casulo e estava tentando interagir com ele por alguns minutos.

Depois de um tempo, Ohm conseguiu limpar a névoa em torno de seus pensamentos e se concentrou em Fluke.

"Sinto muito, Fluke! Posso ajudá-lo em algo?"

"Finalmente! Achei que ficaria falando sozinho o dia todo… ah não! Lá vai você de novo!", ele disse tentando estalar os dedos na frente de Ohm para acordá-lo novamente.

"Desculpe, o que há de errado?", o mais jovem disse coçando a nuca envergonhado.

"O que aconteceu com você?", Fluke perguntou preocupado.

"Não é nada, sério!"

Mas vendo que de alguma forma ele havia preocupado o mais velho, o assistente decidiu explicar o estranho acontecimento.

"O elevador está em manutenção e tive que usar as escadas. Quando cheguei aqui, ouvi um barulho estranho no corredor."

"E o que era o barulho?", Fluke perguntou após ouvir a narração.

"Não sei, parou logo em seguida e não consegui encontrar a fonte…", Ohm disse com os pensamentos à deriva novamente.

Fluke então se aproximou do fogão e o desligou, causando a surpresa de Ohm.

"Vamos lá."

"O que você está fazendo?", o assistente ergueu uma sobrancelha em confusão.

"Você está claramente preocupado com isso, se fosse uma bobagem, você já teria esquecido. Vamos até o corredor para dar uma olhada e tirar as dúvidas que restaram!", Fluke ofereceu com um sorriso sincero.

Ohm olhou para o homem menor por um tempo e, por mais surpreendente que fosse sua bondade aleatória, ele não hesitou em aceitar porque ele realmente estava preocupado. Os dois saíram do apartamento e começaram a procurar.

Por mais estranho que fosse apoiar o ouvido na porta dos vizinhos, eles foram forçados a isso pelas circunstâncias. No mundo de hoje, não é uma ocorrência tão impossível que algo aconteça dentro de quatro paredes e exija ajuda externa. Mesmo assim, eles não ouviram nada.