As resoluções

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Ayako acordou ainda cedo, um tanto cansada depois da cerimônia, mas se sentindo leve como se um grande problema tivesse se resolvido e agora seu filho estivesse em paz ao lado de Hashirama, e sua bondade desmedida.

No entanto, antes até que a sonolência lhe deixasse e ela pudesse pensar sobre como estava feliz por Madara, riu para si mesma ao ver o futon de Izuna arrumado, como se não tivesse sido ocupado naquela noite. Ela tinha certeza de que o filho mais novo não tinha passado por ali após o fim da cerimônia e havia muita certeza de onde ele poderia estar, e na companhia de quem.

Afinal de contas, ir ver as estrelas poderia durar mais tempo do que apenas a noite inteira.

Sua risada se estendeu até se lembrar de Madara e que ele provavelmente teria um surto por tal constatação, mas pensou que o filho mais velho teria uns dias embriagado no amor de Hashirama para deixar o mundo de lado. Claro que com as devidas considerações, que eram bem nítidas para ela, mas agora era a vez de Ayako garantir que seu filho fosse feliz, e mantê-lo distante do mundo para viver aquela nova realidade.

Ela se preencheu de paz interior por saber que seus meninos estavam numa situação melhor, um tanto livres das consequências dos atos de Tajima, ao mesmo tempo em que também sabia que só não estava tudo resolvido, pois ainda havia a decisão do que fazer sobre a casa onde moravam, e o homem em si, o qual Ayako não via há quase um mês ou mais.

O convite sobre ir morar no palácio havia surgido nas semanas antecedentes ao casamento, e ela já estava ciente disso e de sua própria decisão, ao mesmo tempo em que se sentia a responsável pela finalização daquela situação difícil com Tajima. Ainda assim, se permitiu um momento de tranquilidade, sorrindo ao nada enquanto encarava o futon de Izuna, sabendo que seus meninos tiveram a chance de um futuro melhor.

...

Izuna sentiu um característico cheiro de chuva enquanto acordava, mas tinha certeza de que não havia qualquer resquício de tal onde estava.

No entanto, existia um jardim de inverno rodeando o quarto de Tobirama que trazia junto uma fonte de água imensa que recriava toda uma situação como se ele estivesse ao lado de uma cachoeira e rodeado pelo som característico da água se chocando contra a pedra. Era bastante agradável de ouvir, no entanto, pois não era tão alto quando abafado pelo shoji, então não atrapalhava qualquer possibilidade de descanso.

Ele estava deitado nos braços de Tobirama, e sua percepção de onde estava foi surgindo aos poucos, conforme o despertar lhe tirava do mundo dos sonhos. O Senju tinha aquele mesmo cheiro que remetia a água, e Izuna o aspirou profundamente da curva de seu pescoço antes que a realidade viesse, e acordasse por completo. Ele se desaninhou de Tobirama e se sentou com cuidado no futon, cruzando as pernas em lótus e os braços enquanto mirava o outro, que acabou por acordar com a movimentação, que não fora tão suave quanto o Uchiha havia pensado.

- Você é barulhento. – Tobirama esfregou os olhos com uma das mãos, tentando despertar.

- Acordei com o barulho da sua cascata particular. – Ele apontou o Shoji com a cabeça. – Aí perdi meu sono e resolvi levantar. Estou com fome.

Tobirama revirou os olhos e se sentou de vez no futon. Já estava estressado antes mesmo de o dia começar, enquanto olhava para Izuna que parecia extremamente confortável daquela maneira tranquila, sentado no futon, observando toda a decoração do quarto.

- Sério?

- Claro que sim. E também eu preciso sair antes que alguém descubra que passei a noite aqui, ainda mais depois do casamento dos nossos irmãos. Ou vai querer se expor que nem o Madara?

- Ele se casou ontem, não teve opção. Algumas coisas não podem ser evitadas. – A cada segundo passado ao lado de Tobirama, Izuna tinha certeza de que um limão teria inveja do azedo que acompanhava o Senju.

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