PREFÁCIO

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  Precisava mesmo existir processos para então chegar no propósito? Por que moldar dói tanto? Não parece ser doloroso quando se assiste um artesão trabalhando numa obra. Parece lento, detalhado, mas doloroso (?) Difícil de acreditar.

  A dor, precisamente, é necessária? Será que se ela não existisse, não aprenderíamos as lições? Não generalizo outros tipos de dores, me refiro a processos que têm por objetivo ajudar a obter o título de "Mais que Vencedor".

  Isso não importa tanto já que a Bíblia me confronta com versículos chaves que respondem todos esses questionamentos e mostra o quanto estou errada em querer compreender. Sou criatura, Deus é o Criador . A obra não dita ao Criador o que Ele deve ou não fazer!

 
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  Meu nome é Acácia. Pra falar a verdade, Acácia vem depois. O primeiro nome é Rafflésia. Eu sei, é esquisito. Certamente perguntaria aos meus pais biológicos o porquê colocar dois nomes com significados totalmente diferentes em uma única pessoa. Não gosto de comentar sobre, porém sei que o destino fará questão de expor nos outdoors a marca da minha dor.

  Cresci sobre etapas cortantes. Não pelos meus pais adotivos, e sim, pela sociedade em que convivo.
 
  O cenário é catastrófico, porém mantemos a fé em Yavé Shamá, Deus de nossos antepassados. Ele sempre esteve presente em nossas vidas, nos livrando das astutas ciladas do inimigo.
 
  Paulo revela a Igreja de Éfeso que a luta deles não são contra a carne e nem o sangue, mas contra os principados e potestades. Gostaria de trazer essa certeza a Província de Bornéo. Para mim, eles são os piores inimigos, tanto meu quanto o do meu povo! Em suas veias correm o mesmo sangue que o nosso, mas para eles somos conhecidos como carne podre.

  Todos os cristãos ganharam esse título após uma guerra que ocorreu há vinte e dois anos atrás. Com direito a bombardeios, chacinas, incêndio e suicídios. Os cristãos morreram por protestarem sua fé, exigindo a liberdade de adorarem a Deus em templos, assim como a outra parte da população tinha a regalia de invocar seus deuses em lugares fechados. A democracia foi feita, eles aceitaram, porém, como o diabo não gosta de perder, os adoradores de entidades malignas se revoltaram, levando até o Rei da Província de Bornéo a queixa de que os cristãos estavam roubando seus servos.

  Era fato: a Igreja pregava o evangelho com fervor, os cultos atraiam olhares curiosos, levando-os a adentrarem e ficarem. Assim, a fama dos milagres se espalhava pela Província. Pessoas eram curadas das enfermidades, paralíticos voltavam a andar, cegos recebiam a visão e, segundo minha mãe adotiva, mortos tornaram a viver. Ela contou-me sobre suas frequências aos cultos, que em um determinado dia um coronel muito respeitado foi brutalmente assassinado na porta da congregação. Ninguém nunca soube o motivo, mas tudo indicava posse do poder.

  Os líderes sabiam que quando o Rei perdesse o trono, o tal coronel seria elegido, pois tinha como proposta "aliviar a carga da população".

  Pessoas lamentaram a perda com lágrimas de sangue ao ponto de suplicarem ao Pastor para que sanassem suas dores. Assim foi feito. Quando o coronel abriu os olhos dentro do caixão, mais de duzentas pessoas se renderam a Cristo naquele cortejo fúnebre. Vidas foram batizadas com o Espírito Santo e a fé renovada! Mamãe descreve como "dia épico".

  Alegria e tristeza. Os homens do poder receberam a notícia, pois — supostamente — seus planos não deram certo. O exército estava preparado para destruir a Igreja e todos os cristãos, mais considerados como carne podre.

  Mamãe guardou o jornal que carrega as descrições da guerra. Eles estavam com vantagens, é claro! A única arma que os filhos de Deus tinham era a oração, e nem isso conseguiu livra-los da morte física. Porém creio que esses guerreiros estão descansando, esperando o Grande Dia! Dentre esses, os meus pais biológicos.

  Ninguém os conhecia, só me contaram que durante a chacina, fui entregue a um soldado do exército. Ele que cuidou de mim, e depois, se desligou do Império, podendo assim, seguir a sua fé. Já que entregou sua alma a Cristo em um dos cultos.

  Muitos cristãos conseguiram escapar da morte. Sendo assim, o reino foi dividido. Nós perdemos o direito de adorar a Deus em público. Bornéo estava entregue literalmente ao pecado. Onde era o templo das reuniões, tornou-se um prostíbulo. Muitas casas noturnas, bares, motéis foram abertos. As pessoas invocavam a deuses em qualquer lugar, obras de magia negra são feitas livremente por toda a Província, tornando o cenário crítico e desesperançoso para nós, que cremos no Deus da restituição.

  São tantas coisas que nem sei onde encaixar... Será que Yavé não fará justiça? Já se passaram vinte e dois anos!

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E aí meu povo? O que acharam desse prefácio? Acha que vale a pena continuar lendo?

Já tem palpites do decorrer da história?
Não se esqueçam de deixar uma estrelinha. Amo vocês! ✨

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