Um plano para nós dois 2

Capítulo 15

Ricardo

Eu estava curioso para saber mais sobre aquela garota e por isso a segui, mais acabei sendo surpreendido por alguém me fazendo um interrogatório

Ricardo: devo responder ou você vai atirar em mim com essa espingarda, se bem que nem parece que funciona

João: quer experimentar?

Ricardo: escute buscapé eu.....

João: meu nome não é esse ai não me chamo João e desembucha logo o que estava fazendo espiando minha casa

Ricardo: não é pela beleza com certeza ( tom irônico)

João: você  é um desses garotos que usam drogas e ficam malucos?

Ricardo: ( respira fundo) a garota que saiu agora a pouco é sua filha?

João: o que você quer com a Fernanda?

Ricardo: então o nome dela é Fernanda ( sorri)

João: melhor começar a explicar ou vou te dar um tiro no meio da sua cara e desmanchar esse risinho irritante

Ricardo: certo vou fingir que isso aí funciona e que estou com medo tudo bem? eu vi sua filha na aula de educação física e observei que ela tem uma grande chance de se tornar uma excelente ginasta, com um treinamento certo claro

João: e quem é você algum tipo de instrutor?

Ricardo: mais ou menos

João: escuta aqui garoto pelo jeito que fala não deve ser daqui e não conhece minha filha e muito menos as pessoas daqui, portanto vou te dar um aviso, fica longe da minha filha e cai fora da minha propriedade

Ricardo: sua filha pode ter a oportunidade de ouro e conseguir se destacar.......

João: me responda uma coisa, que interesse um branquelo riquinho metido a besta pode ter em uma garota como  Fernanda?

Ricardo: quem disse que sou rico?

João: conheço sua gente só de olhar e sei o quanto despreza pessoas como nós, negros e pobres, como gostam de humilhar e diminuir todo mundo como se fossem os reis da terra

Ricardo: realmente não gosto de pobre, mais não tenho nada contra pessoas negras, sua filha é uma pobre diferente, ela tem a possibilidade de deixar de ser pobre e eu posso ajudar

João: ajudar? assim do nada , sem interesse nenhum?

Ricardo: eu não disse isso, não é do nada e não é sem interesse, sou um homem de negócios e sei ver uma oportunidade e talentos onde ninguém mais vê

João: eu sabia, quer tirar proveito de gente humilde como nós, cai fora da minha....

Ricardo: não quer que sua filha tenha um futuro? que mude de vida?

João: mais é claro que sim, por isso ela está estudando

Ricardo: em uma escola de quinta, morando onde o vento faz a curva, sendo pobre e negra, acha mesmo que esse estudo vai ajudar ela a ter um futuro diferente do seu? olhe pra você, olhe esse lugar, é esse o futuro que quer pra sua filha? acabar sendo uma roceira ou empregada a vida toda sendo inferior quando poderia ser muito mais?

João: saia agora......

Ricardo: se realmente ama sua filha não vai querer que ela acabe como você, velho, pobre e com as mãos cheias de calo sem um centavo no bolso, tendo que viver aqui como se fosse um animal

João: saia antes que eu atire em você seu bosta

O velho ficou nervoso e deu um tiro pra cima, e não é que aquela coisa enferrujada funcionava mesmo, saí antes que levasse mesmo um tiro, mais não satisfeito com a resposta dele, aquele velho teimoso e burro, ele não vai me atrapalhar de jeito nenhum, eu ia pelo caminho resmungando comigo mesmo e já pensando em um plano para convencer a garota, foi quando percebi um porão do lado da pensão, como estava sem cadeado, entrei e tinha um monte de coisa lá guardada, mania de gente velha guardar tudo, em meio a tanta coisa achei uma bola de basquete que tinha uma assinatura com nome Rafael, provavelmente deve ter sido do neto de Dora, como a minha bola tinha ficado em casa, peguei aquela  para praticar um pouco e fui até a quadra, com um par de luvas e uma enxada