Um plano para nós dois 2

Capítulo 18

Eu não sabia que era a Fernanda que estava sendo humilhada e que trabalhava na casa de Ticiane,  não acredito  em destino mais se acreditasse diria que ele esta conspirando ao meu favor, com todo aquele clima que ficou na festa resolvi ir até a cozinha e ver se conseguia conversar melhor com ela, até achei que não estava na cozinha mais consegui encontrar ela no cantinho do fogão abaixada chorando, me abaixei perto dela que me olhou assustada enxugando os olhos

Fernanda: deseja alguma coisa? precisa de algo?

Ricardo: porque você trabalha aqui?

Fernanda: porque eu preciso, acha que eu gosto de trabalhar aqui?

Ricardo: se não gosta então não trabalhe, você não precisa aturar isso dela e nem de ninguém

Fernanda: não tenho escolha

Ricardo: você acha que não, mais tem sim

Fernanda: do que você está falando?

Ricardo: você tem um grande futuro e uma carreira promissora como ginasta sabia?

Fernanda: ( sorri)  aqui não tem oportunidade para pessoas como eu, na visão de muitos aqui eu não mereço nem estudar naquela escola, se não fosse a diretora eu....

Ricardo: eles são uns idiotas e você também por pensar igual a eles, na verdade é essa gente medíocre e essa cidade ordinária que não merece ter um talento tão precioso como o seu aqui

Fernanda: acha mesmo que tenho talento?

Ricardo: não acho eu sei, reconheço um talento assim que vejo, se confiar em mim e me obedecer, vai ter o que jamais pensou ser possível

Fernanda: porque está interessado em me ajudar?

Ricardo: não estou te ajudando porque você não é nenhuma necessitada e também não faço caridades, sou um homem de negócios

Fernanda: meu pai não acha que tem futuro o esporte

Ricardo: seu pai é um ignorante, mais você pode dar a ele uma vida melhor, mais digna e confortável, fazer ele ter uma velhice tranquila sem ter que trabalhar até morrer no meio do mato, se aceitar o que vou te propor, nunca mais vai limpar banheiro de ninguém na sua vida, vou deixar que pense hoje e amanhã no colégio me dê sua resposta

Para mim aquela festa já tinha dado o que tinha que tinha que dá, fui pra pensão pensando já na estratégia e como começaria a colocar a Fernanda em evidência, eu só não sabia que a barreira que seria levantada era justamente o matuto do seu pai, no dia seguinte ainda era muito cedo quando ele entra pensão a dentro gritando feito louco, meu humor não é muito bom pela manhã e pior ainda antes de tomar um café preto sem açucar, eu tinha levantado cedo e ido treinar um pouquinho basquete na quadra e depois que tomei um banho, Dora me ofereceu um cafezinho passado na hora, no momento em que se sentei, ele entra como se fosse um cão enfurecido

João: eu te disse pra ficar longe da minha filha (grita) o que disse pra ela seu pirralho metido a besta, eu não sei como é na sua casa mais na minha sou eu quem mando, pare de encher a cabeça da minha filha com bobagens, viver de esporte? só se for pra ricos com você que não precisa trabalhar para viver, eu te proíbo de ficar de conversa com ela e vou avisar a diretora que se você não se afastar dela vou colocá-la em outra escola

fiz sinal para ele parar de gritar e esperar eu tomar meu café, ao menos um gole, minha cabeça estava começando a doer com tantos gritos, mais ele gritava ainda mais e foi aí que Dora veio ver o que estava acontecendo

Dora: mais o que é isso? que gritaria é essa na minha casa?

João: esse moleque está enchendo a cabeça da minha filha com mentiras

Ricardo: não sou moleque e não estou enchendo a cabeça de sua filha, estou mostrando a ela que as pessoas desse lugar estão errados sobre ela e você também

Joao: eu sei o que é melhor pra minha filha

Ricardo: trabalhar na casa dos outros e ser humilhada é o melhor para você? que tipo de vida você acha que ela vai ter assim?

João: uma vida digna

Ricardo: dignidade não é humilhação

João: não vai corromper minha filha e nem iludir ela com seu mundo, conheço gente como você e tenho a certeza que só quer tirar proveito dela

Ricardo: ( sorriso irônico) não você não me conhece, e embora tenha tido alguma experiência ruim na sua vida, isso foi culpa sua e problema seu, não deveria punir sua filha por sua burrice

João: me respeita moleque

Ricardo: já te disse que não sou moleque

Dora: parem com isso vocês dois

João: fica longe da minha filha

Ricardo: você não manda em mim

João: ora seu......

Dora: chega! Ricardo vai se arrumar pra ir para o colégio

Ricardo: eu ainda não terminei a conversa

Dora: terminou sim, vai agora pro seu quarto, eu e João vamos ter uma conversa agora

Parei e olhei pra ela mandando em mim como se fosse minha avó ou minha mãe, acho que ela esqueceu que não é nem uma coisa nem outra e que já sou adulto também, sem falar que sou seu inquilino, em consideração ao fato de me lembrar minha avó eu obedeci e fui para o quarto, mais confesso que fiquei curioso para saber o que ela iria falar com aquele velho teimoso que eu não poderia estar presente, não gosto de esperar e não sou do tipo que deixa alguém falar por mim, por isso voltei e fiquei escondido para ouvir qual seria o assunto, fiquei bastante surpreso com tudo que ouvi, ou melhor com o que consegui ouvir

CONTINUA.........