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(Marília) 

Começamos a beber e como vocês já sabem aquele lance de beber com moderação não rola pra gente. Bebemos sem nenhuma moderação mesmo, como se a gente nem tivesse trabalho amanhã.

E como dizem por aí, bêbado não sabe mentir, bom não sabe mesmo. Porque eu e o Henrique falamos tantas verdades que dava um livro revelador sobre a gente. 

Relembramos muitas histórias, muitos micos, mas em momento algum falamos sobre nossa vida amorosa, até porque não tem cabimento conversar sobre isso com um ex.

-Ô mas lembra daquele dia que a gente quebrou a mesa do bar? - ele falou já com a voz mole.

-Puta que pariu! Aquele dia foi top, ninguém voltou consciente pra casa... - tive outra crise de riso.

-Saudade dessas nossas aventuras, sabia? Saudade de ir pra um bar com você, e voltar de lá a pé porque não conseguia dirigir. Saudade de ir beber, e depois fazer amor dentro do carro. Saudade dessas coisas assim, sabe? Não tem ninguém que tenha essa conexão que eu tenho com você, isso que a gente tem é quase surreal. - ele disse e virou o drink com tudo na boca.

-Eu também sinto falta de passar o dia todo brigando com você, e quando dava a noite a gente se resolvia na cama. Sinto falta da maneira que cê me tratava, sempre me chamando de loira, nunca esqueci esse apelido carinhoso... Mas eu acho que nosso tempo já foi, já passou, tenho certeza de que se eu não tivesse ido, hoje em dia a gente taria casados com uma família, mas também já se foi a minha chance, não dá pra mudar o passado... - virei o copo também.

-Não dá pra mudar o passado, mas dá pra fazer o futuro... - ele se aproximou de mim e começou a fazer carinho no meu rosto.

-Henrique... - falei bem baixo.

-Shiu! - ele colocou o dedo na frente da minha boca em sinal de silêncio, e logo depois grudou nossos lábios num beijo.

No começo eu tentei me soltar, me afastar, mas o meu corpo também tava implorando por isso, por esse beijo, por esse toque e eu me rendi. Me rendi, e comecei a beijar ele com desejo também.

Sei lá o que deu em mim, não sei se foi coisa da bebida, ou se realmente meu subconsciente tava querendo isso, só sei que eu comecei a tirar a camiseta dele devagar, até ouvir um grito...

Eita! O que será que vai rolar agora hein?

Nada MudouOnde histórias criam vida. Descubra agora