(Marília)

Eu bebi, mas bebi de verdade, sofri, chorei e quando me dei conta, já passavam das 4 da manhã, graças a Deus não tenho aula amanhã, se não taria ferrada.

Tomei a última dose, dei tchau pro seu João, e fui tentar andar até em casa, mas eu só conseguia cambalear e acabei caindo no chão. Todo mundo do bar ficou me olhando e alguns davam risada, nem liguei, afinal tava todo mundo bêbado mesmo.

Continuei sentada no chão, tentando achar forças pra levantar, quando do nada apareceu um homem moreno, alto e bem mais velho do que eu, parece ter uns 20 e poucos anos.

-Precisa de ajuda? - ele perguntou e eu fiquei sem reação.

-Uma ajudinha seria bom. - respondi com aquela voz de bêbada, ele estendeu a mão e me deu apoio pra levantar, depois pegou as minhas coisas do chão.

-Posso? - o moço tava com meu óculos na mão, pedindo pra colocar no meu rosto.

-Pode sim. - ele colocou meu óculos e arrumou meu cabelo atrás da orelha, parecia aquelas cenas de filme clichê - Obrigada! - falei e dei um sorriso tímido.

-Não precisa agradecer, os alcoolizados tem que se ajudar! Tô vendo que no estado que você tá, não dá pra ir andando... Quer uma carona?

-Que isso! Eu já dei trabalho demais por hoje, vou a pé mesmo.

-Imagina! Não deu trabalho nenhum, e é perigoso andar por aí sozinha essas horas da madrugada, por favor aceita a carona! - ele insistiu.

Minha mãe sempre fala pra não confiar em estranhos, mas tem alguma coisa nele que me traz uma segurança, e se ele for ladrão, tadinho, não tenho nada de valor, só um celular velho que mal funciona. Resolvi aceitar a carona.

Fomos até o carro dele, confesso que fiquei com medo de acidente, porém o rapaz parece estar atento, só parece...

-Obrigada viu moço! Eu nem sei o que seria de mim sem essa carona. - falei e ele deu uma risada baixa.

-Já te falei que não precisa agradecer, eu fiz de coração, cê parecia tão sem rumo naquela calçada.

-Talvez um pouquinho. Desculpa a pergunta, mas qual é o seu nome? - perguntei meio sem jeito.

-Ricelly Henrique, só que pode me chamar de Henrique, e o seu?

-Marília, mas meus amigos me chamam de Mari.

-Nome bonito, e aí aonde fica sua casa? 

Expliquei meu endereço e em poucos minutos chegamos lá, saí do carro, e peguei a chave, só que desastrada como sou, derrubei no chão e o Henrique teve que pegar e abrir a porta pra mim.

-Aqui sua chave!

-Ai obrigada! Obrigada por tudo, espero não ter te dado prejuízo. - disse já entrando dentro de casa.

-Fica tranquila, tava precisando sair do bar mesmo, deixei quase meu salário lá, então acho que já vou indo, tu precisa dormir. Te vejo por aí!

-Tô torcendo pra próxima vez que eu beber, ter um anjo igual você pra me ajudar... - nós demos risada.

-E eu espero conseguir te ajudar! - ele riu - Agora eu tenho que ir mesmo, tchau Mari! Se cuida!

-Tá vou tentar, tchau Henrique! - acenei pra ele, que sorriu, fechei a porta e fui dormir.

Continua?

Quero saber se vcs estão gostando da fic!!!

Bjs e até segunda!

Nada MudouOnde histórias criam vida. Descubra agora