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(Henrique)

Nem terminei de ouvir o que o Juliano tava falando, simplesmente saí andando em direção ao meu quarto. É demais pra mim, meu irmão jogar a culpa toda em mim, sendo que a Marília que deixou eu fazer aquilo.

Bati a porta com força e ouvi mais um grito dele, dessa vez nem me importei, apenas abri o armário, peguei minha mala e comecei a colocar minhas roupas lá dentro.

Sim, eu vou embora dessa casa hoje. Ele pediu pra eu não chegar mais perto da Mari, mas eu não vou chegar mais perto é deles, deles todos, todos são um bando de ignorantes.

Só fui colocando as coisas dentro da mala, e algumas outras coisas dentro de caixas de papelão, sei lá pra onde eu tô indo. O importante é sair daqui, ficar longe dessas pessoas.

Horas depois:

(Marília)

Falar que eu não fiquei abalada com tudo que aconteceu seria uma mentira. Eu fiquei, e muito. Aquele beijo bagunçou tudo na minha vida, minha mente, meu coração, tá tudo revirado.

Mas por que eu tô tão surpresa? Henrique sempre fez isso comigo, sempre virou meu mundo de cabeça pra baixo, não sei porque ainda me surpreendo com isso...

Eu nem sei o que eu tô sentindo, só sei que eu tô confusa, muito confusa. O beijo que ele me deu, deixou meu coração dividido, despertou um sentimento que eu não sentia a muito tempo.

Me fez lembrar nossos momentos felizes, fez aquela chama de amor que já estava apagada, reacender. Claro que não é certo eu sentir essas coisas, mas eu não controlo meu coração.

Fui tirada dos meus pensamentos com meu telefone tocando, peguei e fiquei encarando a tela tentando enxergar o nome, mas por conta da bebida e das lágrimas eu não consegui.

-Alô? - falei com a voz embargada.

-Oi Mari, tá tudo bem? - reconheci a voz da Mohana.

-Oi Mo, não tô muito bem não, tô me sentindo culpada... - respondi e dei um suspiro longo.

-Não fica assim não amore, tenta se acalmar por favor, sei que só vai piorar o que eu vou te falar mas... Eu não dei conta de acalmar eles, e acho que vou precisar da sua ajuda pra resolver as coisas por aqui, você pode vir pra cá?

-Claro que posso! Tô indo agora! - desliguei a chamada e corri pra me arrumar e conseguir ajudar os meus irmãos...

E aí, será que a Marília vai conseguir acalmar tudo por lá?

Nada MudouOnde histórias criam vida. Descubra agora