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(Marília)

-Henrique? Tá tudo bem? - uma mulher invadiu a sala, e eu e ele tentamos conter o choro.

-Tá sim, foi só uma discussão. - ela abraçou ele com força e confesso que senti uma pontada de ciúmes

-Peraí! Essa daqui é aquela sua ex? Que você tanto fala? A que foi estudar e voltou de lá com outra pessoa?

-Duda, calma! - ele pediu mas ela simplesmente ignorou.

-Não me impede, eu preciso falar umas verdades pra ela! Marília seu nome né?

-Sim. - respondi.

-Então Marília, minha vontade é te xingar todinha, mas eu vou manter minha educação. A culpa é sua por ele estar desse jeito viu! A culpa é sua por ele se cortar! A culpa é sua por ele ter desistido de todos os sonhos dele! E não há nada no mundo que tire essa culpa, por que você é a única e exclusiva culpada! Espero que entenda! - ela falou olhando nos meus olhos.

-Duda...

-Não Henri, pode ficar tranquilo, eu já acabei... Vou deixar cês conversarem. - ela foi pro andar de cima da casa.

Henri? Que porra é essa de Henri? Quem é que chama ele desse jeito? Todo mundo sabe que o apelido dele é Rique! Mas pelo jeito essa ridícula não tem noção das coisas!

Peraí... Eu tô sentindo ciúmes dele com ela? Não pode ser, não faz sentido eu sentir ciúmes do que não é meu. Quer dizer, do que não é mais meu, porque já foi todinho meu um dia...

-Henrique. - tentei falar mas não consegui.

-Não Marília! Nem começa! A gente não tem mais nada pra conversar! Por isso mesmo, pode ir embora! E não me procura mais, por favor! - ele falou alterado - Vai!

Antes de sair eu olhei mais uma vez pra ele, e pra minha surpresa aquele olhar apaixonado, tinha dado espaço a um olhar cheio de raiva. Então eu saí, e assim que passei pela porta me permiti chorar.

E de novo minha cabeça tava a mil, minhas lágrimas caíam sem parar e eu tava sem rumo. Só fui andando pelas ruas do condomínio até chegar na saída, passei pelo porteiro e...

-Amor? - Murilo viu meu estado e me abraçou forte.

-Lila! Cadê ele? - Mohana perguntou um pouco desesperada.

-Desculpa Mo, eu não consegui... - falei bem baixo e comecei a encarar o chão.

O jogo virou...

Nada MudouOnde histórias criam vida. Descubra agora