When I fell asleep

Dentes-de-leão

ALERTA DE GATILHO

SUICÍDIO

ATAQUE DE PÂNICO

SANGUE

...

A sensação de pesado no peito, mais pesado que o mais pesado peso e que ainda por cima parecia estar sendo torcido como um pano molhado, seu coração já rachado, se quebrando aos poucos, principalmente pela culpa de estar pensando sobre si num momento em que o foco de fato era ele e pensar que poderia roubar a atenção só o fazia pensar no quão narcisista poderia estar sendo naquele instante.

Eliza pegou duas taças de cristal e serviu um vinho rosé, que tinha ganhado de sua amiga Lindsay, para Harry e si mesma, ela se sentou na cama e o degustou.

— Nunca achei que ficaria tão feliz por não estar grávida.— Disse com um sorriso estampado no rosto.

— Às vezes você é engraçada, Bunny.— Sorriu fraco e bebeu um pouco de vinho.

— O que vai fazer em relação ao Louis?— Mudou de assunto.

— Aparentemente eu sou a fonte da infelicidade dele.

— Harry, não.

— Eu amo tanto ele, Bunny, eu quero que ele seja feliz, mesmo que seja sem mim.

— E porque ele seria feliz sem você? Você é tudo pra ele.

— Sem mim o stunt acaba até o fim do ano, ele não se censura e não faz tudo pensando em mim.

— Sweetie pie... Tudo bem, — Ela colocou a taça de lado e abraçou o braço do mais novo.— Não importa o que você fizer, eu vou estar aqui pra cuidar de você, como sempre.

Depois de um tempo Harry se arrumou e dirigiu até sua casa, cuja qual dividia com seu noivo, no caminho ele estava pensativo, ele sabe que ele e Louis tem uma história, mas naquele momento nada mudava sua mente, nem as memórias das melhores noites, dos melhores beijos. Nada valia a pena se custasse a felicidade de Louis então ele sabia o que deveria fazer.

A sensação avassaladora de não ter uma luz no fim do túnel sempre foi desesperadora, mesmo sendo constante, porém quando o dos olhos azuis estava por perto, ficar no túnel não era tão ruim, não era assustador.

Nós podemos diferenciar o amor da sua vida da dependência emocional quando você de fato o ama, e sabe que faria tudo por essa pessoa, mas não depende dele para se sentir bem, suas emoções não dependem da pessoa, porém essa pessoa consegue de fato te causar as famigeradas borboletas, de várias cores sendo que cada cor representa uma emoção, mas que também consegue te manter calmo e te inspirar a melhorar a cada dia. Louis definitivamente era o amor de Harry.

Ver o sorriso daquele que mais ama desaparecer aos poucos é o pior sentimento a se sentir, um sentimento que pode ficar enterrado por eras, mas que em certos momentos aparece para te assombrar e ver que aquele que você ama está a cada dia mais infeliz, sabendo que não pode fazer nada é como todo santo dia levar uma alfinetada, mas quando se dá conta disso a alfinetada se torna como uma facada em seu estômago, e essa facada se torna mais profunda quando se dá conta de que o motivo da infelicidade daquele que ama é nada menos que você mesmo.

Como um vento forte que o sopra para longe batendo em seu rosto, que você luta para se manter em pé, mas mesmo assim ele te derruba em uma maré de pensamentos salgados e inexplicáveis.

Harry parou o carro em sua garagem e encarou o volante; conhece a expressão "pensar demais"? Sabe quando todos os piores pensamentos possíveis vem a sua cabeça de uma vez só, seu coração acelera, o mundo parece estar sobre as suas costas, você não consegue parar de se mexer e começa a suar? Eu chamo isso de ataque de pânico; Harry precisava urgentemente de um calmante e por mais que tivesse procurado no carro inteiro, não tinha nenhum.