O quão rápido a noite muda

46 5 14
                                    

 Talvez se eles não fossem para aquela maldita festa tivessem um pouco mais de tempo, mas eles não tinham como saber, o destino pode parecer traiçoeiro às vezes.

Dia vinte e dois de Abril de 2012, esse foi o dia em que Liam Payne e Zayn Malik ficaram noivos, o pedido foi exatamente do jeito que haviam planejado, uma tarde com os garotos na rua, e um buquê de de flores, não preciso dizer que a resposta foi sim. Aquele anel reluzia no dedo de Liam que não perdia o sorriso desde aquele dia, mas agora já estávamos em Setembro, e de volta ao casal principal da história, as coisas pareciam bem.

Treze de Setembro do maldito ano de 2012, o aniversário de Niall Horan, e como bons amigos e colegas, Liam, Zayn, Harry e Louis organizaram uma festa serpresa para ele, a mais divertida que poderiam pensar naquela época.

Quando o loiro entrou pela porta ele logo foi recebido por uma guerra de tortas, se divertindo como sempre, os garotos estavam sujos, mas se divertindo como sempre, comendo, brincando e dançando.

Todos sabemos que Harry e Louis agora estavam juntos há um ano e cinco meses, eles estavam aparentemente felizes, tudo estava ocorrendo muito bem, mas como eu já lhe foi avisado, nada seria tão fácil para eles; até o exato momento tudo que eles tinham que fazer era não confirmar o relacionamento que cultivaram, mas naquela noite tudo estava prestes a mudar.

— Louis? Posso falar com você?— Chamou Simon enquanto o garoto limpava o chantilly em seu rosto.

Louis se dirigiu para um lugar mais reservado onde Simon calmamente parou.

— Louis temos que conversar sobre o seu comportamento.

— O que tem o meu comportamento?

— Primeiramente você é muito afeminado, nós... Temos que corrigir isso, podemos começar com os suspensórios talvez?

— O que tem de errado com os meus suspensórios? O que tem de errado em eu ser um pouco afeminado?

— As pessoas estão suspeitando que você é gay, e isso não vende. Agora sobre o Harry-

— O que o Hazz tem haver com isso?

— Louis todos já perceberam que vocês estão juntos, não adianta negar.

— E qual o problema?

— Não sou eu quem faz as regras e você sabe disso Louis.— O mais novo suspirou.

— O que quer que eu faça? Sem joguinhos Simon, diga.

— Eu quero que se afaste dele, pelo menos em público.— Disse curto e grosso.

— O que?! Não, eu não posso fazer isso.— Respondeu indignado.

— Louis,— Simon fechou os olhos sem paciência.— você tem um contrato.

— Então me processe, eu não vou fazer isso.

— Se não vai fazer por você, faça por ele!— Exclamou esbravejando e chamando a atenção de Louis.— Você não quer que a carreira dele seja destruída, certo?

— O que quer dizer?

— Se as pessoas suspeitarem vocês serão tachados por ódio de muitos lugares e isso pode destruir não só a carreira como a vida de vocês.

— Então pra salvar a carreira dele eu preciso me afastar?

— Sem mais abraços, mãos dadas e muito menos beijos, sem contato físico.

— Isso vai acabar com ele.

— O Harry é forte, ele aguenta.

— Tudo bem, mas essa conversa nunca aconteceu.

— Como preferir.

Assim que Louis voltou para a festa seu sorriso desapareceu. O dono dos olhos azuis foi recebido por um abraço do namorado, mas por mais que a presença de Harry fosse revigorante, Louis estava sem chão, ele mal ouvia as palavras ditas a sua volta, era como se o som estivesse abafado, pegou de seu bolso o anel que Harry havia lhe dado e alternou seu olhar entre o mesmo e o cacheado, ele sabia que aquilo iria destruí-los e a única coisa que não queria ver, era Harry abalado.

Depois que a festa terminou os cinco foram para suas casas, sem falar com Harry, triste, confuso e frustrado, Louis foi para o quarto e pegou uma mala, onde colocou suas roupas, deixando apenas os suspensórios no armário, guardou seu diário, fechou a mala e encarou a parede, sem expressão.

— O que está fazendo?— Perguntou Harry escorado na porta.

— Harry, eu preciso falar com você.— Disse segurando o choro.

— Aconteceu alguma coisa?— Preocupou-se enquanto se aproximava.

— A gente precisa terminar.

— O que?! Mas nós estamos bem!— Ele sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.— Me diz que é uma brincadeira; Eu fiz algo de errado? Porque 'tá fazendo isso com a gente Louis?

— Não dá Harry, eu não posso, eu não consigo.— Louis segurava suas lágrimas.

— Não! Para de me chamar de Harry, você não me chama assim, eu sou o Hazza e você o Lou, o meu Lou Lou, nós nos amamos e vamos ficar juntos pra sempre.— Harry segurou as mãos de Louis enquanto chorava.

— Não eu... Eu não te amo mais.

Aquelas palavras, cinco palavras que fizeram com que tudo ao redor de Harry parasse e se transformasse em um vazio escuro e gelado, aquilo não poderia ser verdade, era como se Louis tivesse acabado de jogar seu coração na lareira.

— Não!— Harry o beijou enquanto segurava seu rosto, mas Louis o afastou.— O que eu tenho que fazer pra você ficar?

— Me perdoa Harry.— Ele pegou sua mala.

— Pra onde você vai?— O mais novo perguntou em prantos.

— Desculpe de verdade, eu não quero te machucar.

Louis saiu da casa, deixando Harry sozinho, sem chão, sem ar, sem nada, nada do que mais lhe importava. O quão rápido a noite muda?

When I fell asleepOnde histórias criam vida. Descubra agora