Ranya fugiu no dia do seu casamento com Kaled, o herdeiro de um importante Sheik marroquino... mas mal sabe ela que o Destino prega peças!
🔞 Não indicada para menores de 18 anos por conter cenas de sexo detalhadamente descritas, vocabulário inadequ...
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21/11/2019 - BRASIL
Ranya
Já fazem quase sete anos, desde o dia em que fugi do Marrocos, hoje estou com 25 anos, realizando o meu grande sonho de me formar em direito na melhor universidade pública do Rio de Janeiro. Nem acredito que consegui, que tudo deu certo e que apesar de toda saudade que sinto da minha família, hoje posso dizer que sou uma mulher feliz e realizada, pois estou conseguindo, aos poucos, alcançar todos os meus objetivos.
Depois que eu e o Philip saímos do meu país, ficamos uma temporada no México, nos dedicando aos estudos de línguas e moda. Foi preciso vender algumas das minhas jóias para poder me manter e fazer alguns dos vários cursos de idiomas que queria, mas valeu muito a pena, pois aprendi a falar o português, o inglês e o espanhol fluentes, já que só ficava em casa, focada nos estudos. Meu amigo aproveitou esse tempo para mergulhar de cabeça nos estudos de moda, ele sempre quis ser um estilista famoso e hoje é o estilista chefe na empresa em que trabalhamos, uma agência de moda para festas e noivas.
Enfrentamos muitas coisas juntos para chegar onde estamos, muitos obstáculos pesados e difíceis, mas sempre estivemos unidos, um apoiando o outro, sendo o alicerce quando necessário e uma fortaleza toda vez que outro estava desmoronando. Criamos uma ligação muito linda e forte, nos consideramos irmãos de alma e de coração.
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Encontro-me no meu quarto, do pequeno apartamento que aluguei. Estou deitada em minha cama, olhando para o teto e lembrando daquele fatídico dia do casamento que não aconteceu. O Philip e eu estávamos nervosos e apreensivos o tempo todo, enquanto o avião não levantou voo, não conseguimos relaxar, e para ser bem sincera, nem mesmo depois de pousarmos em outro país, tínhamos relaxado. O medo de estarmos sendo procurados nos acompanhou durante meses, pois sabiamos que o tal Sheik não aceitaria a minha fulga e vimos, através da internet, uma matéria falando sobre o casamento e a humilhação que os fiz passar. No final da matéria tinha uma nota dizendo que ele estava me procurando e havia oferecido uma boa recompensa pela minha cabeça. Esse homem me queria morta a qualquer custo e sei que, apesar de ter passado todos esses anos, ele ainda me quer sem vida, para recuperar, com o meu sangue, a honra da sua família.
Estou tão perdida em meus pensamentos, que me assusto quando escuto uma batida na porta do quarto. Dou uma pulo da cama, me levanto e me escondo atrás da porta, pois moro sozinha e o medo de ser encontrada pelos homens do Sheik me acompanha dia após dia. Minhas pernas estão bambas e todo o meu corpo treme, nem preciso me olhar no espelho para saber que estou pálida, mas quando escuto a voz do meu melhor amigo me chamando, respiro aliviada e lembro que dei-lhe uma cópia da chave do apartamento, quando os seus pais descobriram que ele era gay.
O Philip morou comigo por um tempo, pois não suportava ver a decepção nos olhos do seu pai, que teve um pouco mais de dificuldade para aceitar a sexualidade do filho. O senhor Paulo Gama é um homem tradicional, para não dizer antiquado, mas em momento algum brigou ou humilhou o meu amigo, só que também não conseguiu esconder que estava decepcionado com toda a situação.
