- VIII

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- Como você pôde ser tão irresponsável assim? Sair no meio da madrugada sem avisar nada, não deixar nenhum recado, matar aula... Millie, eu estou decepcionada. - Minha mãe olhava séria para mim.

Levantei do sofá e estava prestes a sair, mas ela me puxa de volta.

- Não vai dizer nada? pedir desculpas talvez? Seu pai quase faltou expediente por que estava prestes a procurar por você. - Com meu silêncio, ela ficou irritada. - Pode me dizer pelo menos onde estava? ou com quem?

- Eu não estava longe. Relaxa.

- Relaxar? Millie você só tem 18 anos, não é dona do próprio nariz.

- Blá, blá, blá. - Revirei os olhos.

- Pois bem. - Ela me soltou. - A chave do seu carro ficará comigo.

- Mãe. - Protestei. - Nem ferrando, você não pode.

- Posso. - As chaves foram pegas e colocadas no seu bolso. - E fiz.

- Qual é, foi só uma vez.

- E poderiam ter sido várias se eu não tivesse cuidado.

- Você ter cuidado? - Sorri.

- Da escola para casa e de casa para a escola. Não se preocupe, levarei Ava.

- E eu?

- A escola não fica longe. Relaxa.

Ela literalmente acabou de imitar o que falei?

- Qual é, dá uns dez minutos de carro.

- E acho que meia hora à pé. Melhor sair mais cedo. - Anne foi para seu escritório e me deixou na sala.

Subi as escadas e quando cheguei no quarto me deparei com Ava sentada na poltrona, olhando uma foto minha.

- MILLIE! - Me abraçou.

- Oi, Ava. - Retribuí - Eu estou morrendo de dor de cabeça. Você me deixa sozinha?

- Eu estava preocupada, achei que você tinha partido.

- Pra onde?

- Eu não sei, a morte.

Ela não iria me deixar sozinha. Ótimo.

- Tudo bem, agora estou em casa.

- Posso ficar com você?

Me deitei na cama e bati no espaço ao meu lado, convidando Ava.

- Só se você ficar em silêncio.

- Eu juro. - Ela fez um zíper imaginário com a boca.

Estava escuro quando eu me acordei com uma luz passando pelo meu rosto.

Fui até a janela, tendo cuidado ao me desvencilhar do abraço de Ava.

Finn?

- O que foi? - Perguntei assim que abri a janela e olhei para frente.

Eu não conseguia ouvi-lo, mas ele apontava para umas estruturas de madeira na sua janela.

Peguei meu celular e mandei mensagem, mas percebi que estava sem internet.

- Mãe. - Falei assim que desci as escadas.

Ela e meu pai estavam na sala conversando.

- Já deve ter percebido que tiramos a internet do seu celular. - Anne apontou para o aparelho nas minhas mãos.

- O que? vocês vão me fazer de prisoneira?

- Sem drama.

Fui até a porta, mas estava trancada.

My... girl? • Sillie Onde histórias criam vida. Descubra agora