- XL

1K 106 58
                                    

Estou sentada no colo de Sadie, no sofá da sala de estar. A casa está parcialmente escura, já que está anoitecendo e não acendemos as luzes ainda.

- Seus pais vão chegar - Ela diz, se inclinando para me beijar. - É melhor a gente acender tudo.

Eu lhe dou um beijo antes de responder.

- Acho que tem razão. - Digo, me levantando. Arrumo minha saia, que está desarrumada por causa das mãos de Sadie nela.

Acendo o abajur ao nosso lado, Sadie faz uma careta e arruma seu cabelo. Ela está perfeita, usando um coque meio bagunçado e uma blusa de botões de uma cor rosa bebê. Seu batom está borrado agora. Eu sorrio, e passo meu polegar pelos seus lábios, ela morde, seus olhos denunciando que está pensando em algo malicioso. Reviro os olhos fingindo estar entediada, e recuo minha mão. Ela sorri.

- Seus pais só chegam às sete... - Se levanta, abraçando minha cintura e falando perto do meu rosto.

- Sadie... - Eu sussurro, ela dá um sorriso breve e beija meu pescoço. - Não falta tanto tempo assim.

Inclino a cabeça para trás, ela desce e sobe as mãos pelas minhas costas, debaixo da blusa. Gemo para provocá-la, depois agarro sua cintura também. Deixo que desça as mãos até meus glúteos, onde ela pressiona e me faz ficar mais perto.

- Não precisamos de tanto tempo. - Conclui, falando baixo ainda.

- Eu não confio em mim desse jeito. - Digo e ela dá um sorriso fraco.

- Então está bem - Ela se afasta devagar, como se fosse a coisa mais difícil do mundo que precisasse fazer. - Vou fingir que não estava beijando a filha deles.

Eu também me afasto, para que isso não seja ainda mais difícil.

- Vamos fingir que estávamos preparando o jantar. - Eu digo, e vou até a cozinha, Sadie atrás de mim.

Acendo a luz e tento localizar direito onde estão as coisas, para poder fingir bem. Pego uma panela que estava sobre a pia e a coloco no fogão ainda desligado. Depois começo a espalhar ingredientes pela bancada.

- Acho que vamos precisar de avental. - Digo, e Sadie segue cada passo meu, me seguindo até na sala pequena onde guardamos aventais, toalhas e panos de prato. Assim que entramos, eu a puxo para mim, a beijando calorosamente, me rendendo.

Me encosto na parede e sinto suas mãos deslizando pelo meu corpo, chegando na minha saia fina. Eu arfo, mordendo meus lábios, enquanto seus dedos se direcionam para minha intimidade. Até me envergonho por estar tão molhada do jeito que estou, e como os dedos deslizam dentro de mim. Seguro em seus ombros, controlando um gemido. No início ela não estava me estimulando tanto, até que levou o polegar até meu clítoris e começou a massagear.

Ela distribuí beijinhos pela minha clavícula, chegando perto dos meus seios a ponto de eu achar que vai tirar meu sutiã, mas não faz isso.

Me movo para frente, fazendo com que ela me penetre um pouco mais, e com isso eu gemo, extasiada. Ela arrasta a alça da minha blusa para baixo e beija meu ombro, e eu me agarro ainda mais a ela, segurando em seus cabelos agora. Minha respiração está acelerada, eu rebolo sobre seus dedos e imploro em silêncio para que ela não pare.

Arqueio minhas costas, meu busto se aproxima ainda mais do seu rosto e ela inspira profundamente, sentindo meu cheiro.

Sinto minhas pernas ficarem bambas, deixo meu corpo mais perto do dela e gemo talvez alto demais. Chego ao ápice, ela ainda continua por um pouco tempo antes de parar completamente.

Deixo minha respiração contra seu ouvido, ela entrelaça nossos dedos, e põe a testa em meu ombro.

- Eu te amo pra caralho, Mills. - Ela sussurra, eu sorrio.

- Gostei de Mills.

Fecho os olhos e fico um momento assim, controlando minha respiração e sentindo a sua contra minha pele.

Até que lembro sobre a chegada dos meus pais, e me desperto.

- Meus pais! - Eu a lembro, ela se afasta, meio assustada também.

Saímos do cômodo pequeno, o vento frio deixa meu suor se tornar frio. Eu olho ao redor e não vejo meus pais, então me recosto no balcão enquanto espero Sadie lavar suas mãos. Ela arruma seu cabelo que soltei e se põe na minha frente, eu seguro sua cintura.

- Diz que me ama também... - Ela pede, as sobrancelhas juntas, um bico pequeno em seus lábios.

- Eu te amo, Sads - Digo e beijo sua testa, mas quero dizer de novo. - Te amo. Te amo. Te amo.

Sadie meio que sorri, eu olho carinhosamente para ela, tirando unas mechas de cabelo do seu rosto lindo. É a primeira vez que eu sinto isso por alguém. A sensação de felicidade de estar junto, quero dizer. Eu amo Sadie, de verdade, e as vezes me pego pensando em toda idiotice que quase fiz.

Escuto um barulho na porta, Sadie se empertiga e senta em uma banqueta, faz isso rápido. Ava olha pra cá e vem correndo me abraçar, o cabelo voando.

- Millie! - Ela diz animada, eu sorrio. Ava se vira para o lado e vê Sadie. - Eleanor está aqui?

- Eu prometo que da próxima vez vou trazer ela até aqui.

Os ombros de ava se abaixam, ela estala a língua, mas ainda parece animada. Meus pais entram logo depois, segurando algumas compras pequenas. Eles me encontram, e olham para Sadie também.

- Temos visitas? - Minha mãe pergunta, tirando seus óculos.

- Quem é essa? - É a vez do meu pai perguntar. Sadie observa tudo em silêncio.

- Sadie - Eu digo, me aproximando um pouco dela, mas bem pouco. - E eu queria que vocês soubessem que ela é minha namorada.

Há um momento de silêncio. Um momento estranho. Minha mãe parece meio em choque, mas coloca as sacolas sobre a bancada e nos encara.

- Namorada? - Ela questiona, olhando para Ava, que não entende o que está acontecendo, mesmo que não pareça exatamente surpresa pela minha notícia. - Ava, querida, nos espere lá em cima.

Minha irmã assente, e sobre correndo as escadas.

Quando ela sai da vista, Anne se volta de novo para eu e Sadie.

- Seus pais sabem?

Sadie vacila um pouco com a pergunta, como se de repente estivesse se lembrando de todas as coisas horríveis que ouviu.

- Sim. - Responde, uma certa tristeza.

- Bom, eu não tenho o que dizer - Meu pai diz finalmente, retirando sua jaqueta pesada que eu costumava usar quando sentia saudades dele. É meio brega. - Se as duas se amam e os pais mão tem nada contra, então eu não serei o pai antiquado aqui!

Minha mãe suspira profundamente, levantando as sobrancelhas.

- Posso dizer o mesmo que seu pai.

Eu sei que não. Ela claramente desaprova, mas que importância isso tem?

- Então está tudo bem - Meu pai diz, fazendo um Hi-5 para Sadie. - Ela vai ficar aqui? - Pergunta, apontando para Sadie e me encarando.

- Ah, se ela quiser.

A ruiva assente, acho que nunca a vi tão tímida.

Subimos para o quarto, Sadie atrás de mim. Eu me sinto feliz, talvez porque agora não posso esconder que a tenho.

- Achei que ia morrer. - Comenta assim que eu fecho a porta.

- Não foi tão ruim, eu acho.

- Sua mãe ainda não parece gostar tanto de mim. - Sadie bufa, e acaricio seu rosto.

- Eu gosto, é isso que importa. Sem fingimentos, sem precisar atuar diante de alguém que amo de verdade.

Ela sorri de leve, a cabeça se inclinando um pouco.

Eu não conhecia Sadie de verdade. Quando eu achava que os boatos sobre ela eram verdadeiros, isso provava o quanto as pessoas podem ser superficiais.

- Foda-se a popularidade. - Eu digo de repente, um pouco de raiva de mim. A ruiva me encara meio confusa, mais sorri.

- Foda-se a popularidade, minha garota.

Fim.

My... girl? • Sillie Onde histórias criam vida. Descubra agora