Capítulo V: A batalha

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Se tivesse algo que Jeongguk pudesse fazer desaparecer na face da terra, acabaria com todas as bebidas alcoólicas existentes nesse mundo. Somente ele sabia como era crescer em um lar com cheiro de pinga e ver todos os dias seu pai cambaleando por aí. Ele se lembrava de todas as reuniões da escola que teve na sua infância, de todas as vezes que seu pai chegava bêbado na sala de aula. Mesmo ele não entendendo por ser apenas uma criança, ele sabia que aquilo não era normal, já que os pais de seus coleguinhas estavam lúcidos enquanto o seu não.

Cresceu vendo os demais rindo e tirando sarro de sua cara por conta do seu pai, talvez era por isso que resolvia todos os seus problemas batendo nos outros. Os sentimentos relacionados à infância de Jeongguk não eram agradáveis, por mais que seu pai não enchesse seu saco quando ficava bêbado,  ele desde sempre tinha que se virar naquela casa. Jeongguk aos dez anos tinha que fazer sua comida, lavar suas roupas, fazer a lição de casa sozinho e assim por diante.

Apesar de tudo isso, Jeongguk não culpava seu pai por tudo aquilo, lógico que ele preferia que o pai não se entregasse daquela forma ao vício, mas não o culpava. A única pessoa que sentia raiva e sabia o porquê do pai estar daquele jeito, era sua mãe. Ele sequer a conhecia, mas a culpava por tudo e, se o seu pai e ele estavam naquela situação, a culpa era dela.

Ainda na infância, o pai de Jeongguk era o tempo todo carregado por pessoas desconhecidas, ainda mais quando ele saía do trabalho e ia direto para o bar. Enquanto a pequena criança ficava sozinha em casa com fome, ele bebia com seus colegas e numa dessas, um amigo do pai do jovem, levando-o para a casa, após o senhor Jeon não se aguentar em pé, aproximou-se da família e consequentemente do pequeno garoto.

Jeongguk não se lembrava muito bem, apenas se lembrava das inúmeras comidas que recebia do amigo de seu pai e também lembrava de acordar no meio da noite com o rapaz dormindo ao seu lado. Ele tinha alguns flashes na memória sobre aquele homem, mas não era nada nítido. Contudo, todas as vezes que o via, como naquele momento, sentia repulsa. Sentia nojo e, acima de tudo, sentia medo.

Pediu para o rapaz ir embora e mesmo a contragosto pediu para a amiga ir para casa, pois cuidaria de seu pai sozinho. A realidade era que não queria que Iz, sua amiga, visse o estado deplorável de seu pai.

— Filho... — Jihoon sussurrou — eu sou tão desprezível, não é?! Me perdoe.

O pai de Jeongguk começou a chorar e ele não o respondeu, até porque não tinha o que responder. Apenas o levou para debaixo do chuveiro com roupa e tudo e lhe deu banho na água fria.

— Eu deixei aquele homem vir aqui de novo, me desculpa.

Jihoon sabia de tudo que havia acontecido com o filho na infância, fora ele que pediu para aquele homem nunca mais pisar ali dentro. Todavia, sentia-se tão patético em querer defender o próprio filho quando ele sequer se cuidava. Ele não tinha mais forças para lutar, por mais que se orgulhasse do filho por ser o oposto de si, não sentia-se motivado em viver. Depois que ela o deixou, tudo havia acabado.

AME [kth + jjk]Onde histórias criam vida. Descubra agora