Kali Askav é impulsiva, criativa e tem ideias muito espertas. A ideia mais esperta de todas foi entrar no quartinho de limpeza pra se esconder, mas acabou ficando presa com um guitarrista famoso.
O que ela não esperava era encontrá-lo de novo, e qu...
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Ciumenta, mas na medida certa não tem medo de perder a diversão A diversão tem medo de perdê-la, sim Não compra coisas para preencher um vazio Não odeia o som da própria voz
Se a pessoa que sou saísse por aquela porta Eu sentiria falta dela? Talvez, um pouco com certeza Oh, eu me amo, mas eu a amo mais Sim, esse é o tipo de mulher por quem eu me deixaria É o tipo de mulher que eu sou
That's The KindOf Woman - Julia Michaels
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Quando dizem pra você que tudo pode acontecer, acredite.
Eu jamais poderia imaginar que ao entrar naquela sala iria encontrar o cara do quartinho de limpeza, ali sorrindo e me olhando daquele jeito misterioso de sempre.
Agora descobri que ele é Connor Kang, um guitarrista super famoso que participa da banda que meu pai está patrocinando. Mais um motivo pra que ninguém saiba do que aconteceu.
Eu paro de andar apressada e consigo parar minha filha no meio do caminho.
— Sol, não temos tempo pra isso. Tenho que arrumar minhas malas ainda hoje e comprar as coisas que faltam. Tenho certeza que seu amigo também está ocupado. — Falei, segurando a mão dela e tentando levá-la de volta pra saída.
— Eu não estou nem um pouco ocupado. — Connor diz, despreocupado.
— Que bom pra você, mas eu estou. — Rebati. Não sei se é impressão minha, mas o vi sorrir.
— Por favor, mamãe! Quero que vocês também sejam amigos e quero que ele conheça a nossa galeria. — Sol implorou. Eu estava por um fio.
— Ouça sua mãe, anjinho. Ela tem coisas a fazer. — Connor acabou cedendo.
Olhei pra ele, surpresa por ter chamado minha filha assim. Ele me chamou de anjo naquele dia. Oh céus, esqueça isso Kali. Apenas esqueça aquele dia.
— Mas hoje é o último dia que vou ver vocês! Por favor, vai ser rápido. — Sol continua e faz um biquinho, batendo os olhos e me olhando ofendida.
Eu devo está pagando meus pecados por ter uma filha exatamente igual a mim em tudo. Connor fica sem saber o que falar, afinal, ele só vai voltar daqui a seis meses pra cidade.
— Tudo bem, mas tem que ser bem rapidinho mesmo. Só mostre as suas coleções mais favoritas, a galeria é grande e não tem como mostrar tudo hoje. — Eu acabei permitindo.
Sol abriu um sorriso grande e animado. Ela tinha todo meu amor.
— Perfeito! Vamos, pessoal! — Grita, saindo pulando na frente.
Connor avisa aos seus amigos que volta em meia hora e seguimos o caminho.
Minha filha está em uma distância razoável quando sinto aquele olhar misterioso do guitarrista em mim, como se estivesse tentando saber o que eu estou pensando.
— Kali Askav. É um nome bem diferente e difícil de esquecer. — Ele comentou, puxando assunto.
— Eu deveria agradecer? — Questionei, olhando de canto. Tentando fingir que também não estava interessada em saber algo sobre ele.
— Não precisa, anjo. Pelo que me lembro, você disse que recebe elogios frequentemente. — Ele rebateu, me deixando sem reação. Ah sim, vamos tocar logo nesse assunto.
— Vamos apenas fingir que aquele dia não aconteceu, certo? Ninguém precisa saber. Estamos trabalhando juntos e será algo rápido, nunca mais me verá de novo. — Eu digo, com um aperto estranho no peito.
Connor se cala por alguns segundos antes de responder.
— Eu não sei se quero isso.
Olho confusa e um pouco nervosa. Como assim?
— Não quer fingir que aquele dia aconteceu ou não quer que ninguém saiba? — Não sei o motivo de fazer uma pergunta tão idiota.
Seus olhos mais puxados me encaram, escondendo algum pensamento.
— Não quero nenhum dos dois. — Falou, me deixando perdida.
— Se pudesse ser um pouco menos enigmático, eu agradeceria. — Digo de volta. Está me irritando muito mais rápido do que o normal.
Ele dá aquele sorriso de canto completamente irritante. Quero arrancá-lo dali.
Connor para de andar e dá uma olhada em Sol, que está se afastando sem notar que paramos.
Seus passos vem na minha direção e eu não recuo nem desvio o olhar.
— Não quero esquecer aquele dia, queria poder contar pra todo mundo e quero continuar te vendo sempre. Consegue entender? — Me revela. Sinto meu coração titubear antes dele terminar sua fala com um sorriso convencido. — Claro que consegue entender, pois você também não consegue me esquecer, não é? Estou preso na sua cabeça.
Quero dizer algo. Retrucar alguma coisa. Não consigo.
Não consigo fazer nada disso, porque seus olhos me puxam mais pra perto. Dou um passo a frente, e mesmo que seja muito baixa, ainda consigo ter sua atenção.
— É assim que você se sente? Não consegue me tirar da sua cabeça e acha que sinto o mesmo? — Segurei seu queixo e o aproximei da minha boca. Seus lábios já estavam entreabertos e sua respiração ofegante. — Eu já te disse, Connor. Escuto bastantes elogios como esse.
Deixo ele ali, esperando por um beijo meu. Me afasto e volto a andar.
Dou uma olhada para trás, e o encontro parado no mesmo lugar, me olhando totalmente confuso e muitos outros sentimentos por trás de seus olhos pretos.
Lhe ofereço uma piscada e sigo o caminho, achando Sol nos esperando na esquina da sua coleção favorita.
— Quanta demora, parecem duas tartarugas. — Ela reclama. Acabo soltando uma risada.
Quando Connor aparece, ele ainda está atordoado. Sua mente parece longe e sorrio internamente como uma vitória saber que o deixei assim.
Sol começa a falar pra ele tudo sobre os quadros.
E ficamos ali, ouvindo cada pequeno detalhe. Se passa meia hora, ou até mais tempo. Não sei, pois estou fazendo um tour na minha própria galeria e tendo minha filha de guia.
É algo diferente que nunca fiz antes e começo a gostar.
Sempre sou eu que apresento os quadros. Ver o outro lado é bom também.
Ao terminar o tour, seguimos pra saída da galeria. Connor apenas fez algumas perguntas pra Sol, agindo como se não entendesse nada e a deixando explicar.
Encontramos os outros conversando no estacionamento, enquanto meu pai e Stacey organizam toda a agenda. Confesso que deve ser realmente incrível fazer parte de uma banda tão próxima.
— Até amanhã, Kali. — Connor se despede, entrando no carro enorme que vieram.
Seu olhar não indica outra coisa que não seja vingança. Ele vai aprontar algo, e eu estou estranhamente animada pra descobrir.
Vão ser longos dois dias juntos pra continuar jogando seja lá o que isso for.