Capítulo 2

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Pov Ali

Eu estava cansada.
Extremamente cansada.
Pra ser mais exata eu não dormia a três dias, e estava espionando esse tempo todo, eu não era a única, todos os mestres espiões se reuniram para fazer um plano e descobrir oque Vallahan estava tramando, eu era a mais nova entre todos e a única fêmea é claro que quase que não tive voz, apenas 2 machos me deixaram opinar, o mestre espião da Corte Noturna e o da Corte Diurna, eles sim me ouviram e discutiram.
Mas foram os únicos.

Eu sabia que teria que enfrentar esse tipo de comportamento quando resolvi começar o meu treinamento para espiã e, principalmente quando meu mestre morreu e assumi seu lugar, ao contrário do que pensavam eu era melhor que ele e não tinha conseguido meu cargo apenas no "por favor papai" como muitos diziam, muito pelo contrário, meu pai não queria me dar o cargo, por ser arriscado de mais e também muito cansativo, mas eu bati o pé e ele aceitou -com uma ameaça de minha mãe, é claro- porém precisei prometer que não afundaria no trabalho e esqueceria da minha família, e foi oque fiz, não teve nenhuma cerimônia nem nada, eu só queria o título e começar a trabalhar o quanto antes. Por conta disso a notícia não se espalhou tão rápido, e alguns Grão-Senhores só ficaram sabendo que a princesa Corália é mestre espiã com a minha carta.

Eu tinha só 50 anos, oque no meu mundo, é idade de uma criança, mas eu não ligava, eu era a mais nova de três irmãos, isso mesmo, irmãos, eu não era somente a mais nova era também a única fêmea, oque significava ser super protegida, sempre foi assim, Kai, o mais velho e herdeiro da corte, era o responsável, Dilon e Dylan, os gêmeos, eram os palhaços, e eu, a caçula, uma mistura dos três, eu era extrovertida as vezes, introvertido em outras, ou ainda tinha dias que não suportava a presença de alguém, hoje definitivamente era um desses dias.

Todos os mestre espiões voltariam a minha casa, ou melhor, o palácio, hoje a tarde, e então reunirmos as informações, e eu consegui, muitas na verdade, números de soldados, mapas que eles não mostravam aos povos de fora, e a carta na manga que eles tinham, isso era muito mais do que eu tinha ficado responsável, mas eu não ligava, se fosse pra descobrir algo, pelo menos que eu soubesse de tudo, assim as chances de erro seriam menores, desde que assumi meu posto a pressão sobre mim era enorme, a vida de minha família, minha corte, meu povo estava em jogo, um erro, um descuido, e todos morriam, eu não poderia assumir isso, eu não seria responsável por isso, não permitiria, e sim, eu amava espionar, mas sertamente não era tão fã de tortura, gostava de um pouco de dor na cama, mas me odiava por torturar e matar pessoas que não tinham culpa pelo que seus superiores faziam, porém quando eles faziam algo para merecer eu não tinha dó nenhum, e durante os dois anos que eu comandava as torturas se tornaram as piores possíveis, se fosse fazer algo e me culpar depois, eu não deixaria nada passar.

Quando o entardecer chegou eu fui para a floresta, estava faminta então encontrei algumas frutas e comi, eu até poderia caçar algo mas não podia fazer fogo, se não, chamaria atenção, e eu não iria comer carne crua, então frutas e água tinha que segurar minha fome até eu chegar em casa, depois de comer um pouco foi embora, não queria voltar aquele lugar tão cedo, era horrível, as pessoas eram, eu sabia que tinha gente boa ali, nunca era 100% do povo que eram babacas, mas ainda sim odiei tudo ali

A reunião foi a mesma coisa que a primeira, decidimos que era realmente nescessário falar com nossos Grão-senhores e pedir para marcar uma reunião, pois as notícias era preocupantes, eles tinham muito mais gente fique pensávamos, tinham muito mais poder do que imaginávamos, estávamos fudido, na pior das hipóteses perderíamos e morreriamos, na melhor, perdemos quase todos os nosso exércitos, nossa econômica iria para o fundo do poço, nosso povo sofreriam tudo, muito pior que nós, obviamente, crianças ficariam órfãos, pelos exercícios serem principalmente formados por machos, muitas esposas teriam que trabalhar dobrado pra ter como colocar pão na mesa, isso se conseguirem trabalhar como costureiras ou empregadas, mas os exercitos da Estival já tinham muito mais fêmeas que os outros, até porque as outras cortes não tinham fêmeas nós exércitos, pelo que sei, a Noturna tem as Valquírias, mas são só em 3 fêmeas, e elas são independentes do exército Iliryanos, então não contam.

Assim que pude fui para meu quarto e enchi a minha banheira com água morna pra fria, aqui era a corte do verão, por isso nunca fazia frio, oque sinceramente eu amava, me despi e entrei na banheira, a água estava perfeita, me afundei ali por muito tempo, não sei ao certo quanto, assim que voltei peguei um sabonete de côco, e me limpei, umas três vezes só para ter certeza que estava limpa, e então um shampoo de lavanda, assim que me sinti limpa o suficiente fui para meu quarto e peguei uma roupa, eu teria que conversa com meu Grão-Senhor -e sim, eu e meu pai sempre separavamos nossas conversas entre, pai e filha, mestre espiã e Grão-Senhor- então peguei uma lingerie preta, bonita porém confortável, e um vestido simples, azul escuro e me diriji até seu escritório.Bati na porta uma vez e então ouvi um 'entre'

- Oi, como foi na reunião?- ele me pegunta olhando nos meus olhos, ele estava preocupado, todos nós estávamos, mas papai principalmente, ele já tinha vivido uma guerra, não queria outra.

- Péssima, eles tem forças de mais, poder de mais e estão realmente se preparando para uma guerra, será um massacre de qualquer jeito- respondi com uma vós melancólica.

- Irei mandar uma carta, teremos que marcar uma reunião o quanto antes, obrigado por me avisar- ele disse voltando sua atenção aos papeis que tinham em sua mesa.

- Sim senhor - e quando estava preste a sair papai me disse.

- Lia - olhei por cima do ombro e vi seus olhos, eles sempre foram pura alegria, e agora estavam profundos em tristeza- fique aqui até a reunião, sua mãe quer você mais próxima de nós - abri um sorriso triste, papai nunca admitia que era ele quem queria isso, sempre falava que era por mamãe.

- Se assim ela deseja, quem sou eu pra negar um pedido de Laine, a temível Senhora da Corte Estival!? - eu e meus irmão a chamávamos assim quando ela ficava brava por fazermos algo errado, ela podia ser considerada inferior na hierarquia em comparação a papai, mas bastava um olhar pra ele saber que se não fizesse oque ela manda na hora iria dormir no sofá até mudar de ideia, e ela cumpria com as promessas, então ninguém ousava desafia-la nem mesmo Tarquin, o querido Grão-Senhor do verão.

Mamãe era metade ninfa, por isso, coitada de quem quisesse pegar oque lhe pertence, pelo que sei, assim que eles dois firmaram a parceria, papai precisou de 2 semanas para aprender a se controlar, mas mamãe, ela sim precisou de tempo, 3 meses depois ela ainda tinha dificuldade para não pular na garganta de Cresseida só por conversar com papai.

-Boa noite pai- falei enquanto sai e quando fechava a porta ouvi.

-Boa noite minha estrelinha.

Nunca soube ao certo o porque meu apelido ser 'estrelia' no começo achei que por eu sempre estar por aí desenhando estrelas, sejam elas do mar ou em um céu estrelado, mas já parei de desenhar isso a algumas décadas, 4 décadas para ser mais exata, e ainda sim, me chamavam de estrelinha.

a corte de ascenção e poderOnde histórias criam vida. Descubra agora