Entre todos os lugares de Nova York aquele era único que Matthew absolutamente odiava estar, as paredes brancas e a voz das enfermeiras anunciando nomes de médicos e salas deixava o guitarrista enjoado e extremamente nervoso, era horrível. Já fazia duas semanas que Henry estava internado naquele lugar, tudo começou com uma forte dor no peito que se transformou em nada mais do que uma doença com um nome extremamente complicado e que deixou o homem internado durante todo aquele tempo e, mesmo recebendo o convite para passar o Natal com Kevin e seu pai, Matthew escolheu estar sentado naquela desconfortável cadeira no corredor do quarto do dono do bar enquanto esperava o horário para os visitantes.
É por isso que odeio essa porra de Natal.
Durante horas o garoto mexeu em seu celular, assistiu um filme chato de um garoto perdido no Natal, comeu três pacotes de batatinhas, bebeu alguns refrigerantes e é claro, acendeu seu inseparável cigarro. Após muito tempo de espera o moreno finalmente pode entrar no quarto e seu coração deu uma incrível animada ao encontrá-lo, Henry estava deitado com algumas agulhas em seus braços e com uma feição bem melhor do que nos últimos dias, as fundas olheiras de seus olhos tinham melhorado e ao ver Matthew o homem deu um pequeno sorriso, aquilo alegrou o garoto de uma maneira que ele nem imaginava ser possível.
— Como eu estou garoto? — O homem disse com uma voz falhada.
— Aposto que conquista mais garotas que eu. — Respondeu sorrindo fracamente.
— Te comprei um presente, está ali na cômoda. Você sabia que vendem até aqueles conjunto de copos de shot nessa tal de Amazon?
— Fazendo compras pelo computador Henry? Achei que não soubesse mexer nessas coisas. — Matthew zombou indo em direção a cômoda e pegando uma pequena caixa branca, ao abri-la o garoto encontrou um pequeno par de chaves junto a 50 dólares. — O que é isso?
— Cinquenta pratas garoto, a faculdade deveria te dar conhecimento não te deixar mais burro.
— Assim você me magoa Henry.
— Lembra daquele apartamento que vimos no Queens uma vez?
— Sim...
— É seu.
— O-o que? — O guitarrista o olhou surpreso.
— Feliz Natal Matt. — O homem sorriu enquanto trocava de canal na pequena televisão.
— Não posso aceitar Henry, d-deve ter sido.... uma fortuna.
— Devia ter me falado antes, agora eles não vão me devolver o dinheiro para eu comprar meu jogo de copos de shots.
— Obrigada. — Matthew foi em direção a cama do dono do bar lhe dando um abraço sem jeito, mas com bastante sentimento.
— Você é o filho que eu nunca tive garoto, tenho orgulho de você.
O peito de Matthew pareceu transbordar de alegria, saber que ele era amado, que era importante e que alguém havia lutado por ele o deixava mais feliz do que já pôde imaginar e algumas lágrimas teimosas caíram de seus olhos, lágrimas que foram rapidamente enxugadas sem que Henry pudesse perceber.
— Te comprei um presente também. — O moreno abriu sua mochila entregando um pacote extremamente mal embrulhado com um papel marrom amassado. — Foi mal pelo embrulho, Kevin também não é muito bom com isso.
— O JOGO DE COPOS DE SHOT. — Henry disse feliz dando uma longa risada. — Vou deixar isso bem em cima da prateleira com as bebidas caras, vai ficar muito bom.
A dupla ficou o resto da tarde conversando e assistindo séries de comédia na péssima televisão do quarto do hospital, Henry tinha melhorado incrivelmente durante os últimos dias e de acordo com os médicos logo o homem iria para casa.
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Talvez uma História de Amor
RomansaCassie Jones tem 18 anos, está determinada a entrar em uma das melhores faculdades da cidade de Nova York e não leva uma vida fácil, desde muito nova aprendeu contos de fadas não existem, aos 4 anos seu pai abandonou sua mãe e aos 16 ela a perdeu po...