Capítulo 25

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Setembro, 2019

Katherine era uma ótima amiga, filha e mãe, ela sempre alegrou todos com seu sorriso e carisma, sempre esteve ao lado de quem precisava para ajudar, cuidar e proteger, hoje ela deixará um enorme buraco em nossos corações, mas lembraremos para sempre da mulher incrível que era.

Cassie ouvia um pastor falando ao lado da lápide de Katherine, o lugar estava cheio de amigos, familiares e de pessoas desconhecidas que choravam e se consolavam, um vento gelado batia em seu rosto enquanto cutucava nervosamente o canto de sua unha e a loira olhava atentamente para uma árvore ao longe. No dia anterior, ao ver sua mãe daquele jeito, Cassie sentiu vontade de chorar, de gritar e implorou para acordar daquele terrível pesadelo, mas ela não chorou, nem gritou, ela decidiu as flores para o velório e o lugar para a cerimônia, ligou para alguns parentes e ajudou Ruby a ligar para alguns amigos, não houve tempo para lágrimas.

— Meus sentimentos Cassie, se precisar de qualquer coisa pode nos ligar, passaremos as férias de final de ano no chalé de Judy na Carolina do Norte, pode ir conosco.

— Obrigada tia Maggie, mas vou ficar aqui, a Ruby precisa de mim. — Cassie respondeu para a irmã de sua avó enquanto observava sua tia sendo consolada por alguns amigos.

— Fique bem garota, sua mãe não está mais sofrendo, pense nisso.

— Pode deixar tio Luke, boas férias de inverno.

O funeral terminou e Cassie estava dentro do carro indo em direção para a casa de Jack, as árvores estavam diferentes nas ruas, folhas laranjas e secas estavam espalhadas pelo chão e crianças brincavam alegremente, o mundo estava estranho, faltava algo, mas o que seria?

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A rua do cemitério estava vazia e o dia estava gelado e nublado, Ruby andava de braços dados com Jack e seus olhos estavam inchados e vermelhos, resultado da noite de choro por conta da data comemorada naquele dia, Cassie estava atrás do casal envolvida nos próprios braços e com a cabeça a mil, o vento batia em seu rosto e um caminhão parecia estar estacionado em seu peito, aquilo era estranho. Quando o trio estava prestes a entrar pelos portões do enorme lugar, Cassie parou bruscamente e travou, ver aquelas lápides escritas no chão, famílias chorando e depositando flores nos lugares e o clima pesado deixaram a loira em estado de choque, todos os sentimentos que a garota lutou para guardar durante os últimos anos saíram do lugar onde estavam presos e estilhaçaram mais ainda seu coração, aquilo nunca tinha acontecido antes.

— Oi Cassie, veio visitar sua mãe? — Uma voz conhecida e grave soou ao lado de Cassie.

— Alex....oi, sim, na verdade não, e-eu estou de saída.

— Eu também vim visitar alguém, meu irmão na verdade. — Alex disse com o rosto triste.

— Eu não sabia que você tinha um irmão, faz muito tempo?

— Ah sim, dez anos para ser exato, foi em um acidente de carro, ele bebeu demais depois de uma festa e não reparou no sinal vermelho.

— Eu sinto muito...

— Está tudo bem, ele está melhor, onde quer que esteja, mas e você, lida bem com a morte da sua mãe?

Morte

— Cassie está tudo bem? — O garoto perguntou ao vê-la sem reação.

— Preciso ir embora, te vejo na aula. — Cassie disse sem mais enrolação e saiu da frente do enorme portão, tudo estava confuso, sua cabeça doía e seu peito estava apertado, sua visão embaçada por conta das lágrimas irritavam a garota e o ar parecia ser insuficiente, ela não fazia ideia de onde ir e continuou caminhando sem rumo, ao virar uma rua sem nenhum movimento a garota trombou com alguém alto e de rosto carrancudo.

Talvez uma História de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora