Capítulo 35

55 13 0
                                    

Aquele encontro planejado por Grace e seu grupo de teatro era totalmente uma perda de tempo para Cassie, a garota tinha saído da sala de sua terapeuta com um peso a menos em seu coração, algumas coisas ainda a incomodavam mas ela não iria se abrir tão fácil, seus problemas eram muito pessoais para serem compartilhados, mesmo com uma terapeuta. Quando estava deitada em sua cama recebeu uma ligação de Grace que lhe perguntava onde ela estava, automaticamente a garota se lembrou que tinha pago cinco dólares pelo ingresso do tal encontro e colocando a primeira roupa que viu dentro de seu guarda-roupa, Cassie foi até a universidade, talvez uma transa ela arrumaria.

Muitos alunos estavam no lugar, casais conversando, amigos rindo e até garotas chorando Cassie viu ali, Grace a tinha mandado para a quadra de basquete no campus e disse que a encontraria mais tarde no lugar junto com Amélia mas ao chegar ali à loira percebeu que tinha sido uma péssima ideia.

Eu realmente odeio casais.

Com uma lata de energético na mão e na outra um livro, Cassie foi em direção às arquibancadas na esperança de que ninguém chegasse para conversar com ela, além de possuir sua feição carrancuda de sempre a loira estava desarrumada então com certeza não chamaria a atenção de nenhum cara com tesão acumulado.
Só mais uma hora nesse lugar, depois eu dou uma desculpa para Grace e vou embora, simples.

Será que escovei meus dentes?

— Eu achei que o nome “encontro às cegas” significava se encontrar com uma pessoa aleatória e não escolher a roupa que iria vestir de olhos fechados. — Uma voz grossa e irônica soou ao lado da garota.

— Isso não é um encontro às cegas que eu saiba.

— Que seja.

— Se quer me propor um encontro ridículo desse a resposta é não, só vim por obrigação. — Cassie respondeu sem tirar os olhos do livro.

— A Grace ficaria desapontada em ouvir isso.

Não pode ser.

— Turner? Sério?

— Bom te ver Jones.

— Não sabia que precisava participar de um encontro arranjado desse para ter uma noite de sexo.

— Não preciso, mas achei que iria ser legal.

— Besteira.

— O que está lendo? — Matthew disse se sentando ao lado de Cassie e puxando o livro de sua mão.

— Me devolve seu babaca. — Cassie resmungou.

Bem, cavalheiro, acho que tenho o direito de falar e vou falar. Não sou criança, não sou bebezinho; gente melhor do que o senhor tem me dado atenção quando digo o que penso. Se não quiser ouvir, tape os ouvidos. Minha língua vai expressar o ódio do meu peito porque, se me contenho um pouco mais, meu coração estoura. E para evitar isso usarei das palavras com liberdade extrema, como tanto me agrada. — O garoto leu a página em aberto. — Essa mulher tem bastante raiva, A megera domada, não sabia que gostava de Shakespeare.

— Não sabia que você sabia ler.

— Calma Catarina.

Talvez uma História de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora