— E então Cassie, como foi seu final de semana? — Lis perguntou enquanto encarava o teto de sua sala.
— Saí com o garoto que mais odeio e descobri que ele não é tão ruim, contei para meus amigos que estou fazendo terapia, beijei o irmão da minha amiga e agora odeio mais ainda o babaca do Turner. — Cassie disse resumidamente.
— Por que odeia esse tal de Turner?
— Ele é arrogante e ignorante demais, começou a ser legal comigo mas desde que me viu beijando o Adam ele voltou a ser o canalha de sempre, acho que não conseguiu fingir ser legal por muito tempo.
— Ele pode gostar de você.
— Não ele não gosta, e se gostar, sinto muito, ele é o maior babaca que eu já conheci.
— Fez o que eu te pedi? — Lis se levantou e encarou a loira.
— Sim, trouxe a carta e a foto da minha mãe. — Cassie disse revirando os olhos e abrindo sua mochila. — O que acha que vai acontecer? Não vou chorar por causa de uma carta de despedida da minha mãe, já li ela várias vezes, sei de cor.
— Não acho que vai acontecer nada, só quero ver.
Lis olhou a foto de Katherine vestida com a bata de formatura e abriu a carta que Cassie havia trazido, a mulher leu e logo em seguida colocou no chão ao lado de onde estava sentada, a garota a olhava de braços cruzados e com sua expressão carrancuda de sempre esperando a terapeuta dizer alguma coisa.
— Você está bem Cassie? — Ela perguntou.
Se estivesse com certeza não estaria aqui.
— Sim.
— Ótimo, quero que faça uma coisa para mim essa semana, vamos nos ver na quinta então até lá você vai escrever em um papel as coisas relacionadas a sua mãe que você mais gostava.
— Só isso?
— Sim, para agora você vai me dizer as coisas que mais odeia.
Cassie encarou a mulher de cabelos roxos e cerrou o maxilar, ela não gostava nada de falar sobre seus sentimentos, se sentia vulnerável e totalmente exposta então aquilo sempre era um desafio. A loira deu um longo suspiro e encarou a foto no chão, ela criou um ódio de sua mãe que nunca pensou ser possível, seu coração doía a cada vez que se lembrava do último momento que a viu, das últimas palavras que ouviu e da carta estúpida que Katherine a tinha deixado, a carta que repetia constantemente em sua cabeça.
— Já fizemos isso semana passada.
— Não, nós falamos coisas no geral, hoje vamos falar coisas que você odeia e que estão relacionadas a ela.
Terapia foi uma péssima ideia.
— Odeio que ela me deixou essa carta ridícula. — Cassie cuspiu as palavras com raiva.
— Acha melhor que ela não tivesse feito? — Lis perguntou séria.
— Acho que ela não deveria ter morrido.
— As coisas não funcionam assim Cassie, todos morrem um dia.
— Exatamente, todos morrem um dia, eu não estava pronta para perder minha mãe e ela era nova demais.
— Acha que ela quis te deixar aqui?
— Bom, foi o que ela fez então sim, acho que quis. — A cada palavra a garota sentia seu peito doer.
— O que mais odeia?
— Não sei, não quero ficar falando sobre o que odiava nela Lis.
A sala ficou em silêncio enquanto Cassie encarava a janela, seus dedos cutucavam um canto de sua unha e sua expressão era séria enquanto Lis a olhava com curiosidade, ela não anotava nada em seu caderno de banda e muito menos se levantou para abrir o enorme armário azul.
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Talvez uma História de Amor
RomanceCassie Jones tem 18 anos, está determinada a entrar em uma das melhores faculdades da cidade de Nova York e não leva uma vida fácil, desde muito nova aprendeu contos de fadas não existem, aos 4 anos seu pai abandonou sua mãe e aos 16 ela a perdeu po...